Significado de Srila Prabhupada:
"...Na linguagem moderna, os Varna Sankara são os Hippies, que não seguem nenhum preceito regulador.
Outra explicação é que, quando a população é Varna Sankara, ninguém consegue definir em que nível alguém está situado.
O sistema científico Varnasrama divide a sociedade em quatro Varnas e quatro Asramas, porém , na sociedade Varna Sankara, não há estas distinções, e ninguém consegue saber quem é quem.
Em tal sociedade, não se consegue distinguir entre um Brahmana, um Ksatriya, um Vaisya e um Sudra.
Para que haja paz e felicidade no mundo material, deve-se introduzir a instituição Varnasrama.
Devem-se definir as características das actividades das pessoas, e ela deve ser educada de acordo com o nível em que estiver inserida.
Então, o avanço espiritual ocorrerá naturalmente." SB 7.11.25
Nos Ensinamentos do Senhor Caitanya, Srila Prabhupada diz que o caráter de uma pessoa somente se desenvolve se estiver situada no seu varna.
Fim da citação
A implementação do A Daiva Varnasrama Dharma na sociedade em geral enfrenta uma série de obstáculos.
1 - Não existe mais a preocupação com a realização dos Samskaras Védicos.
Estes Samskaras dão uma base sólida de uma vida correcta e visam desenvolver todos os aspectos da personalidade, e a consequente definição correcta do Varna.
Por exemplo, temos o importantíssimo Garbhadana Samskara, ou o Samskara para conceber um filho.
Mas também temos todos os outros Samskaras que devem acompanhar uma pessoa ao longo da sua vida.
2 - Não existem Gurukulas.
3 - Não existem Colégios Varnasrama.
4 - A economia não é agraria, e portanto não é uma vida voltada para a simplicidade.
Srila Prabhupada explica que a causa de toda esta degradação deve-se à Varna Sankara.
Ambos, homens e mulheres degradam-se e deixam de dar importância aos valores espirituais de uma vida simples voltada para a transcendência.
O papel do homem e da mulher enquanto casal, no sentido da implementação do A Daiva Varnasrama é crucial.
Aqui voltamos ao ponto dos muitos ajustes e variáveis.
Porque?
Bhurijana Prabhu explica:
"Os modos da natureza material são comparados com diferentes cores.
Bondade com amarelo,
Paixão com vermelho e
Azul com ignorância."
Nove cores são criadas por misturar-se cada cor com duas restantes.
Novamente, por misturar cada uma destas cores com outras oito cores, oitenta e uma variedades ocorrem.
Podemos continuar a misturar estas cores continuamente uma e outra vez, até que uma quantidade ilimitada de cores é criada.
Da mesma forma, os três modos podem ser misturados em três, nove e oitenta e uma combinações, ou combinados novamente para formar combinações ainda mais subtis.
Nos relacionamentos pessoais, os nossos modos podem corresponder com os modos de outra pessoa em termos de nove, ou mesmo oitenta e uma combinações diferentes ou ainda mais.
As vezes encontramos pessoas cuja combinação dos modos é igual á nossa, e as vezes diferente."
A seguir algumas declarações da Doutora Vinod Verma, Bióloga da Reprodução na Índia, Professora de Neurobiologia da Universidade de Paris, especialista em Ayur Veda no estilo tradicional de Guru Sisya iniciada pelo Acarya Priya Vrata Sharma, da Universidade de Benares:
"A mulher é o núcleo da mais pequena unidade social e, quando não está bem predomina a confusão e o caos no presente e no futuro.
Uma mulher é geralmente a força central da família, uma vez que é no seu útero que a família se reproduz.
Na gravidez, no parto e na amamentação, ela tem um papel exclusivo.
Os seus pequenos dependem dela, agarram-se aos peitos e sentem-se seguros na sua vizinhança.
Uma mulher simboliza a terra, que dá protecção, alimento e segurança.
É como uma grande figueira- de-bengala e cuja sombra fresca as crianças e o pai procuram conforto.
É generosa e opulenta.
Esta é sua Prakriti, a sua natureza geral, embora hajam excepções.
A generosidade da mulher não significa, porém, que outros à sua volta se sirvam dela sem a devida compensação.
A relação com uma mulher é como a nossa relação com a terra.
Em civilizações antigas, a terra e os seus atributos - os rios, lagos, montanhas, árvores e vegetação - eram adorados.
As pessoas mostravam a sua gratidão através de cerimônias; em caso de catástrofes tentavam apaziguar a sua ira de várias maneiras.
