Cabe-nos como participantes da Sociedade Internacional para a Consciência de Krsna espalhar profusamente este processo através da divulgação do cantar de Hare Krsna e do processo em si.
Srila Prabhupada queria que o Movimento para a Consciência de Krsna revolucionasse o mundo e o modo de pensar dos habitantes de Kali Yuga.
Isto só será possível por experimentarmos o Gosto Superior dos Santos Nomes
Hare Krsna Hare Krsna Krsna Krsna Hare Hare
Hare Rama Hare Rama Rama Rama Hare Hare
Com isto a grande maioria da população irá abandonar o comer de carne, o aborto, a intoxicação, etc.
Mas também temos que ser realistas e compreender que nem todos seguirão este processo.
E assim, o Estado Teocrático consciente de Krsna enquanto Estado e suas leis deve abranger a todos (mesmo aqueles que não quiserem adoptar a Consciência de Krsna). Assim como o Estado laico nas suas leis respeita as opções religiosas de seus integrantes.
Em 1975 Srila Prabhupada tinha um encontro com Indira Gandhi, no entanto devido a que estava ameaçada de morte este encontro não ocorreu.
Srila Prabhupada tinha dez pontos que gostaria de apresentar à líder da maior Democracia do Mundo. E um deles era que os comedores de carne deveriam permanecer em casa, não em público. Aqueles que quissesem comer carne teriam que pessoalmente matar os animais.
Ou seja, de acordo com Srila Prabhupada, o Estado ideal Teocrático Consciente de Krsna não apóia o consumo de carne, mas ao mesmo tempo tal prática não é ilegal nem é punível pela Lei.
O Estado Teocrático ideal Consciente de Krsna não apóia o consumo de carne, o aborto, a intoxicação, etc, mas tais práticas não são ilegais ou puníveis pela Lei, cabendo a cada indivíduo ou grupo de indivíduos a responsabilidade por tais actividades a nível Kármico (aqueles que matam sua mãe (vaca) são mortos pela sua mãe (aborto)) e prático (um veterinário (consumo de carne) e um médico (aborto) que orientem, divulguem e concordem com tais práticas).
E agora utilizando uma linguagem politizada, estas "concessões legalizadas" teriam o único propósito de fazer com que gradualmente os habitantes de Kali Yuga abandonassem tais práticas e alcançassem o padrão ideal de um ser humano civilizado.
Vosso servo
Prahladesh Dasa Adhikari
www.bhakti-tattva.blogspot.com
“…gostaria de comentar sobre a parte onde se fala sobre o Estado Laico, pois sou a favor do mesmo.
Como participo de forma intensa em alguns dos mais expressívos grupos de Diálogo Inter-religioso de São Paulo, sempre encontro com religiosos, políticos, juristas, etc., que se opõe a essa iniciativa, acusando o "Estado Laico" de "Estado Ateu", apesar de o laicismo ser previsto na Constituição brasileira, mas que na prática não é levada muito a sério.
É importante ressaltar que laicidade não trata de desprezar, nem de negar ou de substituir a fé.
A remoção de símbolos religiosos de repartições públicas não é uma tentativa de suplantar qualquer tipo de dogma. Laicidade significa apenas que tanto a opção entre quaisquer formas pensamento místico-religioso ou visão racional materialista atéia, como modelos de visão de mundo, deve ser matéria de foro íntimo.
Não cabe ao Estado propor a primazia de qualquer um deles sobre o outro e, no tocante à exibição de símbolos, a única maneira de fazer com que o Estado não promova nenhuma corrente acima das demais é com paredes limpas.O termo "Laico" não quer dizer inimigo da religião.
Laico significa ser a favor do respeito pleno a todas as religiões, sem exceção, assim como à ausência delas. A presença de símbolos religiosos em repartições públicas está ligada a uma inegável manifestação de preferência por parte do Estado a um determinado seguimento religioso, e a laicidade é a garantia de que não haja preferências, para sermos todos iguais perante a lei e perante o Estado.
