Por Sriman Mahesvara Caitanya Prabhu:
“Gostaria de fazer algumas observações sobre as diferenças entre a doutrina espírita kardecista e a doutrina gaudiya vaishnava.
Há dois tipos de religião, sanatana-dharma e mileccha-dharma. Dharma quer dizer “religião” e sanatana significa eterno, permanente, que pode ser aplicado a qualquer momento ou em qualquer lugar. Quando uma religião possui um nível em que não se pode entender os princípios superiores da espiritualidade e da filosofia, chama-se mileccha-dharma. A tal religião, Krsna concede uma escritura ou revelação com um conceito limitado e parcial, aplicável somente em um certo local, tempo e circunstância.
A diferença entre os ensinamentos das santas escrituras Védicas e as escrituras de outras religiões é que as outras escrituras foram apresentadas em sociedades mais ou menos primitivas, onde existia um conhecimento não muito elaborado sobre espiritualidade, filosofia, princípios sociais e de moralidade. Na cultura Védica o conhecimento foi apresentado, sem nenhuma restrição, a uma sociedade muito elevada, a qual foram apresentados os princípios eternos da espiritualidade. Temos como um exemplo o Srimad Bhagavatam, no qual Srila Suta Gosvami expõe o conhecimento transcendental para grandes sábios eruditos com altíssimo grau de entendimento espiritual, na floresta de Naimisharanya. Enquanto que, por exemplo, no Novo Testamento, Jesus ensinava a seus discípulos, que eram pescadores analfabetos ou semi-analfabetos, e pregava para um povo extremamente simples e humilde, sempre usando parábolas, pois como está escrito ”E, acercando-se dele (de Jesus) os discípulos, disseram-lhe: Por que lhes falas por parábolas? Ele, respondendo, disse-lhes: Porque a vós é dado conhecer os mistérios do reino dos céus, mas a eles não lhes é dado.” (Mateus 13:11). Com estas palavras, Jesus comprova que o que ele ensinava era apenas parcial. As pessoas para quem Jesus pregava eram tão desprovidas de conhecimento e elevação, que acabaram por matá-lo.
Apesar das doutrinas cristâs (oque inclui o Espiritísmo Kardecista) possuírem algumas semelhanças com o gaudiya vaishnavismo, não podemos comparar nossas escrituras diretamente, por não haver equivalência direta) mas poderemos encontrar dentro das próprias escrituras e crenças deles elementos que demonstrem contradições, inconsistências lógicas, filosóficas e etc.
O espiritismo, assim como o gaudiya vaishnavismo, acredita na reencarnação e no karma, porém de forma diferente.
Quanto à reencarnação, os espíritas não acreditam na possibilidade de um espírito voltar a se encarnar no corpo de um animal, o que é conhecido como “metempsicose”. Os espíritas entendem que reencarnar no corpo de um animal seria uma involução, o que contraria a “Lei do Progresso”, pois o espírito jamais poderia retrogradar. Isso está escrito no Livro dos Espíritos, capítulo XI parte III. Neste texto o “Espírito de Verdade” explica extensivamente sobre a impossibilidade de tal acontecimento, porém ao chegar ao final do texto encontramos as seguintes afirmações que demonstram a insegurança desse espírito sobre o assunto:
“Como quer que seja, a antiguidade e a universalidade da doutrina da metempsicose, e o número de homens eminentes que a professam, provam que o princípio da reencarnação tem suas raízes na própria Natureza; esses são, portanto, argumentos antes a seu favor do que contrários. O ponto de partida do Espírito é uma dessas questões que se ligam ao princípio das coisas e estão nos segredos de Deus. Não é dado ao homem conhecê-las de maneira absoluta, e ele só pode fazer, a seu respeito, meras suposições, construir sistemas mais ou menos prováveis. Os próprios Espíritos estão longe de tudo conhecer, e sobre o que não conhecem podem também ter opiniões pessoais mais ou menos sensatas.”.
Nas últimas linhas do mesmo texto temos:
“Quanto às relações misteriosas existentes entre o homem e os animais, isso, repetimos, está nos segredos de Deus, como muitas outras coisas cujo conhecimento atual nada importa para o nosso adiantamento, e sobre as quais seria inútil nos determos.”.
