I
Estou sentado solitário em Vrindavana-dhama. Neste estado de espírito estou tendo muitas realizações. Tenho minha esposa, filhos, filhas, netos, tudo, mas não tenho dinheiro, de forma que eles são glórias infrutíferas. Krishna mostra-me a nudez da natureza material. Por Sua influência nada disso hoje tem sabor para mim, yasyaham anugrhnami harisye tad-dhanam sanaih.
“Eu gradualmente despojo de toda a riqueza aqueles para os quais sou misericordioso”. Como pude compreender essa misericórdia do Todo-misericordioso?
II
Todos me abandonaram, vendo-me sem dinheiro. Esposa, parentes, amigos, irmãos, todos. Isto é miséria, mas me faz rir. Estou sozinho, mas risonho.
Neste maya-samsara, a quem amo realmente? Onde estão agora meus amorosos pai e mãe? E onde estão todos os mais idosos do que eu, que eram o meu próprio povo?
Quem me dará notícias deles, dizei-me, quem? Tudo o que me resta da vida familiar é apenas uma lista de nomes.
III
Como a espuma da água do mar se funde novamente no mar, o jogo do samsara é exatamente assim. Ninguém é mãe ou pai, ou parente pessoal.
Assim como a espuma do mar, eles permanecem apenas por instantes.
Assim como a espuma na água do mar se funde novamente no mar, o corpo feito de cinco elementos encontra-se com a destruição.
Quantos corpos a alma condicionada aceita dessa maneira? Seus parentes relacionam-se meramente com corpos materiais.
IV
Mas, na plataforma espiritual, todo mundo é seu parente, irmão. Esse relacionamento não sofre os encantos de Maya. O Senhor Supremo é a alma de todos.
Em relação a Ele, todos no universo são iguais. Todos são seus parentes, irmãos, todos: as bilhões de jivas. Quando vistos em relação com Krishna, todos eles entram em harmonia.
Esquecendo-se de Krishna, a jiva deseja o gozo dos sentidos. E, como resultado, é firmemente agarrada por Maya... (Srila Prabhupada)