Analogamente, não é preciso imaginar que sejam inimigos do esporte os indivíduos que desejem retirar bandeiras de times de futebol de tribunais de direito: trata-se apenas de ser amigo da neutralidade e idêntico respeito frente a todos os times.O Estado laico não é ateu, mas é um estado sem preferência nem demonstração de fé.
A condição de não ser ateu e simultaneamente não ter fé talvez seja contraditória em um indivíduo, mas não o é quando se trata de um Estado, pois este não pode ser sujeito da liberdade religiosa. A liberdade religiosa só pode ser exercida por indivíduos e suas associações na sociedade civil, não por Estados.
Como a questão é importante, vale a pena entendê-la em detalhe. A rigor, Estados não podem ter ou deixar de ter fé: a fé é uma característica de pessoas. Instituições ou Estados podem, quando muito, promover uma ou outra fé, ou a falta dela.
Entendendo que Estados laicos são sempre neutros com relação às matérias religiosas, uma vez que se há preferidos, há preteridos, então a laicidade implica que o Estado não promova nenhuma posição com relação à religião: nem o ateísmo, nem qualquer credo religioso. Nesse sentido, o Estado laico não é ateu, mas também não tem fé – ou seja, não promove a fé.
Afinal de contas, a fé ou falta dela é uma questão de foro íntimo e deve ser completamente voluntária, e não objeto de política pública. Assim, o Estado laico não se antepõe a símbolos religiosos! O Estado laico deve ser um árbitro que garante a todos a liberdade religiosa plena. E, como todo bom árbitro, ele não pode se comprometer com nenhum lado, do contrário sua isenção estaria comprometida.
O que seria do juiz de futebol que apitasse um jogo portando símbolos de qualquer time? Assim como o Estado, o árbitro não se antepõe a nenhum clube de futebol, e bem por isso ele não pode se associar a qualquer um deles. O Estado laico, da mesma maneira, não é contra símbolos religiosos, mas contra ouso de símbolos religiosos em repartições públicas, de maneira que eles comprometam a neutralidade desse Estado.
É muito curioso que os defensores do Estado laico sejam acusados de intolerantes se eles são os únicos que propõem que a lei seja cumprida com rigor para fazer valer a igualdade plena entre cidadãos. Será intolerante quem deseja retirar os símbolos de um clube de futebol dos tribunais, ou intolerante é quem não admite quaisquer outros símbolos, nem a ausência deles?
Cabe enfatizar que a Constituição Federal não conformou um Estado ateu, nem hostil às religiões, apenas estabeleceu um regime não confessional. Não há religião oficial, mas também não há política oficial de repúdio à religião. A laicidade, repito, não é o repúdio à religião, e é por isso que diversos grupos religiosos apóiam a retirada de símbolos religiosos de repartições públicas. Mas laicidade é, sim, repúdio ao uso do Estado a serviço de qualquer religião ou do ateísmo.
Grato,
Hari bol!
Mahesvara Caitanya Das (JPS)
Aborto e a Linguagem do Inconsciente
Abortion and the Language of Unconsciousness
Sua Graça Ravindra Svarupa dasa
Em A Política e a Língua Inglesa, um ensaio publicado em 1946, George Orwell mostrou como a escrita e o discurso político, que, ele disse, são “em geral, a defesa do indefensável”, corrompem a linguagem através de prolixidade, expressões de uso desgastado, imprecisão, ambigüidade e eufemismo.
O intento do escritor ou orador, Orwell disse, é ocultar o que ele está de fato dizendo – ocultar inclusive de si mesmo. Por exemplo: “Vilas indefesas são bombardeadas por aviões, os habitantes conduzidos para a zona rural, o gado metralhado, as choupanas reduzidas a cinzas por meio de munição incendiária: isto se chama pacificação.
Milhões de camponeses são privados de suas fazendas e conduzidos exaustos pelas estradas com nada mais do que podem carregar: isto se chama transferência de população ou retificação de fronteiras. Pessoas são aprisionadas por anos sem direito a julgamento, ou baleadas na nuca ou enviadas para morrer de escorbuto em explorações florestais nas regiões árticas: isto se chama eliminação de elementos instáveis. Semelhante fraseologia é necessária se alguém quer nomear coisas e eventos sem evocar imagens mentais dos mesmos”.
