हरे कृष्ण हरे कृष्ण कृष्ण कृष्ण हरे हरे || हरे राम हरे राम राम राम हरे हरे

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domingo, 25 de março de 2012

Ensaio–Contraceptivos - 22

Hare Krishna!

Todas as glórias à Srila Prabhupada!

Lendo o ensaio "Homossexualidade - Normal ou Abnormal" de autoria do Maharaje Purushatrya Swami, achei necessário fazer algumas observações que julgo relevante para a discussão do tema.
Mas antes, quero colocar, que minha posição não é politicamente correta nem conservadora, apenas estou tentando ser o mais sincero possível e contribuir positivamente.
Contudo, vejo com certa ressalva a classificação de temas ou tópicos como politicamente corretos ou conservadores. Segundo o texto se poderia definir o politicamente correto como todo o tema que é degradante mas que, determinado por uma sociedade degradada, seriam aceitos como progressivos, devido a um esquema de formadores de opinião e mídia,  e ai então são dados no texto alguns exemplos de temas ou tópicos, dentre eles homofobia e casamento Gay. Contudo, ao argumentar desta forma, de ante-mão, se desqualifica a discussão do tema gay como algo decadente promovimento pelo politicamente correto.Generalizar o pensamento politicamente correto como sempre equivocado é tão perigoso como generalizar o pensamento conservador como retrogrado.
Me preocupa a generalização, quanto ao juízo de valor, dada ao ativismo, pela importância que este fenômeno tem para o desenvolvimento da sociedade. O ativismo das minorias ou dos oprimidos é sempre necessário para que se possa superar situações de violação dos direitos humanos. É normal que algumas vezes ocorram extremismo, pois estamos falando de seres humanos podados e sufocados por decadas, lutando contra todo um sistema. “Gato escaldado tem medo de água fria”. Quem sofreu preconceitos, humilhações, rechaçamento, tende a ser desconfiado e reativos. Generalizações são sempre limitadas, assim, generalizar o ativismo gay como extremista é desqualificar as tantas organizações e ações que visam a dignidade e o respeito à pessoa humana. Aproveito para dar um exemplo sobre o ativismo. Há 20 anos aqueles que denunciavam a questão ambiental e defendiam o fim da sociedade de consumo, como eu, eram chamados de extremista. Isto era uma forma de desqualificar o discursos dos ativistas ambientais.
A Parada Gay é apenas um tipo de ação que não pode ser generalizada, tanto que dentro do próprio ativismo gay, ela é atualmente muito criticada pelo seu esvaziamento político, onde predomina apenas o espetáculo. Na década de 70, quando o movimento Punk apareceu, uma das formas de combate era chocar por meio da imagem: cabelos moicanos (que já foi absorvido e se tornou moda) roupas rasgadas, etc. Era uma forma de dar um "soco no estômago" da sociedade. A mesma coisa acontece em alguns comportamento mais extremos na parada gay. É uma forma que uma minoria altamente discriminada, e por isso cheia de revolta, de agredir a sociedade. Definitivamente e certamente o que o grande parte dos gays querem não é um mundo gay, mas respeito.
Trazer o que os sastras dizem é fundamental para que possamos ter consciência do mundo em que vivemos, pois resumidamente, o que os sastras nos diz é que há inúmeras ilusões e que devemos nos desvencilhar delas para alcançarmos a plenitude espiritual. Há um ideal dado pelos sastras e que deve ser perseguido, mas para alcança-lo há um caminho.  Contudo, se apenas diagnosticamos segundo os sastras, mas não discutimos como chegaremos ao ideal diante do ponto em que estamos, é como, analogamente, uma avaliação escolar: se avalia não para classificar o aluno como melhor o pior, mas para encontrar as dificuldades e dai tratá-las.
Não tenho fontes científicas para discutir se os gays sempre querem afirmar que a homossexualidade é exclusivamente genética, mas pelo convívio com gays e por ter participado esporadicamente de discussões com biólogos que pesquisam se há ou não bases genéticas no comportamento homoafetivo, tenho visto que há vários posicionamentos, mas há sempre em comum, quanto aos depoimentos dos gays que conheço, de que havia um desejo homoafetivo,  mais ou menos evidente, por pessoas do mesmo sexo.
Algumas coisas no texto me parecem muito superficiais e equivocadas, como:
i) o caso das "feinhas" que se tronam homossexual. Prefiro não entrar em detalhes sobre essa definição tão pobre de rigor científico, pois há tantas mulheres homossexuais lindas.
ii) e das lembranças do autor que resultam numa análise sobre os gays no passado dependerem dos "heteros" (?) para se realizarem sexualmente. Considero as experiências sociais do autor muito superficiais sobre o homossexual, por isso esteriotipada. Nem todos os gays possuem um comportamento feminilizado, no caso do homem, nem masculinizado, no caso das mulheres. Muitos dos gays estão debaixo dos narizes das pessoas, mas elas, presas ao esteriótipo, não são capazes de ver, por isso, falam de uma onda gay. Quando os gays fora do esteriótipo se sentiram encorajados a viverem suas vidas de forma digna, eles se revelaram e continuam se revelado, dai que para muitas pessoas é uma onda, quando na verdade é o iceberg se revelando.
É necessário que se entenda que existem pessoas que desejam ser como as do sexo oposto e existem pessoas que não desejam ser do sexo oposto, mas se sentem atraídas por pessoas do mesmo sexo.
iii) A promiscuidade não é uma característica do homossexual e nem do heterossexual, mas um traço comportamental de alguns seres humanos. E o “ficar”, tão comum hoje em dia, ocorre independentes da orientação sexual.  Neste ponto identifico uma visão equivocada e carregada de esteriótipos que limita uma análise mais realista, como fora proposta.
Os processos de repressão da orientação sexual são muito fortes e causam grandes danos a auto-estima e à capacidade de expressão sexual e afetivo. Na nossa cultura judaico-cristã, onde o sexo é visto como um pecado, todos, num grau maior ou menor, independente da orientação sexual, tem suas dificuldades nas primeiras experiências. No caso dos homossexuais certamente são mais fortes as dificuldades, inclusive muitos relatam ter uma fase de auto-negação, por medo e recalques impostos pelo preconceito, principalmente nas primeiras experiências.
Quero concluir dizendo que caminhamos de acordo com a capacidade das nossas pernas. Acredito que a grande maioria dos devotos, independente da orientação sexual, estão buscando fazer o melhor, não por tabu, mas pelo entendimento de que a felicidade advinda do gozo dos sentidos é uma ilusão que nos distrai da verdadeira felicidade que é a espiritual. Muito de nós ainda terão que viver experiência sensoriais, mas o importante é superarmos as etapas tendo como norte a Consciência de Krishna.
Em tempo, hoje lí uma reportagem da BBC que me deixou muito triste (http://www.bbc.co.uk/portuguese/noticias/2012/03/120310_iraqi_emo_rc.shtml). Um exemplo de homofobia que resulta em assassinatos e que se apóia em dogmas. Um caso de quando a religião se torna barbárie.

