हरे कृष्ण हरे कृष्ण कृष्ण कृष्ण हरे हरे || हरे राम हरे राम राम राम हरे हरे

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terça-feira, 25 de maio de 2010

Teocracia que não favorece somente uma Religião

Estimado Walter,

Hare Krishna!

Todas as glórias a Srila Prabhupada!

Realmente pode-se considerar uma utopia tanto o ideal laico como o teocrático democrático, bem como a concretização, na total perfeição, de qualquer conceito teórico desse tipo.

Da mesma forma, por exemplo, temos o paradoxo da “justiça perfeita” onde um juíz deveria ser completamente isento e ter superado as tensões entre o que é justo e o que é de sua própria preferência para julgar com perfeição, ou paradoxo do médico que deve tratar de maneira igual um desconhecido e seu próprio filho querido, que parecem ser muito difíceis de resolver.

Um governo com religião oficial muito dificilmente não sufocaria o crescimento de uma fé estranha à sua. Da mesma forma, um governo plenamente laico é muito difícil de se obter, pois dificilmente as pessoas não tomariam um partido, mesmo que de forma muito sutil e camuflada.

Porém, eu, em minha humilde visão, acredito que seja melhor um governo laico, ainda que imperfeito (pois pode ser melhorado), do que um governo com religião oficial, hostil às atividades missionárias de outras confissões religiosas, ou um governo ateu, que com certeza seria hostil a toda e qualquer crença no considerado sagrado ou sobrenatural.

Uma “Teocracia Democrática”, nos moldes apresentado pelo Prabhu Prahladesh, apesar de ter minha preferência, seria algo mais distante ainda, pois teria que ser implementado, testado (vencer as tensões dos paradoxos que você apontou), aprimorado, etc.

Como já afirmei antes, conjeturo que para o trabalho de pregação da ISKCON, os governos laicos são, sem dúvida, os melhores para o avanço da Consciência de Krishna no planeta Terra.

Grato,

Hari bol!

Mahesvara Caitanya Das

Estimado Prabhu Nanda-gopa dasa,

Hare Krishna!

Todas as glórias a Srila Prabhupada!

Por favor, aceite minhas humildes reverências.

Lí sua mensagem com grande atenção.

Gostaria de comentar que você afirma que o Candomblé, Umbanda e cultos indígenas são expressões religiosas grosseiras e que o catolicismo é superior, e por isso é digno de ter seu símbolo exposto em repartições públicas, enquanto que as crenças “inferiores” não podem ter esse direito. Esse julgamento é perfeitamente aceitável quanto exercido de forma particular e pessoal, no entanto, não cabe ao poder público fazer esse tipo de julgamento, muito pelo contrário, ele deve garantir a igualdade de oportunidades a todas confissões religiosas. Para tomar partido o governo deveria ter uma religião oficial.

O Estado laico não é ateu, mas é um estado sem preferência nem demonstração de fé. A condição de não ser ateu e simultaneamente não ter fé talvez seja contraditória em um indivíduo, mas não o é quando se trata de um Estado, pois este não pode ser sujeito da liberdade religiosa. A liberdade religiosa só pode ser exercida por indivíduos e suas associações na sociedade civil, mas nunca pelos Estados. Como a questão é importante, vale a pena entendê-la em detalhe. A rigor, Estados não podem ter ou deixar de ter fé: a fé é uma característica de pessoas. Instituições ou Estados podem, quando muito, promover uma ou outra fé, ou a falta dela. Entendendo que Estados laicos são sempre neutros com relação às matérias religiosas, então a laicidade implica que o Estado não promova nenhuma posição com relação à religião: nem o ateísmo, nem qualquer credo religioso. Nesse sentido, o Estado laico não é ateu, mas também não tem fé, ou seja, não promove a fé. Afinal de contas, a fé ou falta dela é uma questão de foro íntimo e deve ser completamente livre e voluntária, e não objeto de política pública. Assim, o Estado laico não se antepõe a símbolos religiosos! O Estado laico deve ser um árbitro que garante a todos a liberdade religiosa plena. E, como todo bom árbitro, ele não pode se comprometer com nenhum lado, do contrário sua isenção estaria comprometida.

Assim, decidir qual fé deve ser considerada refinada ou grosseira não cabe ao poder público, mas é uma questão de foro íntimo.

Além disso, a interpretação do crucifixo católico como uma mera expressão cultural (e não religiosa) brasileira, como o Prabhu Advaya crê e que também é sustentada por muitos juristas, clérigos católicos e políticos para justificá-los nas repartições públicas é que foi a causa de minha argumentação. Por isso afirmei, tomando-se por base esse critério, que os ícones religiosos da Umbanda, Candomblé e tradições indígenas são tão antigas e populares como o crucifixo e que igualmente refletem a tradição cultural brasileira. Não quis, com isso, dizer que essa ou aquela confissão é refinada ou grosseira, nem qual é superior ou inferior.

Assim, novamente afirmo o que eu já disse em mensagem anterior, que enquanto não tivermos algo semelhante a “Teocracia Democrática Consultiva” (como explicado pelo Prabhu Prahladesh Das), somente um governo laico, neutro e operando independentemente das visões religiosas poderá garantir o direito de liberdade religiosa, impedir excessos e punir hostilidades desses grupos religiosos que querem impor sua visão da Verdade.

Grato,

Hari bol!

Mahesvara Caitanya Das

HARE KRISHNA!

Por favor senhor Mahesvara Caitanyan Das, aceite as minhas reverencias!

Percebe-se que és uma pessoa culta e bem intencionada, e que segues com amor o senhor Srila Prabhupada, e isto é bom!

Meu querido senhor, existe de facto uma diferença entre os representantes de Deus, não devemos comparar a representatividade de movimentos religiosos grosseiros com a legitimidade da passagem e da mensagem do senhor Jesus o Cristo. Os ícones religiosos da Umbanda, candomblé e tradições indígenas tão antigas e populares como o crucifixo, que igualmente refletem a tradição cultural brasileira não devem estar em pé de igualdade. É dito nas escrituras que quem adora os fantasmas, vai ter com eles; que quem adora os semi-deuses, vai ter com eles; que quem adora a Deus, vai ter com Ele. Um cavalheiro não deve unir os pés com a cabeça, um cavalheiro deve sempre conduzir as almas condicionadas a Deus.  A cabeça é superior aos pés, todas as partes do corpo são importantes, não devemos negligenciar nem uma das partes, mas devemos saber das sua colocações hierarquicamente. A igreja católica não a detentora da lembrança do filho fidedigno de Deus, preso na cruz. Muitas outras vertentes religiosas lembram-se imediatamente de sua passagem aqui entre nós e da boa nova por ele manifestada. Jesus o Cristo tem uma importância muito maior do que estes factores de menor importância discutidos entre os intelectuais. Ele quando esteve por cá, não revogou a lei de Deus, entretanto os fariseus e escribas eruditos, em sua maior parte o desprezaram. Ele veio rectificar as distorções cometidas pelos religiosos da época. Sua importância é tanta que o tempo, mesmo tendo  em outras culturas suas medidas e consagrações se curvaram e hoje o mundo se baseia no  marco AC e DC. Não quero entrar em detalhes do que seja certo ou errado, mas quero que saibas que a presença do senhor Jesus o Cristo, mesmo que seja em um crucifixo, não deve ser remetida a exaustiva percepção sensorial dos servos de Deus. Certa vez quando os discípulos do senhor Jesus se aproximaram dele, com a intenção de tomar parte da politica abrindo uma frente, Jesus os repudiou, e disse-lhes:" Meu reino não é daqui!" Portanto não devemos desperdiçar tempo e energia com a politica de direito, mas sim aprimorarmos cada vez mais em sermos bons representantes de Deus, independente dos olhos do mundo. O senhor Srila Prabhupada também repreendeu seus discípulos quando eles estavam muito interessados em ter um representatividade na politica. Ele disse-lhes:" Nós somos representantes do senhor Caitanya Mahaprabhu, e devemos propagar Os Seus Santos Nomes e a consciência de Deus". Meus queridos Vaishnavas qualquer desvio em nome da justiça dos homens é uma mera perda de tempo. "Devemos dar a César o que é de César e a Deus o que é de Deus!"  Se o estado entregar qualquer quantia que seja para que as pessoas se lembrem de Deus, devemos aceitar! Melhor seria se as igrejas católica forcem doadas ao movimento para consciência de Deus, a ISKCON! Mas, dos males o menor. O importante mesmo é que se lembrem de um devoto Puro! Todas as glórias ao senhor Jesus o Cristo! Posso ate estar parecendo fugir do assunto, mas não estou. Todas as percepções de rivalidade entre religiões nascem da ignorância e da luxuria, este inimigo da auto-realização! 

Seu servo

Nanda-gopa dasa

quarta-feira, 19 de maio de 2010

Laicidade

Estimado Prabhu Acyutananda Dasa,

Hare Krishna!

Todas as glórias à Srila Prabhupada!

Quero, primeiramente, agradecer por enriquecer a conversa com sua contra-argumentação.

Não defendo minha posição de forma apaixonada, muito pelo contrário, ela é fruto de constantes ponderações imparciais e reavaliações das conclusões. Minha posição não é simplesmente a de divergir nas idéias, mas consistir as ideias. Assim, nossa conversa será muito construtiva para mim.

Realmente é verdade que o crucifixo pode ser encarado como aspecto da expressão cultural do povo brasileiro, porém também temos ícones religiosos da Umbanda, candomblé e tradições indígenas tão antigas e populares como o crucifixo, que igualmente refletem a tradição cultural brasileira, mas que não encontram a menor chance de serem afixados nas câmaras (legislativas, judiciárias e executivas), auditórios ou qualquer repartição pública, pelo simples fato de não pertencerem ao panteão católico.

Acredito que a maioria total dos devotos (inclusive eu mesmo) encaram o crucifixo com reverência e profundo respeito. Essa é a visão que em geral os devotos tem, pois gostam de se lembrar de Deus, independente dos rótulos, cujas mentes são flexíveis e abertas para aceitar as diferenças religiosas de forma respeitosa e construtiva, porém, infelizmente, não era essa a idéia de quem determinou a colocação dos referidos símbolos nesses lugares.

