Não sou muito bom quando o assunto é psicologia sexual. Minha área é outra. Portanto, para que vocês não percam tempo com alguma digressão que eu possa fazer, vou me focar na opinião de Krishna dada na Sua Bhagavad-Gita (Cap. 2, verso 59):
Krishna diz que “os objetos dos sentidos ‘deixam de existir’ (tradução literal) para aquele que restringe os sentidos”. A palavra aqui para ‘deixam de existir” é expressa pelo composto verbal vi-ni-vRt ou “vinivartante” . Ou seja, aparentemente, para quem restringe os sentidos do contado com seus objetos, os mesmos (os objetos) ‘deixam de existir’. Por outras palavras, o mero restringir dos sentidos, embora criem a ilusão de que o problema se foi, não resolve a questão. Todos têm experiência que o prazer dos sentidos traz sofrimento e para evitar o sofrimento, uma reação natural é restringir os sentidos. Porém, Krishna diz que rasavarjam raso’pyasya “exceto o gosto [que] ainda é dele” ou, em bom português, “embora, aparentemente, os objetos deleitáveis ‘deixem de existir’, o gosto por eles permanece”!
Portanto, Krishna conclui Param Drstva Nivartate “para quem viu o mais elevado, afasta-se [dos objetos dos sentidos]”. Segundo a opinião de Krishna, o esforço do transcendentalista maduro consiste em apegar-se a Krishna através de satisfazer os sentidos transcendais de Krishna e na medida que ele progride, perde o interesse pelo gozo dos sentidos. O caminho vaishnava não é o caminho da repressão, é o caminho de rasa ou doçura. Quando preenchemos nosso coração com a doçura de Krishna-bhakti, através da ocupação dos sentidos em serviço prático a Krishna, conseguimos domar nossos sentidos. Tudo resolvido? Acho que não.
No começo de nossa prática, é natural que não tenhamos aquela maestria na técnica vaishnava de controle dos sentidos, mas devemos ser determinados e perseverar no serviço amoroso a Krishna, que é o proprietário de nossos sentidos. Assim, os sentidos serão domados com certeza. Às vezes, é claro, uma restrição aqui e outra ali até que tem seu lugar e sua utilidade, mas isso já é um sinal (vermelho!) de Krishna (através de sua poderoooosa Maya) de que estamos “desconectados” .
Praticando japa seriamente com atitude desamparada, Krishna nos atenderá e nos ocupará em Seu serviço cheio de rasa ou “sabor”.
Esperando ter sido útil,
Mukunda Das (IP)
Quando o assunto é sexo ninguém adormece numa aula do Srimad Bhagavatam e Bhagavad Gita e todos participamos do Krishna Katha.
Esta é a força do sexo neste mundo material. Com raras excepções, estamos todos envolvidos por esta grande força.
Só há um caminho. Trocar um pelo outro. Trocar a actividade sexual grosseira e subtil pelo absorver-se completamente nos passatempos repletos de amor e doçura transcedental de Sri Sri Radha Krsna e no cantar inofensivo do Maha Mantra Hare Krsna.
Neste mundo material, somente o amor de mãe aproxima-se "um pouquinho" do amor incondicional e desinteressado do mundo espiritual.
A entidade viva anseia por prazer (Ananda). Se não tiver prazer espiritual terá ...................
Vosso servo
Prahladesh Dasa Adhikari
"O sexo é natural, mas tambem é natural ter filhos e para os filhos é natural ter pai e mãe, hoje em dia, principalmente se sabe muito bem os resultados de uma criação aonde o pai está ausente, isso é muito estudado em psicanálise. Para as pessoas que são serias no processo de avanço espiritual, esse apego ao sexo rapidamente diminui dando lugar ao prazer espiritual,
que é verdadeiro e constante e cresce.
O meu mestre uma vêz me disse que o prazer sexual é apenas um alivio do sofrimento da luxúria. Na psicanálise se explica que uma pessoa muito apegada ao gozo, ou a luxúria desenvolve os sintomas da neurose. Por isso vivemos numa sociedade onde as pessoas são desprovidas
de paz."
ss
Visvaguru das
"Li um artigo interessante em que diz que a diferença da mulher para o homem é que a mulher faz sexo com o homem para ter amor. E por outro lado o homem faz amor com a mulher para ter sexo. Fiquei pensando nestas colocações filosóficas psicoloucas. Como é que a gente pode fazer amor? O amor se faz? E como é que a gente pode ter amor? O amor se consegue assim, numa troca? Temos que ir profundo no que representa esta linguagem tão pobre para o entendimento da maioria dos mortais que estão avaliando sentimentos na qualidade de gênero humano. Talvez todo o problema da humanidade esteja neste ponto, onde o amor é só um diferencial do sexo, um complemento relacional, uma troca "civilizada" de prazer.
Na verdade, convenhamos, tudo é uma combinação interesseira de homens e mulheres que estão com vontade de gozar os sentidos. E por aí vai toda a série de interpretações. Tudo é um jogo sutil de quem dá mais prazer ao outro, ou quem controla mais as emoções. Ora! Sexo é sexo, e Amor é amor! O sexo pode ser um ato amoroso, e o amor pode ser um ato sexualizado. Mas no fim o ato é o mesmo, interesseiro. Entrando no campo espiritual o amor se transcendentaliza. O amor está puramente na qualidade da alma e se estabelece realmente no contato com Deus, Krsna. Não há amor no mundo material.
O amor é da alma, é divino, é a essência que nos constitui. No mundo material, nos corpos grosseiros e sutis, existe a luxúria que pode ter vários nomes, que vai desde o que se chama amor (atração sentimental baseada no gozo funcional dos sentidos) até o sexo (animal) propriamente dito. Por isso Krsna diz que o homem não pode amar a Deus se ainda está possuido pela luxúria, pelo modo da paixão. Ela é o inimigo pecaminoso que tudo devora neste mundo, que consome a energia amorosa e real da alma por aqui. Assim, não crie confusões, ou malabarismos de palavras. Amor? Vivemos no mundo da luxúria. Porque você acha que está aqui? Mas o Reino de Krsna é a dimensão do Amor Puro. Não faça sexo para ter amor ou vice versa. Apenas ame Krsna."
Alemão