Buscando servir.
Baladeva Vidyabhushana Dasa (DVS)

 

Hare Krsna, prabhu Baladeva! Minhas reverências, por favor. Todas as glórias a Srila Prabhupada!

Jesus disse: “E conhecereis a verdade, e a verdade vos libertará”. Responderam-lhe: “Somos descendência de Abraão, e nunca fomos escravos de ninguém; como dizes tu: ‘Sereis livres’?”. Respondeu-lhes Jesus: “Em verdade, em verdade vos digo que todo aquele que comete pecado é escravo do pecado”. (João 8:32-34)

Eu não tenho tempo mais para escrever, então comentarei algumas coisas brevemente.

Sobre os homossexuais quererem respeito, acredito que esse seja o caso da maioria dos homossexuais devotos que já estão no máximo de autocontrole que conseguem, embora não seja o caso de todos. Quando perguntei a Gurudeva sobre um devoto que assumiu sua homossexualidade e eu disse que estava triste sobre ele ter-se excluído da companhia dos devotos pelos devotos terem-no atacado, Gurudeva disse que o problema dele foi que não apenas assumiu para si a condição praticante de sexo para gozo dos sentidos, mas estava incentivando outros devotos a adotarem essa postura. Assim, existem homossexuais devotos que querem ser respeitados em seu limite de até onde podem seguir o princípio de sexo ilícito, mas há também devotos que querem promover esse gozo que Prabhupada disse em carta que impede que se faça praticamente qualquer avanço na consciência de Krsna.