A ideia original é mostrar a presença e influência da igreja católica nas instituições brasileiras.

Exemplos disso não faltam. Em 13 de novembro de 2008, o presidente Lula e o Papa Bento XVI assinaram, em regime de urgência, o que se chama de “concordata”, um acordo entre o Vaticano e o governo brasileiro, com o argumento de “regulamentar o Estatuto Jurídico da Igreja Católica no Brasil”, que trata, entre inúmeras outras coisas, da transformação de todas as igrejas católicas em acervo cultural nacional, passando a ser mantidas com o dinheiro público (impostos pagos por judeus, budistas, umbandistas, ateus, devotos de Krishna, etc.) para sua devida manutenção (não só do prédio, como de todo o material de uso litúrgico). Como o Vaticano tem esse ambíguo status jurídico de Estado, embora seja um Estado que só existe para organizar e propagar uma religião, a concordata tem o valor de um tratado internacional, bilateral. Não pode ser rompido por um dos signatários, só por ambos. Em 20 artigos, o texto interfere em questões como o ensino religioso confessional na escola pública, efeitos civis do casamento religioso e o reconhecimento de que não há vínculo empregatício entre padres e freiras com as instituições católicas. Existem algumas dezenas de projetos correndo nas câmaras legislativas, que merecem urgência para serem julgados porque lidam com questões vitais para todos os brasileiros. Contudo, se arrastam pelo Congresso por anos. Algum de nós consegue imaginar por que motivo a “Regulamentação do Estatuto Jurídico da Igreja Católica” seria urgente para a nação brasileira? Não é necessário ressaltar que isso afronta o princípio de igualdade no tratamento às diferentes religiões, por parte do governo.

Existe uma inegável pressão dos principais setores da Igreja Católica para manter sua poderosa influência no governo brasileiro. Conforme colocado pelo Prabhu Prahladesh:

“Na altura Dom Antônio de Macedo Costa, líder intelectual do clero brasileiro afirmou:

"A doutrina católica ensina-nos, dignos cooperadores e filhos diletíssimos, que o tipo ideal da perfeição social não consiste na multiplicidade das seitas religiosas e na tolerância universal delas, mas sim na unidade perfeita dos espíritos pela unidade da mesma fé dentro do grêmio do universal rebanho de Cristo: Unum ovile et unus Pastor . Cônscia da divina missão que lhe incumbe, de realizar, quanto é possível sobre a terra, este sublime ideal evangélico, sustentará sempre a Igreja o direito que só ela tem da proteção dos Estados e condenará o sistema de indiferença que pretender colocá-la no mesmo nível de igualdade com as seitas e religiões falsas. Nem se concebe que a verdadeira Igreja desista de tão sagrado direito, que é sua razão mesma de existência."

Em outro trecho da mesma Pastoral redigida por esse Dom Antonio encontramos:

"Mas o que pedis à Igreja Católica é a tolerância ou é o suicídio? Ela não pode, sem contradizer toda a sua história, sem renegar a sua própria essência, sem anular-se, sem aniquilar-se completamente, sem trair a Jesus Cristo, admitir o princípio que todas as religiões são igualmente verdadeiras, ou que todas são falsas, ou que sendo uma só verdadeira, seja indiferente abraçar esta ou as outras; como se a verdade e o erro tivessem os mesmos direitos perante a consciência!"

Se não houvesse um governo Laico (forma de governo onde, idealmente, Estado e religião são separados), ainda que atuando não plenamente, porém, dentro do possível, como um árbitro neutro, com certeza não estaríamos aqui exercitando nosso direito de liberdade religiosa como devotos de Krishna. Essa é a vantagem de um governo sem tendências nem preferências religiosas. O laicismo foi um grande avanço para o povo brasileiro, sem o qual, a missão de Prabhupada não encontraria espaço para pregação.

O governo deve governar igualmente para todos. Porém, se existem os “preferidos” também existem os “preteridos”. Essa diferença no tratamento entre as religiões é que muitas vezes causa conflitos e divergências.

O exemplo da FIFA foi para mostrar a importância da neutralidade e isenção que um árbitro deve apresentar. É óbvio que a analogia é limitada, como normalmente o são todas as analogias, porém é um bom ponto de partida para se captar a idéia. Apesar de upamana carecer de precisão, Prabhupada costumava usar analogias para trazer uma melhor visualização de pontos de difícil compreensão (por exemplo: o disco solar e a refulgência do Brahmajyoty). Isso porque ele não usava upamana como método para obter conhecimento (pois carece de precisão), mas sim como forma de apenas ilustrar o conhecimento, que no caso de Prabhupada foi obtido através de sabda pramana. Da mesma forma podemos (conforme eu fiz) utilizar upamana apenas para ilustrar a validade ou não de uma conclusão que foi obtida através de anumana (lógica inferencial dedutiva ou indutiva) ou pratyaksha (percepção ou cognição direta).

Você também afirma que o exemplo da FIFA é tendencioso e parcial, pois parte do pressuposto que as religiões são adversárias entre si ou competidoras, como os times de futebol. Contudo, infelizmente, muitas religiões se vêem partícipes num tipo de disputa espiritual, numa “guerra santa”, a exemplo do catolicismo, conforme exemplificado acima no texto de Dom Antônio de Macedo Costa. Além dos católicos, os evangélicos, os muçulmanos como outras religiões não tão famosas encaram as outras confissões religiosas como sendo heresias falsas que não devem ser toleradas mas sim combatidas por todos os meios.

Assim, enquanto não tivermos uma Teocracia Democrática Consultiva Védica (como explicado pelo Prabhu Prahladesh Das), somente um governo laico, neutro e operando independentemente das visões religiosas poderá garantir o direito de liberdade religiosa, impedir excessos e punir hostilidades desses grupos religiosos que querem impor sua visão da Verdade. Então, nesse sentido, existe sim o pressuposto, por algumas das mais importantes religiões, da rivalidade e inimizade entre as diferentes religiões. É por causa disso que se criaram os movimentos de diálogo inter-religioso, para disseminar o entendimento e a coexistência pacífica na diversidade religiosa e apaziguar e conscientizar essas religiões que encaram as demais fés como inimigas e demoníacas.

Grato,

Hari bol!

Mahesvara Caitanya Das

Estimado Prabhu Advaya Dasa,

Hare Krishna!

Todas as glórias a Srila Prabhupada!

Após ler suas considerações percebi que o Sr. esqueceu-se de aplicar a “técnica da lupa” na aprovação da permanência dos símbolos religiosos nas repartições públicas e também extrapolar as consequências. Aplicando-se a técnica, poderíamos chegar num cenário até pior: a Igreja Católica poderia voltar a se tornar a religião oficial do país e vir a cercear os direitos de liberdade religiosa já adquiridos, podendo proibir qualquer atividade proselitista que não seja a católica, proibir qualquer expressão pública de fé alheia ao catolicismo (não poderíamos, por exemplo, distribuir os livros da BBT, nem poderíamos fazer kirtanas em locais públicos nem realizar o Rata-Yatra). Também poderia haver a proibição da utilização pública das vestimentas típicas de religiões diferentes do catolicismo (saris, dhotis, tilaka, kunti, danda, véu islâmico, kimonos zen, etc.). Se pudéssemos aplicar um “zoom” na “técnica da lupa”, para aumentar e extrapolar ainda mais suas consequências, poderíamos chegar a um modelo teórico de Estado que se assemelharia àquele que a humanidade sofreu durante a idade média, com absurdos em nome da Igreja Católica, como queimar em praça pública pessoas consideradas seguidoras de ímpias seitas. Usando suas próprias palavras, não acredito que Prabhupada pudesse aprovar e ao mesmo tempo compartilhar desta tese de intolerância em nome de um Estado não laico.

Por outro lado, poderíamos também aplicar a “técnica da lupa” em uma outra possibilidade que também não foi aventada: o Estado Laico poderia refinar e aperfeiçoar seus mecanismos para garantir a liberdade religiosa individual, assim como sua expressão coletiva, proporcionando, à exemplo do governo Mexicano (que é laico), que cada religião recebesse gratuitamente das autoridades públicas uma área para construção de sua sede (templo, igreja, centro, etc). Também poderia estabelecer um calendário oficial que respeitasse as comemorações de cada religião, onde os concursos públicos e ausências ao posto de trabalho público levassem em consideração essas datas. O governo federal também poderia determinar a construção de monumentos em homenagem às diferentes religiões, em locais exuberantes para exploração do potencial turístico, à exemplo do Cristo Redentor.

Dentro da minha humilde visão, a simples extrapolação teórica através da “técnica da lupa” não se mostra tão útil para defender as teses tanto da conservação dos símbolos como a de sua retirada.

Gostaria de comentar, que o Estado Laico brasileiro possui leis que garantem o direito de liberdade religiosa. Estas leis não possibilitam a proibição de se usar roupas (véu islâmico, dhoti, sari, etc.), símbolos (crucifíxos, tilaka, kunti, Johrei, etc.), nem a destruição de monumentos em homenagem a alguma religião, mas que, ao contrário garantem essas expressões da variedade religiosidade nacional.

Também gostaria de comentar sobre a funcionária pública, citada em mensagem anterior, que em sua mesa portava símbolos religiosos das mais variadas tendências. Nesse caso, a mesa da funcionária não é um espaço considerado público, mas de uso privativo do funcionário. Assim, é aceitável (e garantido pela lei de liberdade religiosa) que ela coloque o retrato de sua família, o símbolo do seu time de futebol, bem como ícones de sua confissão religiosa, ou de suas confissões, no caso de haver uma multi-pertença religiosa.

Acredito que um Estado Laico, que não propõe a primazia de uma religião sobre as outras, nem promove uma corrente religiosa específica em detrimento das outras, é, sem dúvida, melhor que os Estados que possuem religião oficial, os quais não respeitam os diretos de liberdade religiosa e sufocam as fés que não são a oficial. Para a pregação da Consciência de Krishna pela ISKCON, a existência de Estados Laicos são necessários e de vital importância.

Grato,

Hari bol!