As pessoas das modernas civilizações industriais cometeram, porém, erros crassos irreversíveis em termos ambientais.
Após vários séculos de exploração, tomaram agora consciência da gravidade dos seus actos e iniciaram tentativas de sarar as feridas.
Há quem diga que as raízes da exploração, tanto da natureza como das mulheres, foram lançadas pelos pioneiros da ciência moderna.
Se os que rodeiam uma mulher se aproveitarem indevidamente de sua generosidade, se não lhe mostrarem a sua gratidão e respeito , ela torna-se presa do desconforto e de doenças, tal como a mãe terra.
Esta falta de bem estar pode influenciar o futuro.
Má saúde e o infeliz estado mental de uma mulher afectam adversamente até ainda os filhos que estáo para nascer, que podem vir a ser inseguros, mães frustradas propensas a problemas mentais.
A felicidade e a saúde de uma mulher são importantes para o nosso presente e nosso futuro.
Falar do bem estar das mulheres não implica negligenciar o dos homens e o das crianças.
Mas se uma mulher for ignorada e viver em condições de dor e desconforto mental, as crianças e o pai também sofrem.
A natureza básica do homem e da mulher diferem por causa da proporção das componentes feminina e masculina neles presentes.
Há sempre uma grande discussão acerca deste assunto em todas as sociedades civilizadas.
Em muitas culturas são atribuídas características esteriotipadas a um ou a outro sexo, prejudicando a delicadeza e a flexibilidade de quase todas as relações.
Existem componentes masculina e feminina tanto no homem como na mulher, mas a proporção varia de um para o outro - bem como dentro do mesmo sexo.
Expressões como "um homem feminino" ou "uma mulher masculina" são muito vulgares em muitas línguas e usam-se para descrever indivíduos em que se considera que essa proporção é demasiado desiquilibrada.
Há mais Sattva e Tamas do que Rajas na componente feminina.
Na componente masculina, predomina o Rajas, enquanto o Sattva e o Tamas são menos importantes.
É a proporção destas qualidades que torna as componentes masculina e feminina diferentes umas das outras.
Uma mulher com 20 por cento da componente masculina e 80 por cento da componente feminina, terá 26 por cento de Rajas e 37 por cento de Sattva e Tamas.
Um homem com 80 por cento da componente masculina e 20 por cento da componente feminina terá 44 por cento de Rajas e 28 por cento de Tamas e Sattva.
Mas podem existir variações.
Os atributos inatos das mulheres e dos homens emergem das diferentes proporções das três qualidades.
Os atributos masculinos implicam actividade, acção e movimento.
Os atributos femeninos são tranquilidade, espiritualidade, criação, assistência, etc.
Estas características podem observar-se prontamente em crianças pequenas.
As meninas são normalmente mais pacíficas mais estáveis e mais calmas do que os meninos, que saltam e se mexem muito.
Frequentemente, as meninas brincam com bonecas tomando conta delas, dando-lhes assistência e pondo-as a dormir.
Há quem diga que estas características são resultantes da imposição de normas sociais pelos pais.
Não é verdade. Se assim fosse, todas as mães que estivessem exaustas por causa do comportamento travesso dos seus meninos conseguiriam manipulá-los facilmente.
Portanto, como se assinalou anteriormente, uma mulher tem mais Tamas e Sattva dentro de si do que Rajas.
É a qualidade dominante Tamas com um pouco de Rajas que dá à mulher o desejo de fazer um lar e de estar num mesmo lugar e desejar ter uma família.
A livre expressão e compreensão das qualidades um do outro são essenciais para o companheirismo entre a mulher e o homem.
Só com compreensão, paciência e generosidade de uma para com os outros é que os homens e as mulheres podem levar uma existência harmoniosa.
Por exemplo, uma mulher não deve ser excessivamente afirmativa mas deve deixar o homem exprimir a sua qualidade de Rajas participando em acontecimentos que envolvam acção e movimento.
Se a sua expressão de Rajas for excessiva deve subtilmente envolver o homem em práticas que tragam sossego à mente.
Por seu turno, um homem deve compreender o desejo de uma mulher de ter família e um lar, e ainda assim encorajar, e não suprimir, o Rajas dela.
Se o Rajas que há nela for suprimido, o Tamas aumenta, levando a angústia, a depressão e por vezes a erupções de ira.
Também deve compreender a gentil qualidade de maternidade dela e não ficar zangado com ela por ser indulgente para com os filhos."
Fim da citação
No Daiva Varnasrama a divisão social é feita por qualificação.