Como podemos ver, o espírito está confuso e inseguro sobre o tema. Essa é a característica marcante de mileccha-dharma, o conhecimento não é revelado em sua totalidade e nem é dada por uma fonte autorizada e fidedigna. A metempsicose não é aceita pelos espíritas, pois para eles, os espíritos ainda pouco evoluídos vão encarnar em corpos humanos defeituosos e doentes, em ambientes desagradáveis, mas nunca em um corpo animal. Porém, na própria bíblia cristã encontramos evidências que contradizem essa idéia. No Novo Testamento, encontramos uma passagem em que Jesus, juntamente com seus discípulos caminhavam e foram interceptados por dois rapazes endemoninhados e os demônios conversaram com Jesus e pediram para ele:
“...Se nos expulsas, permite que entremos naquela manada de porcos. E ele lhes disse: Ide. E saindo eles, se introduziram na manada de porcos; e eis que toda aquela manada de porcos se precipitou no mar por um despenhadeiro, e morreram nas águas.” (Mateus 8:31-32).
De acordo com a doutrina espírita, um demônio nada mais é do que um espírito de um humano desprovido de conhecimento e consciência elevada, necessitando de evolução. Então, como podemos ver, os espíritos involuídos deixaram um corpo humano e entraram em um corpo animal, demonstrando que a metempsicose é possível.
É também interessante notar que o “Espírito de Verdade” explica, no “Evangelho Segundo o Espiritismo”, que Jesus teria se referido a ele na passagem: “E eu rogarei ao Pai, e ele vos dará outro Consolador, para que fique convosco para sempre. O Espírito de Verdade, que o mundo não pode receber, porque não o vê nem o conhece; mas vós o conheceis, porque habita convosco, e estará em vós.” (João 14:16-17), e também “Mas aquele Consolador, o Espírito Santo, que o Pai enviará em meu nome, esse vos ensinará todas as coisas, e vos fará lembrar de tudo quanto vos tenho dito.” (João 14:26). Como podemos ver, aqui, Jesus afirma que o Consolador ensinará todas as coisas. Logicamente que para se ensinar todas as coisas, se faz necessário conhecer todas as coisas, porém o “Espírito de Verdade” Kardecista afirmou, como vimos acima, “...Os próprios Espíritos estão longe de tudo conhecer...” . Fica assim demonstrada a possibilidade de que o “Espírito de verdade” que conversou com Allan Kardec não seja o mesmo a que se referia Jesus e, portanto, que este espírito esteja mentindo. Também disse Jesus sobre o “Espírito de Verdade”: “...e vos fará lembrar de tudo quanto vos tenho dito”, porém não é bem isso que observamos. Em primeiro lugar, deveremos nos lembrar qual é o maior e primeiro mandamento da doutrina de Jesus: “Amaras o Senhor teu Deus de todo o coração, e de toda tua alma, e de todo o teu pensamento.” (Mateus 22:37). No “Evangelho Segundo o Espiritismo”, porém, o mandamento maior recebe um tratamento menor. Isso porque se verificarmos no capítulo 11 do Evangelho Segundo o Espiritísmo, sob o título de “O maior mandamento”, apesar de citarem o mandamento, os espíritos não comentam nem uma palavra sequer sobre o assunto, mas comentam longamente sobre o segundo mandamento “...amarás o teu próximo como a ti mesmo”. Fica então a pergunta: Por que o maior mandamento da lei de Jesus não é comentado pelos espíritos, que costumam dizer que o Espiritismo é a única tradição realmente cristã? Não se encontra nos principais livros espíritas nada a respeito de “amar a Deus”. Assim, fica aqui evidente que o conhecimento fica apenas parcialmente revelado (mileccha-dharma).
Quanto ao karma, eles acreditam que é necessário se esforçar para ter bom karma, pois somente assim se pode evoluir. Eles acreditam que acumulando bom karma estarão atingindo um dos objetivos espirituais. Apesar de conhecerem as bases mais superficiais da crença no karma, sua doutrina nada revela sobre as misérias de se estar enredado no ciclo de nascimentos e mortes e sobre a dissolução do karma, tanto mal quanto bom, como meio para a liberação (samsara e moksha).”
