हरे कृष्ण हरे कृष्ण कृष्ण कृष्ण हरे हरे || हरे राम हरे राम राम राम हरे हरे

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terça-feira, 25 de maio de 2010

Teocracia que não favorece somente uma Religião

Estimado Walter,

Hare Krishna!

Todas as glórias a Srila Prabhupada!

Realmente pode-se considerar uma utopia tanto o ideal laico como o teocrático democrático, bem como a concretização, na total perfeição, de qualquer conceito teórico desse tipo.

Da mesma forma, por exemplo, temos o paradoxo da “justiça perfeita” onde um juíz deveria ser completamente isento e ter superado as tensões entre o que é justo e o que é de sua própria preferência para julgar com perfeição, ou paradoxo do médico que deve tratar de maneira igual um desconhecido e seu próprio filho querido, que parecem ser muito difíceis de resolver.

Um governo com religião oficial muito dificilmente não sufocaria o crescimento de uma fé estranha à sua. Da mesma forma, um governo plenamente laico é muito difícil de se obter, pois dificilmente as pessoas não tomariam um partido, mesmo que de forma muito sutil e camuflada.

Porém, eu, em minha humilde visão, acredito que seja melhor um governo laico, ainda que imperfeito (pois pode ser melhorado), do que um governo com religião oficial, hostil às atividades missionárias de outras confissões religiosas, ou um governo ateu, que com certeza seria hostil a toda e qualquer crença no considerado sagrado ou sobrenatural.

Uma “Teocracia Democrática”, nos moldes apresentado pelo Prabhu Prahladesh, apesar de ter minha preferência, seria algo mais distante ainda, pois teria que ser implementado, testado (vencer as tensões dos paradoxos que você apontou), aprimorado, etc.

Como já afirmei antes, conjeturo que para o trabalho de pregação da ISKCON, os governos laicos são, sem dúvida, os melhores para o avanço da Consciência de Krishna no planeta Terra.

Grato,

Hari bol!

Mahesvara Caitanya Das

Estimado Prabhu Nanda-gopa dasa,

Hare Krishna!

Todas as glórias a Srila Prabhupada!

Por favor, aceite minhas humildes reverências.

Lí sua mensagem com grande atenção.

Gostaria de comentar que você afirma que o Candomblé, Umbanda e cultos indígenas são expressões religiosas grosseiras e que o catolicismo é superior, e por isso é digno de ter seu símbolo exposto em repartições públicas, enquanto que as crenças “inferiores” não podem ter esse direito. Esse julgamento é perfeitamente aceitável quanto exercido de forma particular e pessoal, no entanto, não cabe ao poder público fazer esse tipo de julgamento, muito pelo contrário, ele deve garantir a igualdade de oportunidades a todas confissões religiosas. Para tomar partido o governo deveria ter uma religião oficial.

O Estado laico não é ateu, mas é um estado sem preferência nem demonstração de fé. A condição de não ser ateu e simultaneamente não ter fé talvez seja contraditória em um indivíduo, mas não o é quando se trata de um Estado, pois este não pode ser sujeito da liberdade religiosa. A liberdade religiosa só pode ser exercida por indivíduos e suas associações na sociedade civil, mas nunca pelos Estados. Como a questão é importante, vale a pena entendê-la em detalhe. A rigor, Estados não podem ter ou deixar de ter fé: a fé é uma característica de pessoas. Instituições ou Estados podem, quando muito, promover uma ou outra fé, ou a falta dela. Entendendo que Estados laicos são sempre neutros com relação às matérias religiosas, então a laicidade implica que o Estado não promova nenhuma posição com relação à religião: nem o ateísmo, nem qualquer credo religioso. Nesse sentido, o Estado laico não é ateu, mas também não tem fé, ou seja, não promove a fé. Afinal de contas, a fé ou falta dela é uma questão de foro íntimo e deve ser completamente livre e voluntária, e não objeto de política pública. Assim, o Estado laico não se antepõe a símbolos religiosos! O Estado laico deve ser um árbitro que garante a todos a liberdade religiosa plena. E, como todo bom árbitro, ele não pode se comprometer com nenhum lado, do contrário sua isenção estaria comprometida.

Assim, decidir qual fé deve ser considerada refinada ou grosseira não cabe ao poder público, mas é uma questão de foro íntimo.