Ainda que no A Daiva Varnasrama a ocupação para uma mulher seja específico (ser casta e servir o esposo), se ela apresentar qualificações e interesses diferentes, deve ser incentivada.
Veja-se o exemplo de Gangamata Goswamini.
Sobre isto, Srila Prabhupada explica:
"...Ninguém deve ficar pensando que a mulher casta deve ser uma escrava enquanto seu esposo é um Naradhama, o mais baixo dos homens.
Embora os deveres da mulher sejam diferentes daqueles do homem, nenhuma mulher casta está designada para servir a um esposo caído.
Se seu esposo é caído, recomenda-se que ela deixe a sua associação....
...de modo semelhante, o esposo pode separar-se de uma mulher que, de acordo com as descrições dos Sastras, não é casta..."
E assim, muitas variáveis.
Podem ocorrer casamentos entre Varnas diferentes (Pratilomaja e Anulomaja), bem como diferentes formas de casamento.
Podemos dizer que a sociedade é um todo dinâmico em mudança permanente onde nada é estático e tudo é interdependente, interrelacionado e interligado.
Sobre o Feminismo, a Doutora Vinod Verma salienta:
"Ao impormos a mulher o papel de mãe e esposa, em contradição com outras necessidades, fazemos sofrer a componente masculino dentro delas.
Esta imposição deu finalmente lugar a uma revolta reaccionária (Feminismo) que proclamou a falsa ideologia de que, para as mulheres, a liberdade e a libertação estão em negar a expressão da sua maternidade.
As mulheres que subscrevem esta ideologia acham que, para se libertarem, têm que ser como os homens.
Em vez de encorajarem os homens a tornar-se mais flexíveis e ternos, visto que a componente feminina dentro deles também tem sofrido, estas mulheres reaccionárias tentam ser severas e duras, negam a si próprias filhos e a beleza de ser ternas, compassivas e espressivas nas suas emoções.
Isto não leva à liberdade.
A verdadeira liberdade está em desenvolver força física, mental e espiritual.
A negação da forte qualidade inata da maternidade infringe os princípios da natureza e o próprio eu duma mulher.
Ironicamente, algumas mulheres continuam toda vida a lutar com homens crescidos (pai, irmão,marido,etc) pelos seus direitos e nada fazem para influenciar os seus póprios filhos nesta matéria."
A Doutora Vinod Verma salienta sobre a distribuição de tarefas:
"Certas noções acerca das distribuição de tarefas entre homens e mulheres que talvez fossem necessárias anteriormente já não tem validade nas nossas modernas sociedades tecnologicamente avançadas.
Antigamente era preciso muito trabalho para manter uma casa e criar filhos; não era possível às mulheres da classe média seguirem uma profissão ao mesmo tempo que cumpriam os seus deveres de mães e esposas.
As profissões dos homens também eram mais duras e exigiam mais tempo e energia.
As evoluções tecnológicas e psicológicas não andaram, porém, a par uma da outra; hoje, é raro uma dona de casa sentir-se "indispensável" como outrora.
Se ficar frustada e se sentir irrealizada, isto pode destruir a harmonia familiar.
Com a ampla disponibilidade de restaurantes e a "revolução alimentar", os homens também são menos dependentes das mulheres "tratarem da casa".
Em tempos antigos, o vínculo conjugal não se quebrava facilmente porque um casal não podia dar-se ao luxo de o quebar.
A validade desta afirmação prova-se quando observamos que as elevadas taxas de divórcio existem somente em sociedades ricas, tecnologicamente avançadas, onde a necessidade material de ficarem juntos já não existe.
Com a mudança dos tempos e das necessidades, é mais essencial do que nunca trabalhar nos níveis psicológicos subtis da relação homem-mulher e livrarmo-nos da idéia de segregação dos homens e das mulheres.
Não é fácil produzir mudanças sociais, e fazê-lo exigirá tempo e um esforço tremendo a todos os níveis, tanto dos homens como das mulheres."
Fim da citação
Vosso servo
Prahladesh Dasa
Significado de Srila Prabhupada:
"...Na linguagem moderna, os Varna Sankara são os Hippies, que não seguem nenhum preceito regulador.
Outra explicação é que, quando a população é Varna Sankara, ninguém consegue definir em que nível alguém está situado.
O sistema científico Varnasrama divide a sociedade em quatro Varnas e quatro Asramas, porém , na sociedade Varna Sankara, não há estas distinções, e ninguém consegue saber quem é quem.
Em tal sociedade, não se consegue distinguir entre um Brahmana, um Ksatriya, um Vaisya e um Sudra.