Mahesvara Caitanya Das

Sri Ananta Narasingha Tadiya Bhagavan

Instructions for Worship of Sri Ananta Narasingha-tadiya Bhagavan

NOTE: Tadiya means that which is in relation to the person. So this Tadiya Shila comes from Ahobalam in Andhra Pradesh, where the Lord chased and caught the asura Hiranyakasipu.

Simple Prayog:

          1. Pujari should be freshly showered and wearing a clean
          dhoti and top piece.  Along with all paraphernalia for
          worship of Ananta-Nrsingha-tadiya, altar pictures of Srila
          Prabhupada, Pancha Tattva and Radha-Krishna are required.

          2. Mix at least 1 drop of Ganges water into the water pot,
          and fill the panchpatra (acmana cup).  Wrap upavita around
          thumb and stir the water around and chant

                             gange ca yamune caiva
                               godavari sarasvati
                             narmade sindho kaveri
                           jale 'smin sannidhim kuru

          Then sprinkle all articles of worship, chanting "om
          ugranarasinghaye namah" 8 times.

          3. While sitting on an asana and facing the altar pictures,
          take acamana (om kesavaya, narananaya, madhavaya, govindaya)
          and chant

                             om apavitra pavitro va
                            sarvavastham gato 'pi va
                           yah smaret pundarikaksham
                            sa bahyabhyantara suchih
                        sri vishnu sri vishnu sri vishnu

          4. Chant managala-shanti (swasti vachan) while holding
          a flower petal between 2nd finger and thumb of right hand:

                 om swasti no govindah swasti no achyutanantau
                       swasti no vasudevo vishnur dadhatu
                          swasti no narayano naro vai
                  swasti nah padmanabhah purushottama dadhatu
                      swasti no vishvakshena vishveshvarah
                      swasti no hrishikesho harir dadhatu
                             swasti vainateyo harih
                 swasti no anjana-suto hanur bhagavato dadhatu
                     swasti swasti sumangalaih kesho mahan
           sri krishna sac-cid-ananda-ghanah sarveshvareshvaro dadhato

          Throw the flower petal over the right shoulder while
          chanting the Pancha-Tattva Maha Mantra and Hare Krishna Maha Mantra.

          5. Repeat the following (bhuta suddhi):

               "I am by nature an eternal servant of Krishna,
               but by misfortune, due to being inimical towards
               Him from time immemorial, I have been identifying
               with this body and have been wandering in the
               cycle of repeated birth and death again and again
               in this material existance being burnt by the
               three-fold miseries.  Now as a result of some
               unimaginable good fortune, by the mercy of my
               spiritual master, I know that I am an eternal
               servant of Krishna, that I am completely apart
               from the gross and subtle body.  Now by the order
               of my spiritual master, following in his
               footsteps, I have obtained the good fortune of
               being able to serve his lotus feet as well as
               the Lotus Feet of Lord Chaitanya Mahaprabhu,
               Sri Sri Radha-Krishna, Sri Sri Laxmi Nrsingha
               and Ananta-Nrsingha-tadiya Bhagavan."

          Then chant:

              naham vipro na ca nara-patir napi vaishyo na shudro
               naham varni na ca grha patir no vanastho yatir va
                kintu prodyan nikhila paramananda-purnamrtabdher
                  gopi-bhartuh pada kamalayor dasa-dasanudasah

          and:

            divyam sri-hari-mandiradhya-tilakam kantham sumalanvitam
          vakshah sri-hari-nama-varna-subhagam sri-khanda-liptam punah
           putam sukshmam namambaram vimalatam nityam vahantim tanum
             dhyayet sri-guru-pada-padma nikate sevotsukam catmanah

          6. Worship of Guru (to remove all obstacles):

          Chant:

                            pratah sriman navadwipe
                           dvi-netram dvi-bhujamgurum
                            varabhaya-pradam shantam
                            smaret tan nama-purvakam

          Then offer a flower, while ringing bell, to Srila Prabhupada
          while chanting the guru pranam
          mantras.

          While wiping floor, setting up paraphernalia, etc., chant
          the 8 guruvastakam prayers, and end them with this verse:

                        srimad-guror astakam etad uccair
                        brahme muhurte pathati prayatnat
                       yas tena vrndavana-natha-shakshat
                        sevaiva labhya janusho 'anta eva

          7. Wrap thumb with upavita and chant "om ugranara singhaye
          namah" 8 times over the set-up articles.

          8. While sitting on an asana and facing the altar, perform
          visesha acamana, twice if possible:

          om keshavaya namah - sip water from brahma tirtha of right
          hand.
          om narananaya namah - same as above.
          om madhavaya namah - same as above.
          om govindaya namah - sprinkle water on right hand.
          om vishnave namah - sprinkle water on left hand.
          om madhusudanaya namah - touch right cheek.
          om trivikramaya namah - touch left cheek.
          om vamanaya namah - wipe upper lip with base of thumb.
          om sridharaya namah - wipe lower lip with base of thumb.
          om hrishikeshaya namah - sprinkle water on both hands.
          om padmanabhya namah - sprinkle water on feet.
          om damodaraya namah - sprinkle water on head.
          om vasudevaya namah - touch upper and lower lips with tips
          of fingers.
          om sankarshanaya namah - touch right nostril with thumb
          and forefinger.
          om pradumnaya namah - touch left nostril with thumb and
          forefinger.
          om aniruddhaya namah - touch right eye with thumb and ring
          finger.
          om purushottamaya namah - touch left eye with thumb and
          ring finger.
          om adhoksajaya namah - touch right ear with thumb and ring
          finger.
          om nrsinghaya namah - touch left ear with thumb and ring
          finger.
          om acyutaya namah - touch navel with thumb and little
          finger.
          om janardanaya namah - touch heart with palm of hand.
          om upendraya namah - touch head with all fingers.
          om haraye namah - touch right arm with tips of fingers.
          om krishnaya namah - touch left arm with tips of fingers.

          Chant:

                           om tad vishnu parama padam
                             sada pashyanti surayo
                             diviva cakshur-atatam
                             tad vipraso vipanyavo
                             jagrvamsah samindhate
                           vishnur yat paramam padam

          9. Purification (gaura nyasa, etc.)

          Slide tips of thumbs down the sections of each finger,
          from base to tip, and chant, starting with the forefinger:

          om sri laksmi-nrsinghaya namah (forefinger)
          om vajra-nakaya namah (middle finger)
          om maha-rudraya namah (ring finger)
          om sarvato-mukhaya namah. (little finger)

          Clench fingers of both hands together and then abrubtly
          spread all fingers out, showing open palms, while chanting

          om vikatasyaya namah.

          Clap palm of right hand to back of left and, then vice
          versa.  Chant:

          om virayaya namah.

          Alternative finger purification:
          Hold out thumbs of both hand, chant: om klim angustabhyam
          namah
          First finger: om gau tarjanibhyam namah
          2nd finger: om ra madhyamabhyam namah
          3rd finger: om ya anamikabhyam namah
          4th finger: om na kanisthikabhyam namah
          Clap palms together and chant: om ma karatala-
          karaprsthabhyam namah

          Touch heart with all fingers, chant: om klim hrdayaya namah
          " head " " ": om gau sirase svaha
          " sikha " thumb: om ra sikhayai vasat
          Cross arms: om ya kavacaya hum
          Touch eyes with 2 fingers: om na netrabhyam vausat
          Clap thrice, snap fingers above head in 4 directions: om
          ma astraya phat
          Chant: bhu bhuva sva om iti digbandhana

          10. Ring bell and chant:

          svagatam su svagatam bhavet (to bring Lord to arcana-pitha)
          or
          svagatam susvagatam te? (if He's already there)
          Then chant:
                             [Nrsingha bija mantra]
                ugram biram maha-ghoram jwalantam sarvato mukham
               nrsingham bijanam bhadram mrtyu mrtyum namamy aham

          11. Place flower petal and tulasi on snan vedi, show chakra
          mudra over it and chant:

          idam asanam + [mula mantra] am hrim ksraum krom hum phat sri
                             nrsingha tadiya namah

          12. Show pranam mudra, then avahana mudra in offering seat
          to Lord and chant:

                          prabhu krpaya svagatam kuru
             am hrim ksraum krom hum phat sri nrsingha tadiya namah

          13. Place His Lordship on snan vedi asana and show stapana
          mudra.  Remove crown, eyes.

          14.  Chant Nrsingha-bija mantra and show ankusa, dhenu, matsya,
          chakra, nrsingha and sarva mudras over water, flower petals and
          tulasi mixture in kushakushi.
          Chant etat padyam (& mula mantra) and offer one spoon as
          footwash.

          15. Chant: idam arghyam etc., ring bell and offer one spoon
          to head of Deity.

          15. Chant idam acmaniyam etc. and offer 3 spoons as footwash.

          16. Chant esha madhuparka etc. and offer one spoon as madhuparka.

          17. Chant idam tailam etc. and show dhenu, matsya, chakra, nrsingha
          and sarva mudras over pot of lemon or lime juice.  Ring bell,
          pouring over head of Deity.  Use brush to rub juice into Deity's
          rough surface.

          18. Chant idam sugandha tailam etc., show dhenu, matsya,
          chakra, nrsingha and sarva mudras over fragrant oil, ring
          bell and pour a few drops on head of Deity.  Massage with
          fingers.

          19. Chant Nrsingha-bija mantra and show ankusa, dhenu, matsya,
          chakra, nrsingha and sarva mudras over bathing water pot.  Fill
          small laxmi conch with that water.  Place tulasi leaves in conch.
          Chant idam snaniyam etc., show snana, nrsingha and sarva mudras,
          ring bell while pouring the water onto head of Deity while
          chanting Hare Krishna Mahamantra, or Brahma-samhita, or
          prayers to Lord Nrsinghadeva.  Pour thrice from laxmi conch,
          emtying shell completely each time.

          20. Keeping left hand covered, dry Deity with silk cloth.
          Place on eyes.  Put His Lordship on Ananta, atop a flower
          petal seat.

          21. Chant idam vastram etc., show vastra mudra.  Do same
          with upavitam and tilakam.

          22. Chant esha gandha, show N. & s. mudras, apply sandalwood
          chandan and kunkum to head of Deity (making tilak, mouth,
          etc.)