Além disso, a interpretação do crucifixo católico como uma mera expressão cultural (e não religiosa) brasileira, como o Prabhu Advaya crê e que também é sustentada por muitos juristas, clérigos católicos e políticos para justificá-los nas repartições públicas é que foi a causa de minha argumentação. Por isso afirmei, tomando-se por base esse critério, que os ícones religiosos da Umbanda, Candomblé e tradições indígenas são tão antigas e populares como o crucifixo e que igualmente refletem a tradição cultural brasileira. Não quis, com isso, dizer que essa ou aquela confissão é refinada ou grosseira, nem qual é superior ou inferior.

Assim, novamente afirmo o que eu já disse em mensagem anterior, que enquanto não tivermos algo semelhante a “Teocracia Democrática Consultiva” (como explicado pelo Prabhu Prahladesh Das), somente um governo laico, neutro e operando independentemente das visões religiosas poderá garantir o direito de liberdade religiosa, impedir excessos e punir hostilidades desses grupos religiosos que querem impor sua visão da Verdade.

Grato,

Hari bol!

Mahesvara Caitanya Das

HARE KRISHNA!

Por favor senhor Mahesvara Caitanyan Das, aceite as minhas reverencias!

Percebe-se que és uma pessoa culta e bem intencionada, e que segues com amor o senhor Srila Prabhupada, e isto é bom!

Meu querido senhor, existe de facto uma diferença entre os representantes de Deus, não devemos comparar a representatividade de movimentos religiosos grosseiros com a legitimidade da passagem e da mensagem do senhor Jesus o Cristo. Os ícones religiosos da Umbanda, candomblé e tradições indígenas tão antigas e populares como o crucifixo, que igualmente refletem a tradição cultural brasileira não devem estar em pé de igualdade. É dito nas escrituras que quem adora os fantasmas, vai ter com eles; que quem adora os semi-deuses, vai ter com eles; que quem adora a Deus, vai ter com Ele. Um cavalheiro não deve unir os pés com a cabeça, um cavalheiro deve sempre conduzir as almas condicionadas a Deus.  A cabeça é superior aos pés, todas as partes do corpo são importantes, não devemos negligenciar nem uma das partes, mas devemos saber das sua colocações hierarquicamente. A igreja católica não a detentora da lembrança do filho fidedigno de Deus, preso na cruz. Muitas outras vertentes religiosas lembram-se imediatamente de sua passagem aqui entre nós e da boa nova por ele manifestada. Jesus o Cristo tem uma importância muito maior do que estes factores de menor importância discutidos entre os intelectuais. Ele quando esteve por cá, não revogou a lei de Deus, entretanto os fariseus e escribas eruditos, em sua maior parte o desprezaram. Ele veio rectificar as distorções cometidas pelos religiosos da época. Sua importância é tanta que o tempo, mesmo tendo  em outras culturas suas medidas e consagrações se curvaram e hoje o mundo se baseia no  marco AC e DC. Não quero entrar em detalhes do que seja certo ou errado, mas quero que saibas que a presença do senhor Jesus o Cristo, mesmo que seja em um crucifixo, não deve ser remetida a exaustiva percepção sensorial dos servos de Deus. Certa vez quando os discípulos do senhor Jesus se aproximaram dele, com a intenção de tomar parte da politica abrindo uma frente, Jesus os repudiou, e disse-lhes:" Meu reino não é daqui!" Portanto não devemos desperdiçar tempo e energia com a politica de direito, mas sim aprimorarmos cada vez mais em sermos bons representantes de Deus, independente dos olhos do mundo. O senhor Srila Prabhupada também repreendeu seus discípulos quando eles estavam muito interessados em ter um representatividade na politica. Ele disse-lhes:" Nós somos representantes do senhor Caitanya Mahaprabhu, e devemos propagar Os Seus Santos Nomes e a consciência de Deus". Meus queridos Vaishnavas qualquer desvio em nome da justiça dos homens é uma mera perda de tempo. "Devemos dar a César o que é de César e a Deus o que é de Deus!"  Se o estado entregar qualquer quantia que seja para que as pessoas se lembrem de Deus, devemos aceitar! Melhor seria se as igrejas católica forcem doadas ao movimento para consciência de Deus, a ISKCON! Mas, dos males o menor. O importante mesmo é que se lembrem de um devoto Puro! Todas as glórias ao senhor Jesus o Cristo! Posso ate estar parecendo fugir do assunto, mas não estou. Todas as percepções de rivalidade entre religiões nascem da ignorância e da luxuria, este inimigo da auto-realização! 

Seu servo

Nanda-gopa dasa

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