1 - Quando se diz que temos um relacionamento eterno com Krsna, jivera svarupa haya krsnera nitya dasa, isto significa posição constitucional eterna e não uma forma eterna.
A posição de todas os Jivas é ser um servo eterno de Krsna. É a sua posição ontológica. Este verso não se refere a uma forma eterna, se refere a posição constitucional eterna.
Svarupa = posição constitucional eterna.
2 - Sādhu-saṅga, associação com devoto(a)s é tão importante, mas tão importante, que é esta associação que vai determinar em qual Rasa nós vamos servir no mundo espiritual.
Śrīla Viśvanātha Cakravartī Ṭhākura explica em seu Bhakti-rasāmṛta-sindhu-bindu (17) que Sthāyi-bhāva é dividida em 3:
1 - Sāmānya-rūpa - O Bhajana neutro de um praticante que nunca atingiu a associação de até mesmo um único devoto(a) firmemente situado em uma certa Rasa pode amadurecer em Sāmānya-rati. Tal Sthāyi-bhāva é conhecido por ser genérico.
2 - Svaccha-rūpa - Se alguém associa-se rotineiramente com cinco tipos de devoto(a)s situados em cinco tipos de humores diferentes, quando seu Bhajana amadurecer, cinco tipos de Rati podem manifestar-se nele(a) de acordo com sua associação em curso em momentos diferentes, às vezes Śānta, às vezes Dāsya, às vezes Sakhya, às vezes Vātsalya e às vezes Mādhurya. Não sendo fixo em qualquer um deles é uma Rati conhecida como Svaccha-rūpa (de natureza transparente). As emoções do praticante mudam dependendo de sua associação com devoto(a)s estabelecidos em uma destas cinco Rasas primárias.
3 - Śāntyādi pañca-vidha-rūpa - A terceira categoria de Sthāyi-bhāva existe dentro do coração do praticante que recebeu a associação de um devoto(a) firmemente situado em uma certa Rasa, e portanto tal praticante está fixo em uma Rasa específica e isto não muda.
3 - A nossa posição constitucional eterna é sermos sermos servos de Krsna. Isto é eterno e sempre foi assim. Agora, como vamos servir Krsna no mundo espiritual e qual vai ser nossa forma lá, isto tem um começo e é determinado aqui neste mundo material através da associação recebida dos devotos.
"Ó inteligente Uddhava !!! O Jiva é uma parte de Mim ou Tatastha-sakti. O condicionamento do Jiva por Avidya não tem começo. Mas por Vidya, o Jiva alcança a liberação que tem um começo."
(SB - 11.11.4)
Do comentário de Viśvanātha Cakravartī Ṭhākura:
"O jīva-śakti existe em várias condições em vários corpos por māyā-śakti. Da declaração do Viṣṇu-purana, entende-se que o jīva-śakti é geralmente controlado por māyā-śakti para realizar o passatempo da criação do universo. Isto é afirmado no verso: O jīva está preso por avidyā. Avidyā não tem começo porque o karma não tem começo.
Quando a liberação ocorre, avidyā tem um fim para aquela jīva em particular. A LIBERAÇÃO PORQUE É PRODUZIDA TEM UM COMEÇO. Mas porque é indestrutível, não tem fim."