Por Sriman Visvaguru Prabhu:
“estive pensando e me lembrei que esse processo
de elevação aos planetas celestiais não uma coisa vergonhosa, e quando falamos
isso, isso não é exatamente uma ofensa, pois mesmo nos Védas existem muitos
prcessos assim, Karma Kanda, por exemplo. O ponto é que não é tão facil sair
desse mundo, no sistrema Védico tradicional, uma pessoa que evolui
ao nível de um Sannyasi, isso quer dizer que ele vai para o céu, pois esse é o
processo desse mundo, uma pessoa se eleva de planeta inferior para um intermediario,
depois para um planeta celestial e depois ele pode até se liberar, ou não. Isso é
religião ou Dharma, mas quando falamos de Sanatana Dharma tal com é ensinado
por Chaitanya Mahaprabhu é algo muito raro, por reconstitui nossa consciencia
original, isso é Bhakti, e se uma determinada doutrina ensina esse processo de
Bhakti como é ensinado nos livros autorizados então podemos aceitar, mas se
não, não podemos aceitar só para sermos politicamente corretos.Prabhupada disse
que isto é uma ciência, e deve ser praticado ciêntificamente, se não o resultado é outro.”
Nossa colocação:
"Aqueles que adoram os semideuses nascerão entre os semideuses (Deva Loka); aqueles que adoram os ancestrais irão ter com os ancestrais (Pitri Loka); aqueles que adoram fantasmas e espíritos nascerão entre tais seres (Bhuta Loka); e aqueles que Me adoram viverão comigo (Krsna Loka)." (BG 9.25)
E todos devem ser respeitados e incentivados a seguirem o seu caminho, pois pelo menos acumulam actividades piedosas.
Vosso servo
Prahladesh Dasa Adhikari
Na esperança de poder contribuir.
Na Índia alguns Sakta Tântricos bem como outras linhas utilizam a mediunidade nas suas práticas para conhecer planos e entidades subtis negativas materiais (Raksa, Yaksa e Pisaca) e obter poderes sobre outros. Prabhupada diz no BG 9.25 "Há muitos homens que praticam esta magia negra e acham que é espiritualismo, mas estas actividades são inteiramente materialistas."
Outros através da mediunidade entram em contacto com seres superiores como é o caso dos Brahma Kumaris que afirmam "receber" mediunicamente o espírito do fundador Lekhraj Kripalini que por sua vez recebia mediunicamente mensagens do Senhor Siva. Alias todos os ensinamentos dos Brahma Kumaris são oriundos de mensagens mediúnicas.
No budismo tibetano, a consulta ao oráculo é um aspecto fundamental no dia-a-dia de seus líderes para predizer o futuro e solucionar os problemas internos e externos do governo. Centenas de médiuns praticam essa função no Tibete.
Essa cerimônia transcorre a portas fechadas, com a presença de Sua Santidade o Dalai Lama e membros do governo tibetano. O principal e mais importante deles é o oráculo do mosteiro de Nechung, onde se manifesta Dordje Drakden, uma das divindades protetoras do povo tibetano. No ápice do transe, a presença divina de Dordje Drakden manifesta-se com uma voz das profundezas, alternando gestos e danças rituais.
Em todas as partes do mundo, em diferentes culturas e religiões pratica-se a mediunidade, no entanto na tradição Védica a maneira de lidar com entidades subtis negativas é por tentar neutralizar a influência e o contacto com as mesmas (e não aumentar o contacto com Raksas e Pisacas como fazem os Sakta Tântricos). Maha Mantra Hare Krsna Ki Jaya !!!
E por outro lado auxiliar as entidades subtis piedosas oferecendo-lhes a cerimônia de Sraddha (oferecimento de Prasadam aos antepassados). Ao fazer isto os antepassados ficam muito satisfeitos e dão suas bençãos.
No Gaudiya Vaisnavismo o contacto com aquelas grandes almas que já partiram não dá-se através da mediunidade por "incorporação temporária" mas através do contacto directo por força do serviço devocional amoroso puro. E somente por causa desta devoção pura é que eles se manifestam com sua própria forma espiritual e nunca "incorporando-se num médium". É uma experiência mística pessoal privada que poderá ou não ser relatada posteriormente.
Do livro "Samadhis em Vrndavana" de SS Mahanidhi Swami:
"Os Acaryas Vaisnavas explicam que os Siddha Purusas (almas perfeitamente liberadas) tem duas formas espirituais. Nos seus Samadhis eles existem com seu Cin Moya Deha (corpo espiritualizado). Simultaneamente na plataforma espiritual em Goloka Vrndavana possuem uma segunda forma espiritual para eternamente servir o Casal Divino Sri Sri Radha Giridhari.