O ensaio de Orwell tornou-se famoso, mas isso não inibiu oficiais americanos de usar esses mesmos eufemismos durante a Guerra do Vietnam.
Mais recentemente, ofereceu-se ao público americano uma dramatização da lição de Orwell no programa televisivo de grande ibope Holocausto, do diretor Marvin Chomsky.
Um personagem principal na história era Eric Dorf, um advogado jovem e brilhante que se tornou proeminente no SS principalmente em virtude de seu talento em manufaturar eufemismos. Dorf chamou os guetos nos quais os judeus eram confinados de “Territórios Judaicos Autônomos”; a remoção dos judeus para campos de extermínio ele chamou de “reassentamento” e “relocação”; o assassinato de judeus em massa ele chamou de “manejo especial”. Deste modo, Dorf proveu ao SS uma maneira de falar sobre suas atividades sem fazer com que eles mesmos e seus ouvintes tivessem inapropriadamente a consciência do que estavam verdadeiramente fazendo.
“Linguagem política”, escreveu Orwell, “é produzida a fim de fazer com que mentiras pareçam verdades, e assassinatos, algo respeitável”. Todavia, nem o ensaio de Orwell nem a popularização de sua lição em Holocausto parece ter detido o uso da linguagem política. Ela continua atendendo uma grande necessidade.
Um exemplo particular da contemporaneidade americana é muito elucidativo.
A questão política aqui é o aborto. Aborto, porém, é uma palavra feia e brutal, pois o que ela nomeia é feio e brutal. Um outdoor anunciando ABORTO com letras de um metro de altura chocaria a nossa sensibilidade. Mas não somos desnecessariamente conscientizados do serviço oferecido quando lemos INTERRUPÇÃO DE GESTAÇÃO. Eis uma amostra de linguagem política com todo o seu primor.
Um conjunto de desgraciosas palavras polissilábicas é substituído por uma palavra curta e direta. A nova expressão astutamente afasta o fato de que uma vida é findada sugerindo que apenas uma gravidez o é. A expressão, nas palavras de Orwell, “cai sobre os fatos como neve macia, obscurecendo os contornos e cobrindo todos os detalhes”.
Ademais, quando a mãe decide que alguém interromperá sua gestação – isto é, abortará seu feto – ela, em momento algum, ouve algo tão claro e ofensivo como o fato de que a morte de uma criança ocorrerá. Ao invés disso, ela ouve que o tecido será removido, uma expressão que confortavelmente coloca a operação no nível do cortar de uma unha encravada ou da remoção de uma verruga ou outra excrescência qualquer.
Obviamente, algum Eric Dorf anônimo está trabalhando diligentemente, fazendo um serviço necessário.
O próprio fato de os abortistas refugiarem-se na linguagem política é, em si mesmo, um forte argumento contra o que defendem. Não haveria necessidade para eufemismo se não houvesse nada a ser escondido. A denúncia da enganação apenas mostra quão afoitas as pessoas estão para se tornarem destituídas de consciência em relação aos seus atos.
Embora, no coração, reconheçam a auto-enganação, prosseguem com o artifício, pois a clareza de consciência seria insuportável.
Orwell constatou que, quando a linguagem é corrompida, o pensamento é corrompido, a consciência é corrompida – o povo é corrompido. Aprimorar a linguagem é aprimorar os seres humanos. Contudo, o aparecimento da linguagem política entre aqueles que advogam a favor do aborto mostra especialmente quão difícil é o problema.
A maior parte dos abortistas é liberal e, como tal, alegam serem sensíveis ao tipo de linguagem necessária para a totalitária burocratização do mal. Eles, acima de tudo, ouviram Orwell. Infelizmente, contudo, eles são suscetíveis à mesma corrupção. As expressões interrupção de gestação e remoção do tecido devem ser adicionadas a pacificação, eliminação de elementos instáveis e manejo especial como parte da particular contribuição de nosso tempo para a corrupção da vida humana.