          23. Chant etat tulasi patram etc., show N.& s. mudras and
          decorate Deity with Tulasi.

          24. Chant idam abharanam etc., show N. & s. mudras, and
          place crown on His Lordship's head.

          25. Show chakra, padma, shanka and gada mudras, nrsingha
          and sarva mudra).

          26. Light a stick of incense.  Chant esa dhupa etc. and:

                  vanaspati rasotpanno gandhaya gandha uttamah
                aghreyah sarva-devanam dhupo 'yam pratigrhyatam

          Show dhupa, N. & s. mudras, offer through Guru to Gouranga,
          Krishna, Laxmi-Nrsingha and Ananta-Nrsingha tadiya, with
          appropriate mula mantras, 4-2-7, while ringing bell.

          27. Light camphor lamp.  Chant esha dipa etc. and:

                   swa-prakasho maha-tejah sarvatas timirapah
                sa bahyabhyantara-jyotir dipo'yam pratigrhyatam

          Show dipa, N. & s. mudras, offer 4-2-3-7 as above, while
          ringing bell.

          28. Chant idam malyam etc., show mali, N. & s. mudras and
          offer garland (or flower instead).

          29.  Chant idam naivedyam idam paniyam etc.  Pour a little water
          from conch over foodstuffs.  Chant om amrtopastaram asi svaha + mula
          mantra.  Show grasa mudra,* with "svaha" mantras (om pranaya svaha,
          ...apanaya...vyanaya...udanaya...samanaya...), then with
          mula mantra.  Ring bell and chant thrice pranam mantras
          for spiritual master, namo mahavadanaya, namo brahmanya
          devaya, pancha-tattva maha mantra, hare krishna maha-mantra,
          namaste narasinghaya and tava kara kamala prayers.  Then
          chant:

             yad-dattam bhakti-matrena patram pushpam phalam jalam
                     aveditam nivedyan tu tad grhanukampaya

          Chant first line of gayatri.

          30. After the Lord has taken, chant om amrtapidhanam asi
          svaha + mula mantra; then chant
          idam gandusam etc. + Nrsingha, sarva mudras
          idam mukha hasta praksalanam idam anga vastram etc. (ditto
          mudras)
          idam mukha hasam etc., offer spices, ditto mudras

          31. Chant idam sarvam and show N. & s. mudras over two
          flower petals.  Offer while ringing bell with mula mantras.

          32. Chant nrsingha gayatri:

                          aum ugranarasimhaya vidmahe
                vajranakaya dhimahi tan no nrsingha pracodayate

          33. Chant the following prayers:

                            mantra-hinam kriya-hinam
                             bhakti-hinam janardana
                             yat pujitam maya deva
                             paripurnam tad astu me

                            vidhi-hinam mantra-hinam
                             yat kinchid upapaditam
                            kriya-mantra-vihinam va
                           tat sarvam ksantum arhasi

                             ajnanad athava jnanad
                             ashubam yan maya krtam
                           ksantum arhasi tat sarvam
                             dasyenaiva grhana mam

                            sthitih seva gatir yatra
                          smritish cinta stutir vacah
                            bhuyat sarvatmana vishno
                            madiyam tvayi ceshtitam

                               aparadha sahasrani
                            kriyante har nisham maya
                            daso 'ham iti mam matva
                              ksamasva madhusudana

                             pratijna tava govinda
                            na me bhakta pranasyati
                            iti samsmrtya samsmrtya
                            pranan samdharayamy aham

                             kva caham kitavah papo
                            brahma ghno nirapatrapah
                             kva ca narayatety etad
                             bhagavan nama mangalam

                      na dharma-nistho 'smi na catma vedi
                        na bhaktimams tvac-caranaravinde
                         akincano 'nanya-gatih sharanya
                       tvat-pada-mulam sharanam prapadya

          "I am not a virtuous person, fixed in the principles of
          religious conduct, and neither am I a great
          transcendentalist, awakened to spiritual knowledge.  In
          addition to this, I have not the slightest trace of devotion
          for Your lotus feet.  O refuge of the devotees, although
          I am so unqualified, please permit me to take shelter under
          your lotus feet, for I am now lost in this material world,
          I do not possess anything of value, and I have no place
          to turn."

          na ninditam karma tad asti loke
          sahasrasho yan na maya vyadhayi
          so'ham vipakavasare mukunda
          krandami sampraty agatis tavagre

          "In this world there is not a single abominable deed that
          I have not done thousands of times.  Now that my sins are
          bearing fruit, and I have no place to turn, I come before
          You.  I weep and cry out, 'O Mukunda'."

          aparadha-sahasra-bhajanam
          patitam bhima-bhavarnavodare
          agatim sharanagatam hare
          krpaya kevalam atmasat kuru

          "O Lord Hari, please mercifully accept this person who
          is a storehouse of thousands of offenses, who has fallen
          into the terrible ocean of repeated birth and death, who
          has no place to go, and who now begs shelter from You."

                             [Nrsingha maha-mantra]
          Om namo bhagavate sri maha-nrsinghaya, damstra haralavadana
          ghora-rupaya vajra-nakhaya jvala maline mama vighnan paco
          paco mama bhayan bhindhi bhindhi mama shatrun vidravaya
          vidravaya sarva riston prabhanjaya prabhanjaya chata chata
          hana hana chindi chindi mama sarva bhistan puraya puraya
          mam raksha raksha hum phat svaha

                         om namo bhagavate narasinghaya
          namas tejiyase avir avirbhava vajra nakha vajra damstra karmasayan
                  randhaya randhaya tamo grasa grasa om svaha
                   abhayam abhayam atmani bhuyistha om ksraum

          Om namo bhagavate narasinghaya hiranyakashipu vaksyasthala vitaranya tribhuvanavyapakaya bhuta preta pishachadakini-
          shakini mulanmulanaya stambhodbhavaya samastadoshan hara
          hara visara visara paca paca hana hana kampaya kampaya
          hrim hrim phat phat tham tham ehi rudra ajnapataye svaha
          om.

          Om ksraum namo bhagavate narasimhaya jvalamaline dipla
          damstrayagni netraya sarva rakshaghnaya sarva bhutavinasaya
          sarva jvara vinashaya daha daha paco paco raksha raksha
          hum phat

          34. Lord Nrsingha's maha may be offered to Srila Prabhupada
          with this mantra:

                 idam narasingha-mahaprasadam idam gurave namah

          And water for washing the mouth may be offered with this
          mantra:

                       idam acamaniyam aim gurave namah.

          Note: Sri Sri Laxmi Nrsingha receive bathing, chandan,
          Tulasi, dhupa, dipa and sarva offering with the mula mantra
          "am hrim ksraum krom hum phat laxmi nrsinghabhyam namah."

A Iskcon realmente cuida de seus membros?

Por SG Sriman Kripamoya Prabhu

Claro que sim! Por que alguém faria uma pergunta assim tão provocadora? ISKCON é uma missão de pregação, uma irmandade mundial de compassivos Vaisnavas, totalmente dedicada ao trabalho de levar o bem-estar mais elevado para a humanidade. Sacrificamos a nossa vida inteira para chegar aos outros e dar-lhes o dom maior: o amor de Deus. Pelo menos, é assim que nós gostamos de nos ver. Por isso sempre ficamos surpresos quando essa pergunta nos é feita por membro da ISKCON que não vivem em um dos nossos 500 centros.

                        Alguns desses membros viveram em templos da ISKCON por alguns anos a agora são membros da nossa crescente comunidade, e outros são membros que nunca viveram em um templo. No entanto um número considerável dos membros parecem estar insatisfeitos sobre o grau de atenção que nossa instituição lhes proporciona. Eles relatam que tiveram algumas experiências decepcionantes, ou dizem que não conseguimos orientá-los adequadamente em um momento crítico de suas vidas. Alguns deles dizem que esquecemos deles completamente. E alguns deles são infelizes o suficiente para relatar aos outros as suas experiências e decepções. Assim, uma seção da ISKCON acha que a sociedade realmente se preocupa com as pessoas, e outra secção não.

                         Deixe-me dizer uma coisa muito rapidamente: Não conseguiremos agradar a todos, e sabemos disso. E sabemos também que algumas pessoas gostam de criticar tudo o que fizermos por eles, temos consciência disso. E se nós gastarmos todo nosso tempo cuidando de todos os nossos muitos membros e todas as suas diferentes necessidades, mas não cuidamos das necessidades de Srila Prabhupada e Sri Caitanya Mahaprabhu, bem, então nós também estaremos falhando. Talvez a resposta reside na criação de algum tipo de equilíbrio.

                       Você vai encontrar muitos devotos amáveis e cuidadosos dentro da ISKCON. O tipo de pessoa que você procurará se você tiver um problema. Pessoas realmente maravilhosas que empenham horas de seu tempo a cada semana para trazer felicidade, esperança, conforto e segurança para as vidas dos outros. Eles estão sempre pensando no bem-estar dos outros e em criar medidas concretas para prestar assistência a todos os que precisam de sua ajuda. Mas muitas vezes eles não são conhecidos fora de sua comunidade local e sua participação deve ser mais amplamente conhecida.

                        No entanto, apesar disso, os líderes da ISKCON reconhecem que de certa forma algo não vai muito bem, e que como uma organização, poderíamos estar fazendo um pouco mais. Podemos ter os mais abnegados e cuidadosos devotos em diferentes partes do mundo, mas e sobre a estrutura e as políticas da ISKCON? Elas refletem os valores de uma organização que cuida de seus membros? Ou uma organização que se preocupa mais com o sucesso da sua mensagem e missão? O que as pessoas estão dizendo? Como poderíamos fazer melhor?