Assim como a Arca Vigraha de Sri Krsna reciproca com Seus devotos aparecendo pessoalmente, estes santos em Samadhi reciprocam com os devotos de acordo com o grau de sua Sraddha, Seva e Puja (fé, serviço e adoração). Embora nós enterremos ou crememos o corpo de um Vaisnava que partiu, ele permanece no seu Samadhi. E geralmente, santos Siddhas, como os seis Goswamis, dão alguma indicação para provar a sua presença nos Samadhis. Existem vários relatos de seu aparecimento.
Um discípulo e servo pessoal de Srila Prabhupada disse que Srila Rupa Goswami uma vez apareceu para Srila Prabhupada enquanto ele estava sentado no Templo de Radha Damodara e disse-lhe:
"Maharaja, não se preocupe com nada. Simplemente pregue a mensagem de Sri Caitanya Mahaprabhu e o cantar de Hare Krsna. Você será bem sucedido. Eu lhe garanto isto pois estarei sempre ao seu lado."
Os Templos de Visnu e os Samadhis dos Vaisnavas são feitos com o mesmo propósito. Eles incrementam nossa lembrança e serviço ao Supremo Senhor Krsna e Seus devotos puros. Por respeitosamente visitar os Samadhis e observar o devido respeito podemos fazer avanço espiritual."
Vosso servo
Prahladesh Dasa Adhikari
Estimado Prabhu Prahladesh,
Hare Krishna!
Todas as glórias a Srila Prabhupada!
Agradeço muito por enriquecer a conversa através de sua argumentação, que aprecio muito, sendo que gostaria de complementar sua mensagem.
Quero primeiramente desculpar-me por não explicar, em minha mensagem, que quando citei os agama tantras, referia-me aos agama tantras vaishnavas (que são a maioria dos tantras existentes) que são considerados no modo da bondade. Existem, porém, dentro das cinco classes de agama tantras (vaishnava,shaiva, shakta, saura e ganapata) aqueles que estão no modo da ignorância e lançam mão da mediunidade em suas práticas. Como disse Krishna no Bhagavad-Gita, aqueles que estão no modo da ignorância são atraídos a executar tais práticas (adoração aos mortos).
Quanto ao budismo tibetano, eles também se baseiam em textos tântricos (porém não agamas), sendo vários deles no modo da ignorância. A divisão do budismo Mahayana, onde se incluem várias escolas de budismo (muitas escolas:Tchan, Zen, Terra Pura, etc) e também o budismo tibetano, possui esse nome por ser considerado o "grande veículo" em contraste com o budismo Hinayana que é considerado o "pequeno veículo" (uma única escola: budismo Theravada). Muitas vezes essa divisão é interpretada como sendo o "grande veículo" superior e o "pequeno veículo" como inferior. No entanto, o motivo é bem outro. Buddha, enquanto vivo, nunca ensinou que se deveria orar a qualquer tipo de entidade espiritual, nem mesmo para um Isvara. Suas práticas eram baseadas na meditação, sem qualquer traço de ritos com preces, mediunidade, adoração a semi-deuses, bodhisattvas etc. Buddha pregou essencialmente para seus monges. O Dhammapada, por exemplo, é todo direcionado ao bhikkhu (monge). A pregação de Buddha era direcionada aos monges, mas não para o povo (em seus 80 anos de vida, raríssimas vezes ele pregou para um público aberto).
Assim, depois de sua morte, para que o budismo pudesse penetrar nas massas, teve que passar por transformações profundas, o que incluiu a possibilidade de sincretismos locais, onde se introduziram rezas, preces, e adorações regionais dos locais para onde o budismo migrou. Então, o "grande veículo" é o budismo sincrético direcionado às massas, todo "recheado" de espíritos, bodhisattvas, deuses, demônios, etc, enquanto que o "pequeno veículo" é o budismo ortodoxo, "seco", para poucos, direcionado ao bhikkhu, onde não existe espíritos, deuses nem bodhisattvas, mas apenas a meditação no vazio.