Suspeito, entretanto, que alguém advogando a favor do aborto acusaria o meu caso de ser petitio principii e afirmaria que tenho de lidar com questões mais substanciais do que a linguagem. As expressões interrupção de gestação e remoção do tecido, os abortistas diriam, são de alguma maneira eufêmicas, mas são mais do que isso.
A mãe buscando por um aborto fez uma difícil escolha, e grande parte de sua dificuldade se deve ao seu condicionamento causado por uma especiosa perspectiva que trata o feto como uma pessoa e a destruição do mesmo como homicídio. Essa visão é baseada na idéia não científica de que o feto é uma pessoa em virtude de uma “alma”.
Chamar o feto de tecido apenas enfatiza que tecido é tudo o que o feto de fato é, e tecido é tudo o que é destruído. Meu argumento pressupõe que o feto é uma pessoa, mas essa suposição é precisamente o que está sob questionamento.
Aqui, portanto, o aborto é justificado por uma visão de mundo que (apelando à autoridade da ciência) vê tudo na existência, inclusive os seres humanos, como surgido, em última instância, de combinações acidentais de matéria inconsciente e sem vida.
Todos são familiarizados com essa posição. Como uma justificativa para o aborto, todavia, isso tem problemas. De acordo com essa visão, um óvulo fertilizado se torna um ser humano através de uma complexidade em estrutura orgânica gradualmente crescente. Porém, o ponto neste processo no qual a entidade é complexa o bastante para ser chamada de “humano” é reconhecidamente arbitrário.
Qualquer número de critérios pode ser selecionado por qualquer número de razões. Uma vez aceito o princípio que reduz os seres humanos a complexidades de matéria, uma forte conjetura foi feita de que uma criança se torna humano apenas após o nascimento – por exemplo, após ter desenvolvido as conexões neurais associadas à linguagem.
O ponto é que nós decidimos, arbitrariamente, se queremos ou não reconhecer alguns seres como humanos. Afinal, a mesma filosofia reducionista que diminui um feto ao status de tecido também nos reduz a tecidos. Somos, todos nós, nada mais do que tecido. Contudo, porque escolhemos matar a criança não nascida, apresentamos o ponto de chamá-la de “tecido”.
Se escolhermos matar outros, poderíamos classificá-los como “tecidos” também. Aqueles mentalmente retardados são “tecidos”? Os idosos e os enfermos são “tecidos”? É claro que são, e, se decidirmos que é muito dispendioso e incômodo cuidar deles (ou, na linguagem política, que “envolve alto custo social”), começaremos a chamá-los de “tecido” e solicitaremos que sejam “interrompidos”.
Estamos de volta à linguagem. Facilita-nos matar pessoas se não pensarmos nelas como tal. Pela mágica da palavra, tornamo-nas menos do que humanos: “escória”, “bárbaros”, “mão-de-obra”, e, neste caso, “tecido”. Termos uma justificação filosófica para este procedimento apenas o torna pior. A linguagem de Eric Dorf baseou-se na filosofia de que os judeus não eram humanos e de que matá-los não era assassinato – mas apenas “manejo especial”, como dispor do estoque indesejado de um armazém.
A questão lingüística e a questão substancial realmente chegam ao mesmo ponto: despersonalização. Historicamente, a despersonalização começou pela natureza. Antes que a natureza pudesse ser conquistada e explorada, ela precisava ser despersonalizada. Enquanto se acreditasse que a natureza era controlada por forças pessoais, o indivíduo tinha de aplacar e satisfazer a natureza através de expiação e sacrifício.
Os poderes eram mais fortes do que os homens, e facilmente ofendidos; o indivíduo tinha de ser cuidadoso e subserviente; na melhor das hipóteses, o controle era indireto e precário. Mas a visão mecanicista do mundo como nada senão estruturas de matéria morta impulsionadas por forças impessoais invariáveis tornou possível uma tecnologia para a dominação humana direta e para o controle sobre a natureza.
Esta despersonalização, na verdade, já começou com o cristianismo, que baniu os deuses pagãos e os incontáveis espíritos locais de bosques e riachos e montanhas. O cristianismo reconheceu uma única Deidade transcendental inteiramente separada de Sua criação. A natureza, por conseguinte, perdeu tanto seu caráter pessoal como seu caráter sagrado.