                        Bem, toda a sociedade deve ser estruturada de uma maneira que se tenha mecanismos de proteção para os seus membros mais vulneráveis: os jovens, as mulheres, os pobres, os doentes, os deficientes e os idosos. As mulheres também necessitam de um cuidado extra, porque elas são fisicamente e emocionalmente vulneráveis. Srila Prabhupada também nos disse que medimos o valor de uma sociedade pela forma como ela cuida de suas vacas e outros animais indefesos. Como estamos fazendo? Não oferecemos qualquer suporte local aos nossos membros quando eles ficam doentes ou deficientes? E quando nossos membros ficam velhos? Se um devoto que passou muitos anos em angariação de fundos para o movimento cai em tempos difíceis, e precisa de ajuda financeira, podemos ajudar?  E algum devoto que precise de conselhos sobre a carreira ou educação, após vários anos passados no templo, podemos oferecer qualquer tipo de assistência? Que tal ajudar com alojamento? arranjos de casamento? Claro, seria uma parte rara de membros da ISKCON que prometeram toda a ajuda a algum membro com a sua carreira, finanças, educação, habitação ou casamento. E uma ainda mais rara quem efetivamente fez isso.

                        A ISKCON nasceu para oferecer apoio espiritual e orientação para o mundo. Nossa missão é propagar o movimento sankirtan, e não desenvolver uma organização alternativa de caridade. No entanto, quando os membros de uma organização religiosa tem seus maiores problemas solucionados por essa organização, eles tendem a permanecer na organização por muito mais tempo. Mas no entanto, o que fazer sobre nossa missão, a orientação espiritual para o mundo?

E o mundo inclui também nossos próprios membros. Então, o que estamos fazendo? Como estamos classificando nossos membros? Alguns são tidos em alta conta, especialmente os membros que podem fazer sankirtan regularmente. Mas aqueles que não vivem próximos de um templo, ou que têm limitações devido ao trabalho ou compromissos familiares, costumam dizer que seria bom se a ISKCON desse mais treinamento e educação, e também instalações para o culto religioso mais próximo de onde vivem. Muitos anos atrás, mas muitos mesmo, os membros da ISKCON eram todos jovens, solteiros, altamente comprometidos, e há pouco tempo convertidos a Consciência de Krishna.

Eles viviam juntos em comunidade, minimizavam as suas necessidades, e passavam seus dias no sacrifício da atividade missionária. Embora ninguém ainda saiba as estatísticas das ISKCON para o ano de 2010, podemos fazer uma suposição razoável de que este tipo de devoto agora torna-se menos de 20% da nossa adesão total. Atualmente, nosso movimento é composto por pessoas de todas as idades, a maioria com profissões variadas e que estão em uma grande variedade de situações familiares. E não vamos esquecer que muitos de nossos membros - que foram convidados a tornarem-se membros através de nosso trabalho missionário - não vivem em qualquer das grandes cidades onde estão nossos templos. Se nós os convidamos para fazer parte da família de Srila Prabhupada, então é lógico que também devemos encontrar formas para que eles possam ser felizes e produtivos como membros da família ISKCON

Parece que ainda temos muito trabalho a fazer! Como outras organizações religiosas cuidam de seus membros? Para obter essa resposta, eu visitei outros grupos religiosos ao longo do tempo para pegar idéias sobre como eles cuidam de seus membros. Uma coisa é muito clara para mim: que quando uma pessoa se compromete a tornar-se membro de um determinado grupo, então esse grupo cria esforços para ajudar e manter seus membros pelo maior tempo possível. Como os membros, depois de consideráveis esforços missionários para encontrá-los e depois convencê-los, eles devem vistos como pessoas muitíssimo valiosas.

O primeiro princípio importante é como os ensinamentos da organização são repassados.Embora tenhamos palestras do Srimad Bhagavatam e Bhagavad-Gita nas salas do templo, é igualmente importante transmitir os ensinamentos aos membros sobre quando e onde eles podem tirar melhor proveito deles, talvez em casa ou num pequeno grupo. A maioria dos membros têm dúvidas e precisam ter suas dúvidas respeitadas e cuidadosamente tratadas. Se o membro faz parte de uma família – o qual não tem familiaridade com a cultura indiana ou com alguns estilos de vida alternativos – então deve ser explicado com muito cuidado todas as características e filosofia de nossa instituição. Então, na vida dessas famílias que são novas para a Consciência de Krishna, e aqueles que tenham sido iniciadas há muitos anos, os tempos difíceis surgirão no caminho da vida durante o qual se tornará difícil se concentrar sobre as práticas espirituais. Em uma pesquisa que realizei no Reino Unido, descobri que a japa diária e outras práticas espirituais tornaram-se difíceis na vida de alguns devotos em situações de grande estresse, tais como: mudança de casa, uma morte na família, perda de um emprego ou dificuldades em um relacionamento.

É importante, nesses momentos, que os líderes da ISKCON tenham um cuidado extra. Uma família inglesa com a qual eu conversei, disseram que haviam recentemente se tornado membros dos Mórmons, e relataram que eles ficaram atraídos não somente pelos ensinamentos, mas também pela "sensação da família" e pelo fato de que os membros da igreja ajudam uns aos outros com cuidados com os filhos, casa, mudanças de residências, esportes e outros eventos organizados pela congregação. Conversei também com um judeu londrino, que me disse que sua comunidade poderia ajudar os seus membros com todos os tipos de contatos profissionais, como jurídico, financeiro, moradia, assistência médica, e sim, o casamento também! Em suma, quando alguém se torna um membro de uma dessas comunidades religiosas, sua vida se torna mais fácil, e de certa maneira, materialmente mais felizes, e assim as pessoas realmente querem permanecer membros. E Não só isso, mas também convidam seus amigos para se tornarem membros também!

Como ISKCON esta crescendo, o trabalho dos líderes de nossa sociedade será mais focado na vida e nas contribuições dos membros com as famílias e carreiras profissionais, e também a suas reais necessidades, tanto espirituais como sociais. Esse é o caminho de todas as organizações à medida que crescem e os membros alteram os padrões. Nós não perderemos a essência do nosso núcleo missionário através desta forma de crescimento, mas sim vamos atrair os recursos e capacidade para fazer muito mais para a grande missão de Srila Prabhupada.

quarta-feira, 5 de maio de 2010

Estado Laico

Srimad-Bhagavatam 1, 16.10

Como Pariksit Recebeu a Era de Kali

Suta Gosvami disse: Enquanto Maharaja Pariksit residia na capital do império Kuru, os sintomas da era de Kali começaram a infiltrar-se dentro da jurisdição de seu estado. Quando ele soube disso não considerou o assunto muito agradável. Isso deu-lhe, contudo, uma oportunidade de lutar. Ele apanhou seu arco e flechas e preparou-se para atividades militares.

Significado: A administração estadual de Maharaja Pariksit era tão perfeita que ele podia ficar sentado pacificamente em sua capital. Mas ele recebeu a notícia de que sintomas da era de Kali já haviam se infiltrado dentro da jurisdição de seu estado, e ele não gostou dessa notícia. Quais são os sintomas da era de Kali?

Eles são 1- ligação ilícita com mulheres, 2- indulgência com comer carne 3- intoxicação 4- complacência em jogos. Era de Kali significa, literalmente, era das desavenças, e os quatros sintomas acima mencionados na sociedade humana são as causas fundamentais de todas as espécies de desavenças. Maharaja Pariksit ouviu falar que algumas pessoas do estado já tinham adotado esses sintomas, e ele quis tomar medidas imediatas contra essas causas de inquietação.

Isso significa que pelo menos até o regime de Maharaja Pariksit esses sintomas de vida pública eram praticamente desconhecidos, e logo que eles foram levemente detectados, o rei quis dessarraigá-los. A notícia não o agradou muito mas de certa maneira o agradou, porque Maharaja Pariksit obteve uma oportunidade de lutar. Não havia necessidade de lutar com os pequenos estados porque todos estavam pacificamente sob sua subordinação, mas os canalhas de Kali-yuga deram a seu espírito de luta uma oportunidade de exibir-se.

Um ksatriya perfeito fica sempre jubiloso quando obtém uma oportunidade de lutar, assim como um esportista fica ansioso quando surge uma oportunidade de uma competição esportiva. Não é correto o argumento de que na era de Kali esses sintomas são predestinados. Se fosse assim, por que haveria preparação para lutar contra tais sintomas? Esses argumentos são apresentados por homens preguiçossos e desventurados. Na estação das chuvas, a chuva é predestinada, e ainda assim as pessoas tomam precauções para proteger-se.

Analogamente, na era de Kali os sintomas acima mencionados com toda certeza infiltrar-se-ão na vida social, mas é dever do estado salvar os cidadãos das associação dos agentes da era de Kali. Maharaja Pariksit queria punir os canalhas que se acumpliciavam com os sintomas de Kali, e assim salvar os cidadãos inocentes que guardavam hábitos puros devido ao cultivo da religião. É dever do rei dar essa proteção, e Maharaja Pariksit estava perfeitamente certo quando se preparou para lutar.

Seu servo

Gostha Vihari Dasa (PS)

Ser Religioso

Ah sim,

O templo é o reflexo da nossa alma, e a Deidade autorizada, é o mesmo paramatma que está em nosso coração. Tudo depende da nossa consciência. Assim como somos por dentro, somos um canal do externo, na percepção divina, da adoração e do serviço devocional. Esta é a idéia de Srila Prabhupada. E as Deidades se tornam fundamentais para os devotos neófitos, que estão começando seu serviço, e também muito importantes para os devotos avançados que já podem ver a realidade na Deidade na atitude pessoal de amor e relação.

Mas o ponto que foi colocado na mensagem é sobre uma pessoa que simplesmente acha que ir num templo ou igreja vai se realizar. Porém, ao mesmo tempo, para um devoto, que está em plena consciência de Krsna, ou de Cristo, a igreja ou templo, é uma embaixada espiritual neste mundo material.

Muita luz no seu coração.

Abraços. Haribol. Alemão

Hare Krishna bk. Alemão

tenho lido alguns de suas mensagens, muito boas profundas por tanto relevantes. neste tema do religioso. Tenho uma observação : vc. não acha que alguem que vai ao templo uma igreja está em um nivel de aproximaçâo de Deus?  Se os templos são para canalizar a energia divina? É verdade que Deus habita no coração, no aspecto de Paramatma, mas Krishna tambem é omnipenetrante e está em toda existencia visivel ou não como a essência das coisas, então dentro e fora depende da consciência.  Srila Prabhupada instalou deidades de Krishna para ter uma referencia  da existencia do divino, justamente para treinar a mente.