Por isso, apesar de Buddha nunca ter orientado aos seus seguidores ocuparem-se em práticas mediúnicas, isso pode ser encontrado no budismo tibetano, pois o budismo tibetano é fruto do sincretismo entre o budismo original, o tantrismo shakta e shaiva (vamacarya trantra e dakishnacarya tantra) da Índia e tradições xamânicas locais. Então, gostaria de ressaltar que Buddha nunca recomendou a prática da mediunidade.
Sobre a Organização Brahma Kumaris, gostaria de comentar que apesar de ser , até certo ponto, baseada no Raja Yoga (ou Astanga Yoga), cujas práticas foram compiladas e sistematizadas por Patanjali (que nunca ensinou a mediunidade, nem a meditação com olhos abertos fixos nos olhos abertos do instrutor), e apesar de sua doutrina ter sido supostamente transmitida mediunicamente de Shiva para seu fundador (Dada Lekrhaj ou Brahma Baba), não é uma tradição hindu. Eles não aceitam a autoridade das escrituras védicas (shruti, smrti, itihasa, purana e agama). Dessa forma, não vejo sua linhagem de mestres como exemplo válido para corroborar a prática da mediunidade.
Quero ressaltar que, apesar de ser praticada em quase todas culturas, se a mediunidade fosse tão importante como afirmam os kardecistas, Krishna certamente teria recomendado seu "desenvolvimento" explicitamente. Porém, nem Krishna, nem Buddha, nem Jesus Cristo, nem nenhum guru ou sadhu vaishnava indicam que devemos "desenvolver" a mediunidade. Não temos nenhuma orientação shastrica sobre a importância da mediunidade, muito pelo contrário.
Grato,
Hari bol!
Mahesvara Caitanya Das
Caríssimo Sriman Mahesvara Caitanya Prabhu, reverências.
Srila Prabhupada Ki Jaya !!!
Muito obrigado.
É um facto que a mediunidade é praticada em diferentes culturas religiosas. Isto deve ser incentivado ou não?
De acordo com a tradição Védica, não deve.
Não é possível entrar em contacto com almas liberadas, devotos perfeitos através da mediunidade “por invocação” em nenhuma parte ou cultura religiosa deste mundo. Isto não é possível.
Quando muito, entidades espirituais pouco evoluídas oriundas de diferentes planetas (Lokas) celestiais (Ex: Priti Loka).
"De acordo com os Vedas, essa comunicação é sim possível, mas não é recomendada. Nos Vedas, primeiramente, a posição dos anjos e dos fantasmas não se confundem. Prabhupada traduz por "anjo" os indivíduos chamados nas escrituras de gandharvas. Os gandharvas possuem corpo grosseiro, porém corpos grosseiros com siddhis, ou poderes místicos, os quais lhes permitem vir à terra ajudar os humanos, e mesmo a ajuda deles é vista com resalvas, pois estão longes de serem perfeitos. Os gandharvas, no entanto, em virtude de terem corpo grosseiro, jamais poderão ser incorporados, pois eles têm seu próprio corpo.
Os fantasmas (bhutas, pretas, raksasas etc.), por sua vez, não possuem corpo grosseiro, mas apenas o sutil, logo são eles quem podem ser "recebidos" por um médium. Os fantasmas, diferentemente do que acreditam os espíritas, estão sempre em uma condição precária, pois não ter méritos para ter um corpo grosseiro, quer nos planetas superiores, quer na terra, é entendido como resultado de atividades pecaminosas, e não uma fase de transição "normal" entre um nascimento e outro e muito menos sinal de "consciência evoluída". A pessoa fica apenas em um corpo sutil após a morte por diversos motivos, entre eles estar demasiadamente identificada com o corpo ou com a família, ter explorado o planeta em que viveu etc. Isto se explica porque se uma pessoa considera que sua casa é "sua", ela não pode aceitar que morreu, pois a casa passará a ser de outra pessoa, assim ela fica na condição de fantasma. O mesmo acontece se a pessoa explora o planeta, por exemplo com o insustentável hábito de comer carne: o planeta não aceita essa pessoa nascer novamente nele. O que os espíritas chamam de espíritos de luz nós chamamos por vezes de Yaksa, que Acaryadeva, um sanscritólogo da ISKCON, traduz por "semipiedosos". Eles têm alguma impiedade para não terem um corpo grosseiro, mas, ainda assim, têm alguma piedade e boas intenções em ajudar. Eles também têm acesso a uma morada chamada Antariksa, que repousa em cima das nuvens da Terra.De acordo com os Vedas, essa comunicação é sim possível, mas não é recomendada. Nos Vedas, primeiramente, a posição dos anjos e dos fantasmas não se confundem. Prabhupada traduz por "anjo" os indivíduos chamados nas escrituras de gandharvas. Os gandharvas possuem corpo grosseiro, porém corpos grosseiros com siddhis, ou poderes místicos, os quais lhes permitem vir à terra ajudar os humanos, e mesmo a ajuda deles é vista com resalvas, pois estão longes de serem perfeitos. Os gandharvas, no entanto, em virtude de terem corpo grosseiro, jamais poderão ser incorporados, pois eles têm seu próprio corpo.