Na verdade, com o cristianismo, a parte não humana da criação tornou-se uma espécie de anomalia; ela não tinha significado em si mesma, mas antes era meramente a cortina de fundo para o drama central humano da rendição. Apenas os humanos tinham almas imortais, e todo o excesso de vida furiosa e intrincada que, de outra forma, enche o mundo era um adendo ininteligível, com significado apenas quando servindo a algum fim humano.
O mundo, então despersonalizado e dessacralizado, podia então ser tratado inteiramente como uma coisa, como um objeto para estudo solto e para manipulações mecânicas de uma ciência impessoal.
Houve algum sucesso neste empenho, e naturalmente surgiu o questionamento: Por que a humanidade em si deveria ser única, categoricamente diferente do resto da criação?
Se as leis são universais e a natureza é uma unidade, por que os seres humanos não deveriam se sujeitar às mesmas categorias de explicação que abarcam todo o resto? E, no que diz respeito a Deus – Deus já era visto como essencialmente desconectado da criação, tão transcendente que não podíamos formar absolutamente nenhuma idéia positiva apropriada acerca dEle, e a visão do mundo como um campo de forças impessoais operando de acordo com leis imutáveis O tornou ainda mais remoto e, finalmente, irrelevante. Deus foi eclipsado, e a humanidade não mais era única.
A vida humana em si estar se tornando cada vez mais impessoal e mecanicista é simplesmente o último estágio neste desenvolvimento histórico. Despersonalizamos a natureza; despersonalizamos Deus; agora estamos ocupados na despersonalização de nós mesmos. O domínio da visão mecanicista e reducionista do mundo em nossa cultura assegura que o processo continuará. Embora as pessoas continuamente se queixem de que são tratadas como coisas, essas mesmas pessoas aceitam inteiramente a visão do mundo que as transforma em coisas.
Eis por que a visão pesadelar da sociedade transformada em um coletivo numerado de robôs escravizados a rotinas estúpidas por uma burocracia inescrutável ou por um líder remoto e onipotente assombra-nos com persistente e grande força. É algo genuinamente profético, pois o futuro já está em nós. Nós aceitamos todas as condições para isso, e agora temerosamente aguardamos a manifestação.
O estabelecimento do aborto traz o pesadelo para mais perto da realidade. Talvez temamos o crescimento da despersonalização da vida, mas justificar a morte de uma criança não nascida porque ela não é nada além de tecido é dar mais um terrível passo adiante nessa despersonalização.
Despersonificar significa matar, insensibilizar a vida; significa transformar o que é vital em algo inerte e mecânico; significa uma perda de consciência. É importante compreender isto profundamente, porque traz à tona o fato de que ninguém pode despersonalizar outros sem, ao mesmo tempo, despersonalizar-se.
Aqueles que tornam uma criança não nascida menos do que humana tornam-se, por conseqüência, menos do que humanos, e impensadamente revelam isso adotando a linguagem que é produzida com o fim de promover a falta de consciência. O próprio Orwell particularmente observou que um palestrante de linguagem política assemelha-se mais a um fantoche do que um vivente ser humano: ele “já está a caminho de tornar-se uma máquina” e entrou em “um estado reduzido de consciência”. Redução de consciência define precisamente a regressão da raça humana.
Uma vida humana progressiva é um contínuo combate contra a inconsciência. A inconsciência caracteriza a morte, o inerte; estar plenamente vivo significa estar plenamente consciente. O aprimoramento da consciência é o triunfo da vida sobre a morte, do espírito sobre a matéria.
Despersonalização, inconsciência, ameaça tudo de valor que a vida humana pode lograr. Contudo, já fomos, por algum tempo, reduzidos em consciência. A despersonalização de Deus e da natureza foram passos significativos em direção à nossa própria despersonalização; ver Deus e a natureza como insencientes é uma função de nossa própria senciência reduzida.