Haribol

Mani

Um amigo me disse que era religioso porque ia à igreja aos domingos. Isto me deixou perplexo, porque como uma pessoa pode praticar religião ou ter noção de ser religioso simplesmente por ir a uma igreja, templo, ou mesquita? Como pode uma ação externa e social religiosa ter alguma relação com o nosso avanço interno e de entrega completa para Deus? Tente entender. Estamos tentando minimizar as coisas. Uma ida à igreja, a leitura de um livro sagrado, ou uma crença, não nos coloca na posição de nos sentirmos seguros na realização divina. Tudo isto é só uma traquinagem, um arranjo acomodativo da nossa mente esperta que quer um acordo com nossa consciência, ou inconsciência, para não se sentir mal diante daquilo que é espiritual. O fato é que ser religioso é estar vivendo o elo de amor com Deus, Krsna, no interno, na vivência diária, no coração, independentemente de tudo o que é externo. As igrejas, templos, e tudo mais, são apenas locais onde vamos canalizar a nossa energia rendida ao Senhor. Mas quem não é entregue a Deus não pode interagir perfeitamente com os ditos locais sagrados. Na verdade, como dizia Jesus, o corpo que temos é o nosso templo, e o coração é o altar onde reverenciamos constantemente o Senhor. Podemos levar o nosso corpo templo para todos lugares, junto com o nosso coração, e estar em adoração permanente a Deus. Isto é religiosidade. Krsna, o próprio Deus, diz: "Pensa sempre em Mim". Krsna existe como a Deidade nos templos para nos proporcionar oportunidades de serviço mais facilmente, de forma visível e autorizada, mas Krsna está em nossos corações. É no coração que acontece o real serviço. Por isso Krsna nos pede devoção e amor. Isto é interno. E os templos nada mais são do que reflexos externos do nosso coração dedicado em amor ao Senhor. Quem não está nesta situação não pode entender para que existe uma igreja ou templo, e seu coração está sem brilho. A forma perfeita de adorar Krsna nesta era é cantar constantemente o Seu Santo Nome. Isto nos tornará religiosos e divinos.

Alemão

terça-feira, 4 de maio de 2010

Aborto e a Linguagem do Inconsciente

Cabe-nos como participantes da Sociedade Internacional para a Consciência de Krsna espalhar profusamente este processo através da divulgação do cantar de Hare Krsna e do processo em si.

Srila Prabhupada queria que o Movimento para a Consciência de Krsna revolucionasse o mundo e o modo de pensar dos habitantes de Kali Yuga.

Isto só será possível por experimentarmos o Gosto Superior dos Santos Nomes

Hare Krsna Hare Krsna Krsna Krsna Hare Hare
Hare Rama Hare Rama Rama Rama Hare Hare

Com isto a grande maioria da população irá abandonar o comer de carne, o aborto, a intoxicação, etc. 

Mas também temos que ser realistas e compreender que nem todos seguirão este processo.

E assim, o Estado Teocrático consciente de Krsna enquanto Estado e suas leis deve abranger a todos (mesmo aqueles que não quiserem adoptar a Consciência de Krsna). Assim como o Estado laico nas suas leis respeita as opções religiosas de seus integrantes.

Em 1975 Srila Prabhupada tinha um encontro com Indira Gandhi, no entanto devido a que estava ameaçada de morte este encontro não ocorreu.

Srila Prabhupada tinha dez pontos que gostaria de apresentar à líder da maior Democracia do Mundo. E um deles era que os comedores de carne deveriam permanecer em casa, não em público. Aqueles que quissesem comer carne teriam que pessoalmente matar os animais.

Ou seja, de acordo com Srila Prabhupada, o Estado ideal Teocrático Consciente de Krsna não apóia o consumo de carne, mas ao mesmo tempo tal prática não é ilegal nem é punível pela Lei.

O Estado Teocrático ideal Consciente de Krsna não apóia o consumo de carne, o aborto, a intoxicação, etc, mas tais práticas não são ilegais ou puníveis pela Lei, cabendo a cada indivíduo ou grupo de indivíduos a responsabilidade por tais actividades a nível Kármico (aqueles que matam sua mãe (vaca) são mortos pela sua mãe (aborto)) e prático (um veterinário (consumo de carne) e um médico (aborto) que orientem, divulguem e concordem com tais práticas).

E agora utilizando uma linguagem politizada, estas "concessões legalizadas" teriam o único propósito de fazer com que gradualmente os habitantes de Kali Yuga abandonassem tais práticas e alcançassem o padrão ideal de um ser humano civilizado.

Vosso servo
Prahladesh Dasa Adhikari

www.bhakti-tattva.blogspot.com

“…gostaria de comentar sobre a parte onde se fala sobre o Estado Laico, pois sou a favor do mesmo.
Como participo de forma intensa em alguns dos mais expressívos grupos de Diálogo Inter-religioso de São Paulo, sempre encontro com religiosos, políticos, juristas, etc., que se opõe a essa iniciativa, acusando o "Estado Laico" de "Estado Ateu", apesar de o laicismo ser previsto na Constituição brasileira, mas que na prática não é levada muito a sério.
É importante ressaltar que laicidade não trata de desprezar, nem de negar ou de substituir a fé. 

A remoção de símbolos religiosos de repartições públicas não é uma tentativa de suplantar qualquer tipo de dogma. Laicidade significa apenas que tanto a opção entre quaisquer formas pensamento místico-religioso ou visão racional materialista atéia, como modelos de visão de mundo, deve ser matéria de foro íntimo. 

Não cabe ao Estado propor a primazia de qualquer um deles sobre o outro e, no tocante à exibição de símbolos, a única maneira de fazer com que o Estado não promova nenhuma corrente acima das demais é com paredes limpas.O termo "Laico" não quer dizer inimigo da religião. 

Laico significa ser a favor do respeito pleno a todas as religiões, sem exceção, assim como à ausência delas. A presença de símbolos religiosos em repartições públicas está ligada a uma inegável manifestação de preferência por parte do Estado a um determinado seguimento religioso, e a laicidade é a garantia de que não haja preferências, para sermos todos iguais perante a lei e perante o Estado. 

Analogamente, não é preciso imaginar que sejam inimigos do esporte os indivíduos que desejem retirar bandeiras de times de futebol de tribunais de direito: trata-se apenas de ser amigo da neutralidade e idêntico respeito frente a todos os times.O Estado laico não é ateu, mas é um estado sem preferência nem demonstração de fé. 

A condição de não ser ateu e simultaneamente não ter fé talvez seja contraditória em um indivíduo, mas não o é quando se trata de um Estado, pois este não pode ser sujeito da liberdade religiosa. A liberdade religiosa só pode ser exercida por indivíduos e suas associações na sociedade civil, não por Estados.

Como a questão é importante, vale a pena entendê-la em detalhe. A rigor, Estados não podem ter ou deixar de ter fé: a fé é uma característica de pessoas. Instituições ou Estados podem, quando muito, promover uma ou outra fé, ou a falta dela. 

Entendendo que Estados laicos são sempre neutros com relação às matérias religiosas, uma vez que se há preferidos, há preteridos, então a laicidade implica que o Estado não promova nenhuma posição com relação à religião: nem o ateísmo, nem qualquer credo religioso. Nesse sentido, o Estado laico não é ateu, mas também não tem fé – ou seja, não promove a fé. 

Afinal de contas, a fé ou falta dela é uma questão de foro íntimo e deve ser completamente voluntária, e não objeto de política pública. Assim, o Estado laico não se antepõe a símbolos religiosos! O Estado laico deve ser um árbitro que garante a todos a liberdade religiosa plena. E, como todo bom árbitro, ele não pode se comprometer com nenhum lado, do contrário sua isenção estaria comprometida. 

O que seria do juiz de futebol que apitasse um jogo portando símbolos de qualquer time? Assim como o Estado, o árbitro não se antepõe a nenhum clube de futebol, e bem por isso ele não pode se associar a qualquer um deles. O Estado laico, da mesma maneira, não é contra símbolos religiosos, mas contra ouso de símbolos religiosos em repartições públicas, de maneira que eles comprometam a neutralidade desse Estado. 

É muito curioso que os defensores do Estado laico sejam acusados de intolerantes se eles são os únicos que propõem que a lei seja cumprida com rigor para fazer valer a igualdade plena entre cidadãos. Será intolerante quem deseja retirar os símbolos de um clube de futebol dos tribunais, ou intolerante é quem não admite quaisquer outros símbolos, nem a ausência deles? 

Cabe enfatizar que a Constituição Federal não conformou um Estado ateu, nem hostil às religiões, apenas estabeleceu um regime não confessional. Não há religião oficial, mas também não há política oficial de repúdio à religião. A laicidade, repito, não é o repúdio à religião, e é por isso que diversos grupos religiosos apóiam a retirada de símbolos religiosos de repartições públicas. Mas laicidade é, sim, repúdio ao uso do Estado a serviço de qualquer religião ou do ateísmo.

Grato,

Hari bol!

Mahesvara Caitanya Das (JPS)

Aborto e a Linguagem do Inconsciente

Abortion and the Language of Unconsciousness

Sua Graça Ravindra Svarupa dasa

Em A Política e a Língua Inglesa, um ensaio publicado em 1946, George Orwell mostrou como a escrita e o discurso político, que, ele disse, são “em geral, a defesa do indefensável”, corrompem a linguagem através de prolixidade, expressões de uso desgastado, imprecisão, ambigüidade e eufemismo. 

O intento do escritor ou orador, Orwell disse, é ocultar o que ele está de fato dizendo – ocultar inclusive de si mesmo. Por exemplo: “Vilas indefesas são bombardeadas por aviões, os habitantes conduzidos para a zona rural, o gado metralhado, as choupanas reduzidas a cinzas por meio de munição incendiária: isto se chama pacificação. 

Milhões de camponeses são privados de suas fazendas e conduzidos exaustos pelas estradas com nada mais do que podem carregar: isto se chama transferência de população ou retificação de fronteiras. Pessoas são aprisionadas por anos sem direito a julgamento, ou baleadas na nuca ou enviadas para morrer de escorbuto em explorações florestais nas regiões árticas: isto se chama eliminação de elementos instáveis. Semelhante fraseologia é necessária se alguém quer nomear coisas e eventos sem evocar imagens mentais dos mesmos”.

