हरे कृष्ण हरे कृष्ण कृष्ण कृष्ण हरे हरे || हरे राम हरे राम राम राम हरे हरे

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terça-feira, 15 de fevereiro de 2011

Comer Rezar Amar, sem sair da Índia

Glórias a bela terra de Bharat Varsh, que é enfeitada com as pegadas de Krishna e com as doçuras de Radha!

Voltávamos da Índia, quando vimos no avião o filme que dá título a este artigo. Um filme inspirado num best seller mundial. É a história verídica de uma mulher que viajando para a Itália realiza o ato de comer bem, viajando para a Índia realiza a magia de rezar e na Indonésia conhece o amor. Comer, rezar e amar são verbos que estão na moda!

Depois de 45 dias de peregrinação, para um devoto de Krishna, uma coisa é certa: Não é preciso sair da Índia para comer, rezar e amar!

Na cultura de Bhakti, comer é também rezar. Rezar é amar. Amar é cozinhar, oferecer e honrar. Estes verbos caminham juntos e se tornam únicos no cotidiano de um devoto. Por isso, ser um bhakta não é só praticar sua religião nos templos, durante as cerimônias. É um estado de consciência que abrange todos os aspectos da vida. Ser um vaisnava implica em uma mudança de paradigma onde podemos rezar ao honrar uma preparação deliciosamente oferecida ao nosso Senhor. Podemos amar fazendo orações as nossas deidades adoráveis e até mesmo comer é um ato de amor pois em nossos pratos não há violência, não há sangue, não há dor. Apenas gratidão e amor!

Comer na Índia

Enquanto no conceito ocidental, comer é apenas uma satisfação sensorial ou no máximo um ato social, na cultura Vaisnava é um momento de comunhão com o supremo que além de nutrir o corpo, alimenta a alma.

Srila Rupa Goswami diz no seu Upadeshamrita, que duas formas de se relacionar amorosamente com os devotos é dar prasada e receber prasada! E na Índia, dentro dos templos e nas casas dos vaisnavas, isso é levado mui seriamente.

Na Índia, podemos estar numa mesa impecavelmente arrumada no luxuoso restaurante Govinda de Juhu-Mumbai ou sentados no chão de um pequeno templinho de Vrindavana, comendo com as mãos num prato de folha. Em ambos os casos é uma comunhão com o amor divino! Honrar a prasada é receber a misericórdia de Krishna. É tocar em Krishna! É estar com Krishna! Isso é comunhão, é oração, é amor.

O que dizer dos belos doces do Banka Bihari Bazar, em Vrindávana? Onde diariamente centenas de fiéis os compram para serem oferecidos as suas deidades. São belas obras de arte feitas de leite, farinha e açúcar para a satisfação de Deus.

E as incontáveis Lojinhas de Maha Prasada dos templos? Com ladhus, burfis, sandesh, khir, samossas, kachoris, hallavas, frutas, que tem aroma de cânfora e ghee?! Preparações saídas diretamente do altar e vindas para nossas mãos!

E se formos a um templo, prestarmos reverências, fizermos nossas orações e alguma oferenda (materialização de nosso amor e admiração) é certo que ganharemos alguma deliciosa preparação dos sacerdotes de plantão. E naquele pedacinho de doce de leite ou chapati com vegetais está nossas orações e O amor supremo.

Na cidade de Puri, onde a entrada no maravilhoso templo de Sri Jagannatha é restrita apenas a quem nasceu em corpo indiano podemos nos relacionar com as maravilhosas deidades através de sua prasada! Prasada tão adocicada como a própria Deidade, e ao tocá-lA estamos em contato direto com o Senhor do Universo! Como não podemos ir até Ele, Ele pessoalmente vem até nós!

E quando a prasada, nosso alimento divino e poderoso, salva vidas e erradica a fome de toda uma cidade?! No glorioso projeto Food for Life deTirupati, comer é, além de rezar e amar, viver! São toneladas de grãos e vegetais cozidos no Templo e distribuidos diarimente como merenda escolar para 33.000 crianças!!!

Um dos passatempos muito especiais que aconteceu conosco e a prasada foi em Tirupati, no sul da Índia. Fomos até lá ter o dharshan de Sri Balaji, a deidade mais rica e famosa do mundo! Ficamos 8 horas na fila até chegarmos ao seu dharshan e conhecemos muitas histórias de amor e devoção entre os devotos e Sri Balaji. Sem dúvida, Sri Balaji é uma deidade que cuida e está muito presente na vida de seus devotos. No final da peregrinação por Tirupati/ Tirumala, já estávamos no ônibus para ir embora. Era de madrugada ainda e sentíamos muita fome. Não conseguimos nada para comer e viajaríamos 9 horas ainda. Foi então que um brahmana, servo de Sri Balaji, saiu de seu lugar e veio até nossos acentos e misericordiosamente nos deu um saco cheio de Maha Prasada da deidade!! Chapatis e ladus!! Ele disse que estava muito admirado conosco, ocidentais com tilaka vaisnava pelo corpo, e que queria nos presentear com maha prasada.