Antes que possamos fazer algo em relação à despersonalização, temos que compreender sua causa. A despersonalização é necessária para que dominemos e desfrutemos o outro. Quando eu, um sujeito consciente, reconheço outrem como um sujeito consciente como eu, as variantes de relações que temos são o que chamamos de relações pessoais, baseadas em um respeito mútuo pela subjetividade um do outro.
Caso, todavia, eu me determine a dominar outrem a fim usar essa pessoa como um instrumento para o meu gozo pessoal, então a transformo em um objeto, mero meio. A pessoa se torna meramente uma ferramenta a ser manipulada e controlada. Eu não considero que o outro tenha significado por si mesmo, e, deste modo, perco a consciência do outro como uma pessoa.
Um dono de fábrica interessado apenas em lucro, por exemplo, não considerará verdadeiramente seus empregados humanos como tais; eles são meramente ferramentas de trabalho, fatores em uma equação econômica, bens úteis. De forma similar, as mulheres são exploradas pelo homem quando o homem as considera apenas como objetos de desfrute, meros instrumentos.
O explorador de trabalhadores ou de mulheres despersonaliza-os, mas, no processo, ele despersonalizou a si mesmo, pois se tornou inconsciente. Assim incapacitado, ele não é capaz de experimentar relações pessoais, em virtude do que esvaziou de significado sua própria vida.
Destarte, o impulso para satisfazer apetites humanos causa a despersonalização e a inconsciência.
Todas as relações humanas nas quais este impulso é um fator são, nessa extensão, corrompidas, e o suposto desfrutador, com sua consciência diminuída, priva-se da única fonte real de felicidade: relações genuinamente pessoais, as quais ampliam a consciência e a vida em si, o que não pode ser feito por nada mais.
Por esta razão, temos de aceitar a conclusão difícil, embora inevitável, de que a despersonalização e a inconsciência só podemos ser eliminadas por meio da eliminação do desejo de desfrutar de outros indivíduos. Uma vez que esse desejo encontra-se muitíssimo enraizado, sua erradicação requereria um tipo muito fundamental de reforma humana. Isto talvez pareça radical, mas não deveria ser surpreendente.
Vemos como a permanente intromissão de despersonalização e inconsciência em nossas vidas – exemplificada em nossa aceitação do aborto – é função de uma visão de mundo fundamental e há muito estabelecida. Emendas constitucionais, legislação e medidas similarmente superficiais não mudarão isto, senão que a visão de mundo impessoal e mecanicista precisa ser abandonada. Isto, entretanto, só acontecerá se pudermos nos livrar do desejo de tornar o outro um instrumento de nosso próprio desfrute.
A única visão de mundo que conheço que é completamente pessoal, que vê tanto Deus como todos os confraternais seres vivos como irredutivelmente conscientes e pessoais, é ensinada pelo Senhor Krsna no Bhagavad-gita e elaborada no Srimad-Bhagavatam.
Segundo essa visão, não apenas humanos – e fetos humanos – são almas: todos os seres vivos são almas: A alma é minúscula, mas é uma entidade espiritual eterna com a consciência como sua característica principal. As almas ocupam corpos de matéria; elas são a força viva. Assim, não há criatura viva sem significância por si mesma. Uma pessoa que tenha se tornado completamente consciente devido a seguir as direções do Bhagavad-gita vê isso, e não irá explorar nenhuma criatura para o seu gozo. Seu amor é irrestrito e desimpedido.
Uma pessoa consciente não matará sequer animais, muito menos humanos muitíssimo jovens, para o seu prazer ou conveniência. Certamente a inconsciência e a brutalidade que nos permitem erigir fábricas de morte para os animais assentam a base para tratarmos os humanos da mesma maneira.
A idéia de que a vida é a propriedade das almas é derrisoriamente referida pelos pensadores mecanicistas como “vitalismo” ou “animismo”. Eles alegam que não há evidência para as almas. Não obstante, é uma falha singular na ciência materialista a incapacidade de demonstrar como, de um mundo composto de nada além de matéria, às vezes surge uma matéria que pode experienciar.