O ensaio de Orwell tornou-se famoso, mas isso não inibiu oficiais americanos de usar esses mesmos eufemismos durante a Guerra do Vietnam.
Mais recentemente, ofereceu-se ao público americano uma dramatização da lição de Orwell no programa televisivo de grande ibope Holocausto, do diretor Marvin Chomsky. 

Um personagem principal na história era Eric Dorf, um advogado jovem e brilhante que se tornou proeminente no SS principalmente em virtude de seu talento em manufaturar eufemismos. Dorf chamou os guetos nos quais os judeus eram confinados de “Territórios Judaicos Autônomos”; a remoção dos judeus para campos de extermínio ele chamou de “reassentamento” e “relocação”; o assassinato de judeus em massa ele chamou de “manejo especial”. Deste modo, Dorf proveu ao SS uma maneira de falar sobre suas atividades sem fazer com que eles mesmos e seus ouvintes tivessem inapropriadamente a consciência do que estavam verdadeiramente fazendo.

“Linguagem política”, escreveu Orwell, “é produzida a fim de fazer com que mentiras pareçam verdades, e assassinatos, algo respeitável”. Todavia, nem o ensaio de Orwell nem a popularização de sua lição em Holocausto parece ter detido o uso da linguagem política. Ela continua atendendo uma grande necessidade. 

Um exemplo particular da contemporaneidade americana é muito elucidativo.

A questão política aqui é o aborto. Aborto, porém, é uma palavra feia e brutal, pois o que ela nomeia é feio e brutal. Um outdoor anunciando ABORTO com letras de um metro de altura chocaria a nossa sensibilidade. Mas não somos desnecessariamente conscientizados do serviço oferecido quando lemos INTERRUPÇÃO DE GESTAÇÃO. Eis uma amostra de linguagem política com todo o seu primor. 

Um conjunto de desgraciosas palavras polissilábicas é substituído por uma palavra curta e direta. A nova expressão astutamente afasta o fato de que uma vida é findada sugerindo que apenas uma gravidez o é. A expressão, nas palavras de Orwell, “cai sobre os fatos como neve macia, obscurecendo os contornos e cobrindo todos os detalhes”.

Ademais, quando a mãe decide que alguém interromperá sua gestação – isto é, abortará seu feto – ela, em momento algum, ouve algo tão claro e ofensivo como o fato de que a morte de uma criança ocorrerá. Ao invés disso, ela ouve que o tecido será removido, uma expressão que confortavelmente coloca a operação no nível do cortar de uma unha encravada ou da remoção de uma verruga ou outra excrescência qualquer.

Obviamente, algum Eric Dorf anônimo está trabalhando diligentemente, fazendo um serviço necessário.

O próprio fato de os abortistas refugiarem-se na linguagem política é, em si mesmo, um forte argumento contra o que defendem. Não haveria necessidade para eufemismo se não houvesse nada a ser escondido. A denúncia da enganação apenas mostra quão afoitas as pessoas estão para se tornarem destituídas de consciência em relação aos seus atos. 

Embora, no coração, reconheçam a auto-enganação, prosseguem com o artifício, pois a clareza de consciência seria insuportável.

Orwell constatou que, quando a linguagem é corrompida, o pensamento é corrompido, a consciência é corrompida – o povo é corrompido. Aprimorar a linguagem é aprimorar os seres humanos. Contudo, o aparecimento da linguagem política entre aqueles que advogam a favor do aborto mostra especialmente quão difícil é o problema. 

A maior parte dos abortistas é liberal e, como tal, alegam serem sensíveis ao tipo de linguagem necessária para a totalitária burocratização do mal. Eles, acima de tudo, ouviram Orwell. Infelizmente, contudo, eles são suscetíveis à mesma corrupção. As expressões interrupção de gestação e remoção do tecido devem ser adicionadas a pacificação, eliminação de elementos instáveis e manejo especial como parte da particular contribuição de nosso tempo para a corrupção da vida humana.

Suspeito, entretanto, que alguém advogando a favor do aborto acusaria o meu caso de ser petitio principii e afirmaria que tenho de lidar com questões mais substanciais do que a linguagem. As expressões interrupção de gestação e remoção do tecido, os abortistas diriam, são de alguma maneira eufêmicas, mas são mais do que isso. 

A mãe buscando por um aborto fez uma difícil escolha, e grande parte de sua dificuldade se deve ao seu condicionamento causado por uma especiosa perspectiva que trata o feto como uma pessoa e a destruição do mesmo como homicídio. Essa visão é baseada na idéia não científica de que o feto é uma pessoa em virtude de uma “alma”. 

Chamar o feto de tecido apenas enfatiza que tecido é tudo o que o feto de fato é, e tecido é tudo o que é destruído. Meu argumento pressupõe que o feto é uma pessoa, mas essa suposição é precisamente o que está sob questionamento.

Aqui, portanto, o aborto é justificado por uma visão de mundo que (apelando à autoridade da ciência) vê tudo na existência, inclusive os seres humanos, como surgido, em última instância, de combinações acidentais de matéria inconsciente e sem vida. 

Todos são familiarizados com essa posição. Como uma justificativa para o aborto, todavia, isso tem problemas. De acordo com essa visão, um óvulo fertilizado se torna um ser humano através de uma complexidade em estrutura orgânica gradualmente crescente. Porém, o ponto neste processo no qual a entidade é complexa o bastante para ser chamada de “humano” é reconhecidamente arbitrário. 

Qualquer número de critérios pode ser selecionado por qualquer número de razões. Uma vez aceito o princípio que reduz os seres humanos a complexidades de matéria, uma forte conjetura foi feita de que uma criança se torna humano apenas após o nascimento – por exemplo, após ter desenvolvido as conexões neurais associadas à linguagem. 

O ponto é que nós decidimos, arbitrariamente, se queremos ou não reconhecer alguns seres como humanos. Afinal, a mesma filosofia reducionista que diminui um feto ao status de tecido também nos reduz a tecidos. Somos, todos nós, nada mais do que tecido. Contudo, porque escolhemos matar a criança não nascida, apresentamos o ponto de chamá-la de “tecido”. 

Se escolhermos matar outros, poderíamos classificá-los como “tecidos” também. Aqueles mentalmente retardados são “tecidos”? Os idosos e os enfermos são “tecidos”? É claro que são, e, se decidirmos que é muito dispendioso e incômodo cuidar deles (ou, na linguagem política, que “envolve alto custo social”), começaremos a chamá-los de “tecido” e solicitaremos que sejam “interrompidos”.

Estamos de volta à linguagem. Facilita-nos matar pessoas se não pensarmos nelas como tal. Pela mágica da palavra, tornamo-nas menos do que humanos: “escória”, “bárbaros”, “mão-de-obra”, e, neste caso, “tecido”. Termos uma justificação filosófica para este procedimento apenas o torna pior. A linguagem de Eric Dorf baseou-se na filosofia de que os judeus não eram humanos e de que matá-los não era assassinato – mas apenas “manejo especial”, como dispor do estoque indesejado de um armazém.

A questão lingüística e a questão substancial realmente chegam ao mesmo ponto: despersonalização. Historicamente, a despersonalização começou pela natureza. Antes que a natureza pudesse ser conquistada e explorada, ela precisava ser despersonalizada. Enquanto se acreditasse que a natureza era controlada por forças pessoais, o indivíduo tinha de aplacar e satisfazer a natureza através de expiação e sacrifício. 

Os poderes eram mais fortes do que os homens, e facilmente ofendidos; o indivíduo tinha de ser cuidadoso e subserviente; na melhor das hipóteses, o controle era indireto e precário. Mas a visão mecanicista do mundo como nada senão estruturas de matéria morta impulsionadas por forças impessoais invariáveis tornou possível uma tecnologia para a dominação humana direta e para o controle sobre a natureza.

Esta despersonalização, na verdade, já começou com o cristianismo, que baniu os deuses pagãos e os incontáveis espíritos locais de bosques e riachos e montanhas. O cristianismo reconheceu uma única Deidade transcendental inteiramente separada de Sua criação. A natureza, por conseguinte, perdeu tanto seu caráter pessoal como seu caráter sagrado. 

Na verdade, com o cristianismo, a parte não humana da criação tornou-se uma espécie de anomalia; ela não tinha significado em si mesma, mas antes era meramente a cortina de fundo para o drama central humano da rendição. Apenas os humanos tinham almas imortais, e todo o excesso de vida furiosa e intrincada que, de outra forma, enche o mundo era um adendo ininteligível, com significado apenas quando servindo a algum fim humano. 

O mundo, então despersonalizado e dessacralizado, podia então ser tratado inteiramente como uma coisa, como um objeto para estudo solto e para manipulações mecânicas de uma ciência impessoal.
Houve algum sucesso neste empenho, e naturalmente surgiu o questionamento: Por que a humanidade em si deveria ser única, categoricamente diferente do resto da criação? 

Se as leis são universais e a natureza é uma unidade, por que os seres humanos não deveriam se sujeitar às mesmas categorias de explicação que abarcam todo o resto? E, no que diz respeito a Deus – Deus já era visto como essencialmente desconectado da criação, tão transcendente que não podíamos formar absolutamente nenhuma idéia positiva apropriada acerca dEle, e a visão do mundo como um campo de forças impessoais operando de acordo com leis imutáveis O tornou ainda mais remoto e, finalmente, irrelevante. Deus foi eclipsado, e a humanidade não mais era única.

A vida humana em si estar se tornando cada vez mais impessoal e mecanicista é simplesmente o último estágio neste desenvolvimento histórico. Despersonalizamos a natureza; despersonalizamos Deus; agora estamos ocupados na despersonalização de nós mesmos. O domínio da visão mecanicista e reducionista do mundo em nossa cultura assegura que o processo continuará. Embora as pessoas continuamente se queixem de que são tratadas como coisas, essas mesmas pessoas aceitam inteiramente a visão do mundo que as transforma em coisas. 