Os fantasmas (bhutas, pretas, raksasas etc.), por sua vez, não possuem corpo grosseiro, mas apenas o sutil, logo são eles quem podem ser "recebidos" por um médium. Os fantasmas, diferentemente do que acreditam os espíritas, estão sempre em uma condição precária, pois não ter méritos para ter um corpo grosseiro, quer nos planetas superiores, quer na terra, é entendido como resultado de atividades pecaminosas, e não uma fase de transição "normal" entre um nascimento e outro e muito menos sinal de "consciência evoluída". A pessoa fica apenas em um corpo sutil após a morte por diversos motivos, entre eles estar demasiadamente identificada com o corpo ou com a família, ter explorado o planeta em que viveu etc. Isto se explica porque se uma pessoa considera que sua casa é "sua", ela não pode aceitar que morreu, pois a casa passará a ser de outra pessoa, assim ela fica na condição de fantasma. O mesmo acontece se a pessoa explora o planeta, por exemplo com o insustentável hábito de comer carne: o planeta não aceita essa pessoa nascer novamente nele. O que os espíritas chamam de espíritos de luz nós chamamos por vezes de Yaksa, que Acaryadeva, um sanscritólogo da ISKCON, traduz por "semipiedosos". Eles têm alguma impiedade para não terem um corpo grosseiro, mas, ainda assim, têm alguma piedade e boas intenções em ajudar. Eles também têm acesso a uma morada chamada Antariksa, que repousa em cima das nuvens da Terra." (Sriman Bhagavan Prabhu)
De acordo com a tradição Védica a forma de entrarmos em contacto com o mundo espiritual e os "espíritos" é por servir amorosamente a Suprema Personalidade de Deus Sri Krsna e Seus associados queridos.
Quando o devoto(a) alcança a perfeição neste serviço amoroso, então o mundo espiritual manifesta-se para o devoto(a) que ainda está neste mundo material mas que já é uma Jiva Mukta (aquele que é liberado ainda estando num corpo material).
Tentar entrar em contacto com a plataforma espiritual de forma precoce geralmente indica interesses pessoais, e não leva ao avanço e perfeição espiritual e consequente renúncia a vida material.
Porque tentar entrar em contacto com o mundo espiritual, se ainda uma pessoa não atingiu a perfeição espiritual? De acordo com a tradição Védica a ênfase é que primeiro deve-se alcançar a perfeição espiritual através de desenvolver amor por Deus e depois o mundo espiritual irá naturalmente se manifestar.
Do Bhakti Ratnakara: "Em meditação (Manasi Seva) Srinivasa Acarya certa vez ofereceu uma fragrante guirlanda de flores ao Senhor Gauranga, o qual estava sentado numa Simhasana repleta de jóias, rodeado pelos Seus queridos devotos, na floresta de Navadvipa.
Dominado por emoções transcendentais, Srinivasa Acarya começou a chorar profusamente. Em reciprocidade amorosa, o Senhor Gauranga ofereceu a mesma guirlanda de volta a Srinivasa. Isto interrompeu o transe de Srinivasa. Retornando a consciência externa, Srinivasa ficou surpreendido ao constatar que a guirlanda adornava seu pescoço, e difundia um aroma imcomparável.
Então Srinivasa começou a meditar no Holi Lila (passatempo de atirar cores) de Radha Govinda em Vrndavana. Na sua forma espiritual concebida mentalmente como Mani Manjari, Srinivasa Acarya ofertou pó colorido a Srimati Radhika. Desta vez, quando quebrou seu transe, tinha todo o corpo coberto com pó colorido divinamente perfumado importado do mundo espiritual."
Teu servo
Prahladesh Dasa