Ademais, a habilidade de perceber almas não é possuída por todos – não é possuída, em particular, por aqueles que se tornaram inconscientes em razão de sua mentalidade exploradora. Uma sociedade cujo ideal é reduzir tudo a objetos exploráveis não produzirá muitas pessoas conscientes o bastante para ver o que é vivo e pessoal. Tal sociedade avançará apenas na crescente obscuridade da inconsciência e da impessoalidade.
Apesar de tudo, é possível neutralizar esta corrupção de nossa experiência, esta brutalização da consciência que aniquila nossa habilidade de entrar em relações pessoais e condena-nos a uma existência absurda e insípida em um mundo cadavérico e desalmado. Não temos que ser vítimas dos políticos da inconsciência.
De acordo com o Bhagavad-gita, o desejo de controlar e desfrutar o outro não é natural em nós. O desejo em si é o sintoma da vida; o desejo é natural, mas, em seu estado original, esse desejo se manifesta como irrestrito amor a Deus, Krsna, a Pessoa Suprema – e, através dEle, a todas as outras pessoas, que vêm dEle e que são partes dEle.
Somente em nosso estado de inconsciência nos esquecemos do verdadeiro objeto de nosso amor e permitimos que o nosso amor se transforme em luxúria, no desejo de explorar o outro visando nossos propósitos egoístas. Esta transformação pode ser revertida.
O método prático mediante o qual se converte luxúria em amor, inconsciência em consciência, chama-se bhakti-yoga. Esta yoga redireciona o uso dos sentidos, removendo-os do dominar e desfrutar o outro, e coloca-os no serviço a Krsna, que é o mestre natural dos sentidos. No curso desse serviço devocional, todas as potencialidades da alma se tornam manifestas.
Experimentamos o verdadeiro prazer da consciência plena, da vida sem limitação ou qualificação. Este avanço para a consciência completa e para relações pessoais desimpedidas é a meta da vida humana.
Muito embora a consciência seja uma opção viva, o futuro da sociedade humana ainda parece gélido.
A aceitação do aborto é uma grande vitória para os políticos da inconsciência. Todavia, diferentemente das milhões de crianças inocentes que ela impiedosamente destruiu, não temos de nos tornar infelizes vítimas suas. Não temos de sucumbir a essa monstruosa negação da vida. Aceitemos o convite de Krsna e reingressemos no mundo do vivente.
Tradução de Bhagavan dasa (DvS)
Inglês:
It is up to us as participants in the International Society for Krsna Consciousness to spread this process profusely through the dissemination of the Hare Krsna Mantra and the process itself.
Srila Prabhupada wanted the Movement for Krsna Consciousness to revolutionize the world and the way of thinking of the inhabitants of Kali Yuga.
This will only be possible by experiencing the Superior Taste of the Holy Names
Hare Krsna Hare Krsna Krsna Krsna Hare Hare
Hare Rama Hare Rama Rama Rama Hare Hare
With this, the vast majority of the population will abandon the eating of meat, abortion, intoxication, etc.
But we also have to be realistic and understand that not everyone will follow this process.
And thus, the Krsna Theocratic State, as a state and its laws, should embrace all (even those who do not want to adopt Krsna Consciousness). Just as the secular state in its laws respects the religious options of its members.
In 1975 Srila Prabhupada had a meeting with Indira Gandhi, however due to the fact that she was threatened with death this meeting did not occur.
Srila Prabhupada had ten points he would like to present to the leader of the world's largest democracy. And one of them was that the meat eaters should stay at home, not in public. Those who wanted to eat meat would have to personally kill the animals.
That is, according to Srila Prabhupada, Krsna's Conscious Theocratic Ideal State does not support the consumption of meat, but at the same time such practice is neither illegal nor punishable by law.
The ideal Theocratic Conscious State of Krsna does not support the consumption of meat, abortion, intoxication, etc., but such practices are not illegal or punishable by Law, with each individual or group of individuals having responsibility for such Karmic activities ( those who kill their mother (cow) are killed by their mother (abortion)) and practical (a veterinarian (meat consumption) and a doctor (abortion) who guide, disclose and agree to such practices).
The same, Hillary Clinton did not support abortion, but at the same time she could not make such practice illegal nor punishable by law.