É claro que nesse momento não comemos apenas! Rezamos, amamos e fomos amados!

Rezar e amar na Índia

Em Bhakti não há nenhuma diferença entre rezar e amar! A comunhão do devoto com Krishna é um elo de amor em duas vias: do devoto para Krishna e de Krishna para o devoto. Um não vive sem o outro.  E é dessa forma que regras e regulações tornam-se secundárias pois o amor está em primeiro plano!

O que dizer dos devotos de Govindaji em Jaipur, que cantam, dançam, rezam e amam sua isthadeva (deidade adorável) de forma tão doce, singela, harmoniosa e espontânea? Presenciar um mangalarati é uma experiência que toca o coração! O templo lotado de senhoras distintas e chefes de família cantando, dançando e tocando para o querido Govindaji de Rupa Goswami! Diarimente lotado de devotos, repleto de amor...

E Sri Balaji?! Que movimenta milhares de pessoas devotadas a Ele doando suas riquezas, doando seus cabelos, doando suas vidas à sua adoração! Não é nada além de amor... Amor este que os impele a ficar horas e horas em pé numa fila de multidão que parece não ter fim para se satisfazer apenas com 2 ou 3 segundos na frente do altar! Só amor leva alguém a fazer isso!

E o magnânimo Sri Rangannatha?! Que é o amor e o amante de sua devotada Andal, devota que se casou formalmente com a sua deidade adorável numa cerimônia de união matrimonial! Andal não rezava, amava...

E ver ocidentais vestidos de indianos (enquanto os próprios indianos estão querendo se vestir como ocidentais) dedicando suas vidas a cuidar de templos por Srila Prabhupada? Aliás, Srila Prabhupada é um grande exemplo de amor e fé... O que mais tiraria um vaisnava de sessenta e nove anos de idade de Vrindávana e o levaria para o outro lado do mundo a não ser o sentimento de amor ao seu mestre e a sua missão? E é amor que sentimos ao ver todas as suas conquistas!

Dessa forma é fácil realizar que bhakti-yoga é um exercício de amor. Amamos as colinas sagradas, os rios sagrados, amamos árvores sagradas, amamos a poeira dos lugares sagrados... Sentimos uma força maior que nos induz ao amor! Mesmo sem se esforçar, quem está com o coração aberto sente essa força. Sem planejar, amamos e rezamos...  Amamos até objetos inanimados! No quarto de Srila Prabhupada, em Vrindávana Dhama, temos um museu com seus pertences... Ao ver a japa original que ele cantava ou o último pedacinho de tilaka que estava em uso quando ele partiu, um sentimento de amor arrebata corações!  Acompanhado de orações: " Afortunado pedacinho de barro que serviu diretamente o corpo de Srila Prabhupada, por favor abençoe-me!"

E o amor aos seres vivos: as pessoas e os animais. Em cada canto da maravilhosa Índia há vacas, touros e bezerros dando-nos o exemplo de como viver equanimente diante do caos! Seus olhares sempre tão mansos e doces despertam bons sentimentos em qualquer transeunte atento e sensível... E as massas populares que nos templos cantam, rezam e amam, manifestando um fenomeno físico, onde é possível sentir as ondas de bhakti fluindo de coração para coração!

Certamente a Índia não é apenas sabores, amores e orações. Mas é essa Índia, mágica, mística, doce e espiritual que Srila Prabhupada revelou para nós. É a Índia de Caitanya Mahaprabhu, a Índia Vaisnava. A terra marcada com as pegadas de Krishna e untada com a doçura de Radha! Terra tão mística que mesmo do outro lado do mundo podemos vive-la em sua potencia de espiritualidade pois para o amor não há fronteiras, não há distâncias, não há barreiras. Ainda mais para O Maior de Todos os Místicos, Vrajendranandana Syam, que é amado pela Deusa da Fortuna e ao mesmo tempo o Ladrãozinho de Manteiga!

Lembrando do sexto propósito da ISKCON, dado por Srila Prabhupada: "Erigir para os membros e para a sociedade em geral um lugar sagrado de passatempos transcendentais, dedicado à Personalidade de Krishna". . Goura Vrindávana é um desses locais sagrados do ocidente, uma das embaixadas de Vrindávana! E qualquer um pode vir nos visitar e experimentar os sabores, os amores e a fé da Incrível Índia Vaisnava!

Todas as glórias a Srila Prabhupada, que por amor salvou nossas vidas!

Todas as glórias a Sri Vrindavana Dhama, a terra mais doce e adorável do universo!

Todas as glórias a Bhakti devi que espalha em nossos corações a incrivel onda de amor espiritual!

Amorosamente,

Krishna Priya devi dasi

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