Sobre os homossexuais não devotos, o que eles querem, obviamente, é gozo dos sentidos, como todo não-devoto, e querem isso para serem felizes. Como nossa sociedade mundana acredita que liberdade é gozo dos sentidos, e gozo dos sentidos é felicidade, a bondade dela para com as pessoas é dar o máximo de liberdade para o gozo dos sentidos. Krsna, por outro lado, diz que o gozo dos sentidos não traz felicidade, mas duhkha, precisamente o oposto:

“Os prazeres que surgem do contato entre os sentidos e seus objetos é verdadeiramente a fonte de todo sofrimento”. (5.22)

E diz que liberdade é estar livre do gozo dos sentidos:

"Mas quem está livre de todo o apego e aversão e é capaz de controlar seus sentidos através dos princípios reguladores, com os quais se obtém a liberdade, pode receber a completa misericórdia do Senhor”.

Essa ideia de que as pessoas livres para o gozo dos sentidos são realmente livres e mais felizes é completamente não-vaisnava, algo que somente uma sociedade hedonista pode promover, e não a ISKCON.

Essa crítica à tradição judaico-cristã, de que nela o sexo é pecado, também é completamente absurda partindo de um vaisnava, pois, no vaisnavismo, a condição para o sexo não ser pecado é mais estrita do que no catolicismo, por exemplo. No catolicismo, segundo o Papa, é pecado o sexo fora do casamento, ao passo que, dentro do casamento, pode ser feito inclusive com o uso de tabelinha para evitar filhos caso não se tenha dinheiro para mantê-los, por exemplo, ao passo que, no vaisnavismo, para o sexo não ser pecado, além de ter de ser feito dentro do casamento, tem de ser feito no dia em que a mulher está fértil. Assim, o controle do gozo dos sentidos na cultura védica é maior do que na tradição judaico-cristã.

Assim, embora o senhor seja bem intencionado em querer a felicidade dos homossexuais, seu discurso parece-me contraproducente, pois a “liberdade” e o “gozo dos sentidos” que o senhor quer facilitar para que os homossexuais sejam mais autorrealizados e felizes é a causa da não autorrealização, isto é, a identificação com o corpo como a fonte de prazer, e, segundo Krsna, “a fonte de todo sofrimento”.

Concordo com o senhor que os homossexuais, como qualquer pessoa presa em pecado (papa, kama), merecem respeito, mas não é um ato de amor livrá-los de culpa para poderem gozar dos sentidos com liberdade. Prabhupada foi quem mais amou as pessoas na atualidade, e ele nunca mostrou semelhante forma de amar. Ele amou dizendo que o gozo dos sentidos é a causa do sofrimento, e que a liberdade de tal gozo é a causa do cativeiro, e então mostrou respeito e paciência aceitando aqueles que não podem se livrar disso de imediato. Isso é amor.

Espero que as contribuições do senhor tenham menos perspectivas seculares e mais coloções que se espera de um vaisnava.

Seu servo,

Bhagavan dasa (DvS)

Juiz de Fora Yatra, 14/03/12

 

Prabhuji Baladeva esta a se referir a repressão da orientação sexual.

O conceito de sexo como pecado é mais forte na cultura védica que na judaico cristã. Mas na cultura védica não há repressão em relação a orientação sexual. É disso que Sriman Baladeva Vidyabhusana Prabhu esta a referir-se, penso eu. Mas ele poderá explicar melhor.

Na cultura védica não há repressão em relação a homossexualidade Kármica, mas somente a homossexualidade ocasional.

Enquanto que na cultura judaico cristã há repressão tanto da homossexualidade Kármica como da homossexualidade ocasional. Na cultura judaico cristã há muito mais repressão.

É essa repressão da homossexualidade Kármica que gera traumas, como por exemplo obrigar a casar com o sexo oposto e terapias de reconversão de gênero como apregoadas por grupos religiosos fundamentalistas muçulmanos e cristãos.

Vosso servo

Prahladesh Dasa Adhikari (HDG)

Lisboa - Portugal em 15 de Março de 2012

www.bhakti-tattva.blogspot.com

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