Eis por que a visão pesadelar da sociedade transformada em um coletivo numerado de robôs escravizados a rotinas estúpidas por uma burocracia inescrutável ou por um líder remoto e onipotente assombra-nos com persistente e grande força. É algo genuinamente profético, pois o futuro já está em nós. Nós aceitamos todas as condições para isso, e agora temerosamente aguardamos a manifestação.

O estabelecimento do aborto traz o pesadelo para mais perto da realidade. Talvez temamos o crescimento da despersonalização da vida, mas justificar a morte de uma criança não nascida porque ela não é nada além de tecido é dar mais um terrível passo adiante nessa despersonalização.

Despersonificar significa matar, insensibilizar a vida; significa transformar o que é vital em algo inerte e mecânico; significa uma perda de consciência. É importante compreender isto profundamente, porque traz à tona o fato de que ninguém pode despersonalizar outros sem, ao mesmo tempo, despersonalizar-se. 

Aqueles que tornam uma criança não nascida menos do que humana tornam-se, por conseqüência, menos do que humanos, e impensadamente revelam isso adotando a linguagem que é produzida com o fim de promover a falta de consciência. O próprio Orwell particularmente observou que um palestrante de linguagem política assemelha-se mais a um fantoche do que um vivente ser humano: ele “já está a caminho de tornar-se uma máquina” e entrou em “um estado reduzido de consciência”. Redução de consciência define precisamente a regressão da raça humana.

Uma vida humana progressiva é um contínuo combate contra a inconsciência. A inconsciência caracteriza a morte, o inerte; estar plenamente vivo significa estar plenamente consciente. O aprimoramento da consciência é o triunfo da vida sobre a morte, do espírito sobre a matéria. 

Despersonalização, inconsciência, ameaça tudo de valor que a vida humana pode lograr. Contudo, já fomos, por algum tempo, reduzidos em consciência. A despersonalização de Deus e da natureza foram passos significativos em direção à nossa própria despersonalização; ver Deus e a natureza como insencientes é uma função de nossa própria senciência reduzida.

Antes que possamos fazer algo em relação à despersonalização, temos que compreender sua causa. A despersonalização é necessária para que dominemos e desfrutemos o outro. Quando eu, um sujeito consciente, reconheço outrem como um sujeito consciente como eu, as variantes de relações que temos são o que chamamos de relações pessoais, baseadas em um respeito mútuo pela subjetividade um do outro. 

Caso, todavia, eu me determine a dominar outrem a fim usar essa pessoa como um instrumento para o meu gozo pessoal, então a transformo em um objeto, mero meio. A pessoa se torna meramente uma ferramenta a ser manipulada e controlada. Eu não considero que o outro tenha significado por si mesmo, e, deste modo, perco a consciência do outro como uma pessoa. 

Um dono de fábrica interessado apenas em lucro, por exemplo, não considerará verdadeiramente seus empregados humanos como tais; eles são meramente ferramentas de trabalho, fatores em uma equação econômica, bens úteis. De forma similar, as mulheres são exploradas pelo homem quando o homem as considera apenas como objetos de desfrute, meros instrumentos. 

O explorador de trabalhadores ou de mulheres despersonaliza-os, mas, no processo, ele despersonalizou a si mesmo, pois se tornou inconsciente. Assim incapacitado, ele não é capaz de experimentar relações pessoais, em virtude do que esvaziou de significado sua própria vida.
Destarte, o impulso para satisfazer apetites humanos causa a despersonalização e a inconsciência. 

Todas as relações humanas nas quais este impulso é um fator são, nessa extensão, corrompidas, e o suposto desfrutador, com sua consciência diminuída, priva-se da única fonte real de felicidade: relações genuinamente pessoais, as quais ampliam a consciência e a vida em si, o que não pode ser feito por nada mais.

Por esta razão, temos de aceitar a conclusão difícil, embora inevitável, de que a despersonalização e a inconsciência só podemos ser eliminadas por meio da eliminação do desejo de desfrutar de outros indivíduos. Uma vez que esse desejo encontra-se muitíssimo enraizado, sua erradicação requereria um tipo muito fundamental de reforma humana. Isto talvez pareça radical, mas não deveria ser surpreendente. 

Vemos como a permanente intromissão de despersonalização e inconsciência em nossas vidas – exemplificada em nossa aceitação do aborto – é função de uma visão de mundo fundamental e há muito estabelecida. Emendas constitucionais, legislação e medidas similarmente superficiais não mudarão isto, senão que a visão de mundo impessoal e mecanicista precisa ser abandonada. Isto, entretanto, só acontecerá se pudermos nos livrar do desejo de tornar o outro um instrumento de nosso próprio desfrute.

A única visão de mundo que conheço que é completamente pessoal, que vê tanto Deus como todos os confraternais seres vivos como irredutivelmente conscientes e pessoais, é ensinada pelo Senhor Krsna no Bhagavad-gita e elaborada no Srimad-Bhagavatam. 

Segundo essa visão, não apenas humanos – e fetos humanos – são almas: todos os seres vivos são almas: A alma é minúscula, mas é uma entidade espiritual eterna com a consciência como sua característica principal. As almas ocupam corpos de matéria; elas são a força viva. Assim, não há criatura viva sem significância por si mesma. Uma pessoa que tenha se tornado completamente consciente devido a seguir as direções do Bhagavad-gita vê isso, e não irá explorar nenhuma criatura para o seu gozo. Seu amor é irrestrito e desimpedido.

Uma pessoa consciente não matará sequer animais, muito menos humanos muitíssimo jovens, para o seu prazer ou conveniência. Certamente a inconsciência e a brutalidade que nos permitem erigir fábricas de morte para os animais assentam a base para tratarmos os humanos da mesma maneira.

A idéia de que a vida é a propriedade das almas é derrisoriamente referida pelos pensadores mecanicistas como “vitalismo” ou “animismo”. Eles alegam que não há evidência para as almas. Não obstante, é uma falha singular na ciência materialista a incapacidade de demonstrar como, de um mundo composto de nada além de matéria, às vezes surge uma matéria que pode experienciar. 

Ademais, a habilidade de perceber almas não é possuída por todos – não é possuída, em particular, por aqueles que se tornaram inconscientes em razão de sua mentalidade exploradora. Uma sociedade cujo ideal é reduzir tudo a objetos exploráveis não produzirá muitas pessoas conscientes o bastante para ver o que é vivo e pessoal. Tal sociedade avançará apenas na crescente obscuridade da inconsciência e da impessoalidade.

Apesar de tudo, é possível neutralizar esta corrupção de nossa experiência, esta brutalização da consciência que aniquila nossa habilidade de entrar em relações pessoais e condena-nos a uma existência absurda e insípida em um mundo cadavérico e desalmado. Não temos que ser vítimas dos políticos da inconsciência.

De acordo com o Bhagavad-gita, o desejo de controlar e desfrutar o outro não é natural em nós. O desejo em si é o sintoma da vida; o desejo é natural, mas, em seu estado original, esse desejo se manifesta como irrestrito amor a Deus, Krsna, a Pessoa Suprema – e, através dEle, a todas as outras pessoas, que vêm dEle e que são partes dEle. 

Somente em nosso estado de inconsciência nos esquecemos do verdadeiro objeto de nosso amor e permitimos que o nosso amor se transforme em luxúria, no desejo de explorar o outro visando nossos propósitos egoístas. Esta transformação pode ser revertida.

O método prático mediante o qual se converte luxúria em amor, inconsciência em consciência, chama-se bhakti-yoga. Esta yoga redireciona o uso dos sentidos, removendo-os do dominar e desfrutar o outro, e coloca-os no serviço a Krsna, que é o mestre natural dos sentidos. No curso desse serviço devocional, todas as potencialidades da alma se tornam manifestas. 

Experimentamos o verdadeiro prazer da consciência plena, da vida sem limitação ou qualificação. Este avanço para a consciência completa e para relações pessoais desimpedidas é a meta da vida humana.
Muito embora a consciência seja uma opção viva, o futuro da sociedade humana ainda parece gélido. 

A aceitação do aborto é uma grande vitória para os políticos da inconsciência. Todavia, diferentemente das milhões de crianças inocentes que ela impiedosamente destruiu, não temos de nos tornar infelizes vítimas suas. Não temos de sucumbir a essa monstruosa negação da vida. Aceitemos o convite de Krsna e reingressemos no mundo do vivente.

Tradução de Bhagavan dasa (DvS)

Inglês: 

It is up to us as participants in the International Society for Krsna Consciousness to spread this process profusely through the dissemination of the Hare Krsna Mantra and the process itself.

Srila Prabhupada wanted the Movement for Krsna Consciousness to revolutionize the world and the way of thinking of the inhabitants of Kali Yuga.

This will only be possible by experiencing the Superior Taste of the Holy Names

Hare Krsna Hare Krsna Krsna Krsna Hare Hare
Hare Rama Hare Rama Rama Rama Hare Hare

With this, the vast majority of the population will abandon the eating of meat, abortion, intoxication, etc.

But we also have to be realistic and understand that not everyone will follow this process.

And thus, the Krsna Theocratic State, as a state and its laws, should embrace all (even those who do not want to adopt Krsna Consciousness). Just as the secular state in its laws respects the religious options of its members.

In 1975 Srila Prabhupada had a meeting with Indira Gandhi, however due to the fact that she was threatened with death this meeting did not occur.

Srila Prabhupada had ten points he would like to present to the leader of the world's largest democracy. And one of them was that the meat eaters should stay at home, not in public. Those who wanted to eat meat would have to personally kill the animals.

That is, according to Srila Prabhupada, Krsna's Conscious Theocratic Ideal State does not support the consumption of meat, but at the same time such practice is neither illegal nor punishable by law.

The ideal Theocratic Conscious State of Krsna does not support the consumption of meat, abortion, intoxication, etc., but such practices are not illegal or punishable by Law, with each individual or group of individuals having responsibility for such Karmic activities ( those who kill their mother (cow) are killed by their mother (abortion)) and practical (a veterinarian (meat consumption) and a doctor (abortion) who guide, disclose and agree to such practices).

The same, Hillary Clinton did not support abortion, but at the same time she could not make such practice illegal nor punishable by law.

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