Os Saktas defendem, por usar a razão e não os Vedas, que Sakti a Deusa, cria de forma independente sem a participação do aspecto masculino. Uma partenogenese.
Mas a partenogenese só existe neste mundo em espécies inferiores e em casos de escassez do elemento masculino. Não é regra geral e nem é possível em seres humanos.
Alguém poderia argumentar então que Sakti sendo extremamente poderosa poderia fazê-lo. Mas isso não faz sentido pois excluiria o aspecto masculino de ser pai e de gerar prole.
Claro, muitas famílias têm problemas. Existem muitos divórcios. Mas no fundo o que todos querem é a mulher ser uma boa Mãe e o homem ser um bom Pai. Todo mundo quer ser um bom Pai e uma boa Mãe. Todos anseiam por isso. Mas depois a vida com todos os seus revezes e problemas tornam isto difícil. Porém existem famílias que dão certo. Onde o homem é um bom Pai e a mulher uma boa Mãe. Ambos no seu papel.
O Vedanta Sutra analisa e contesta todas as diferentes linhas filosóficas da Índia.
O Vedanta Sutra Adhyaya 2 Pada 1 Adhikarana 8 Sutras 2.2.42,43,44,45, contestam a proposição Sakta de que Sakti cria sozinha.
Homens que não querem a participação do elemento feminino e mulheres que não querem a participação do elemento masculino no que diz respeito a procriação são extremos indesejáveis.
E portanto o Vedanta Sutra e os Vedas afirmam que Sakti e Saktiman, feminino e masculino, existem eternamente e não podem fazer nada um sem o outro.
Infelizmente o abuso sexual permeia todas as religiões e seus "líderes". É inegável. Fruto da repressão que gera a infra-sexualidade ou uma perversão, tara psicopatológica.
Claro, "deve-se bater numa mulher como quem bate numa Mrdanga (tambor)". Ora, qual a consequência disso? Um escândalo sexual de pedofilia atrás do outro.
O que tem o movimento feminista a ver com assédio sexual perpetrado por líderes religiosos?
O movimento feminista defende que a mulher não seja vista como uma "coisa suja que leva ao pecado". Por causa desta mentalidade e também com a ideia de que a actividade sexual enfraquece, o desejo sexual é reprimido e ocorrem os assédios. A actividade sexual não é encarada como algo normal. Mas algo sujo e baixo (por culpa da mulher) e que enfraquece.
Reprime, reprime, reprime a energia sexual que é muito forte até que "explode" na forma de diferentes perversões como abuso com crianças, sexo com animais, etc, etc.
Para uma mulher é bem difícil conciliar religião e o ser mulher porque todas as religiões tratam-nas muito mal.
Mas ainda assim em todas as religiões, as mulheres tentam. E assim temos o feminismo cristão, feminismo muçulmano etc.
Exemplo:
O feminismo cristão é um aspecto da teologia feminista que visa o avanço e a compreensão da igualdade entre homens e mulheres moralmente, socialmente, espiritualmente e a partir de uma perspectiva cristã, surgindo a partir do Marianismo católico medieval "contra as culturas semitas machistas, extrativistas, escravistas e dominadoras". As feministas cristãs, que tiveram Kathleen Bliss como sua pioneira, argumentam que a luta por parte das mulheres na direção da igualdade é necessária para uma completa compreensão do cristianismo. Elas acreditam que Deus não discrimina com base em características biologicamente determinadas, como sexo.
As feministas cristãs acreditam que a igualdade de gênero dentro da igreja não pode ser alcançada sem repensar o retrato e o entendimento de Deus como um ser masculino. O conceito teológico de Sofia, geralmente visto como substituto ou sinônimo do Espírito Santo na Trindade, é frequentemente usado para satisfazer esse desejo de símbolos que refletem as experiências religiosas das mulheres.
É uma luta árdua contra todo um sistema.
Existe um receio de alguns que haveria a destruição da família pela propagação da ideologia de gênero.
Também o mesmo receio dentro do movimento feminista, de algumas feministas (não todas), de que mulheres trans (que nasceram homens) destruiriam o feminismo.
Mas tal receio talvez não se justifique.
Porquê?
Sempre haverão casais heterosexuais (maioria de 90%) e sempre haverão casais homosexuais (minoria 10%). Sempre foi assim em todas as sociedades e em todas as épocas. E vai continuar a sê-lo.
Da mesma forma no movimento feminista ou no desporto. As mulheres cis serão sempre a maioria e mulheres trans uma minoria.
Ou seja, homens, outra vez, uma minoria, que agora são mulheres (trans), não desejariam destruir o feminismo ou o desporto feminino. Desejariam só ter um espaço nestes meios. Espaço este que deveria ser encontrado.
Doutora Vinod Verma, Bióloga de Reprodução na Índia, Professora de Neurobiologia da Universidade de Paris, especialista em Ayur Veda da Universidade de Benares:
"A natureza básica do homem e da mulher diferem por causa da proporção das componentes feminina e masculina neles presentes.
Há sempre uma grande discussão acerca deste assunto em todas as sociedades civilizadas.
Em muitas culturas são atribuídas características esteriotipadas a um ou a outro sexo, prejudicando a delicadeza e a flexibilidade de quase todas as relações.
Existem componentes masculina e feminina tanto no homem como na mulher, mas a proporção varia de um para o outro - bem como dentro do mesmo sexo.
Expressões como "um homem feminino" ou "uma mulher masculina" são muito vulgares em muitas línguas e usam-se para descrever indivíduos em que se considera que essa proporção é demasiado desiquilibrada.
Há mais Sattva e Tamas do que Rajas na componente feminina.
Na componente masculina, predomina o Rajas, enquanto o Sattva e o Tamas são menos importantes.
É a proporção destas qualidades que torna as componentes masculina e feminina diferentes umas das outras."