Para que haja paz e felicidade no mundo material, deve-se introduzir a instituição Varnasrama.
Devem-se definir as características das actividades das pessoas, e ela deve ser educada de acordo com o nível em que estiver inserida.
Então, o avanço espiritual ocorrerá naturalmente." SB 7.11.25
Nos Ensinamentos do Senhor Caitanya, Srila Prabhupada diz que o caráter de uma pessoa somente se desenvolve se estiver situada no seu varna.
Fim da citação
A implementação do A Daiva Varnasrama Dharma na sociedade em geral enfrenta uma série de obstáculos.
1 - Não existe mais a preocupação com a realização dos Samskaras Védicos.
Estes Samskaras dão uma base sólida de uma vida correcta e visam desenvolver todos os aspectos da personalidade, e a consequente definição correcta do Varna.
Por exemplo, temos o importantíssimo Garbhadana Samskara, ou o Samskara para conceber um filho.
Mas também temos todos os outros Samskaras que devem acompanhar uma pessoa ao longo da sua vida.
2 - Não existem Gurukulas.
3 - Não existem Colégios Varnasrama.
4 - A economia não é agraria, e portanto não é uma vida voltada para a simplicidade.
Srila Prabhupada explica que a causa de toda esta degradação deve-se à Varna Sankara.
Ambos, homens e mulheres degradam-se e deixam de dar importância aos valores espirituais de uma vida simples voltada para a transcendência.
O papel do homem e da mulher enquanto casal, no sentido da implementação do A Daiva Varnasrama é crucial.
Aqui voltamos ao ponto dos muitos ajustes e variáveis.
Porque?
Bhurijana Prabhu explica:
"Os modos da natureza material são comparados com diferentes cores.
Bondade com amarelo,
Paixão com vermelho e
Azul com ignorância."
Nove cores são criadas por misturar-se cada cor com duas restantes.
Novamente, por misturar cada uma destas cores com outras oito cores, oitenta e uma variedades ocorrem.
Podemos continuar a misturar estas cores continuamente uma e outra vez, até que uma quantidade ilimitada de cores é criada.
Da mesma forma, os três modos podem ser misturados em três, nove e oitenta e uma combinações, ou combinados novamente para formar combinações ainda mais subtis.
Nos relacionamentos pessoais, os nossos modos podem corresponder com os modos de outra pessoa em termos de nove, ou mesmo oitenta e uma combinações diferentes ou ainda mais.
As vezes encontramos pessoas cuja combinação dos modos é igual á nossa, e as vezes diferente."
A seguir algumas declarações da Doutora Vinod Verma, Bióloga da Reprodução na Índia, Professora de Neurobiologia da Universidade de Paris, especialista em Ayur Veda no estilo tradicional de Guru Sisya iniciada pelo Acarya Priya Vrata Sharma, da Universidade de Benares:
"A mulher é o núcleo da mais pequena unidade social e, quando não está bem predomina a confusão e o caos no presente e no futuro.
Uma mulher é geralmente a força central da família, uma vez que é no seu útero que a família se reproduz.
Na gravidez, no parto e na amamentação, ela tem um papel exclusivo.
Os seus pequenos dependem dela, agarram-se aos peitos e sentem-se seguros na sua vizinhança.
Uma mulher simboliza a terra, que dá protecção, alimento e segurança.
É como uma grande figueira- de-bengala e cuja sombra fresca as crianças e o pai procuram conforto.
É generosa e opulenta.
Esta é sua Prakriti, a sua natureza geral, embora hajam excepções.
A generosidade da mulher não significa, porém, que outros à sua volta se sirvam dela sem a devida compensação.
A relação com uma mulher é como a nossa relação com a terra.
Em civilizações antigas, a terra e os seus atributos - os rios, lagos, montanhas, árvores e vegetação - eram adorados.
As pessoas mostravam a sua gratidão através de cerimônias; em caso de catástrofes tentavam apaziguar a sua ira de várias maneiras.
As pessoas das modernas civilizações industriais cometeram, porém, erros crassos irreversíveis em termos ambientais.
Após vários séculos de exploração, tomaram agora consciência da gravidade dos seus actos e iniciaram tentativas de sarar as feridas.
Há quem diga que as raízes da exploração, tanto da natureza como das mulheres, foram lançadas pelos pioneiros da ciência moderna.
Se os que rodeiam uma mulher se aproveitarem indevidamente de sua generosidade, se não lhe mostrarem a sua gratidão e respeito , ela torna-se presa do desconforto e de doenças, tal como a mãe terra.
Esta falta de bem estar pode influenciar o futuro.
Má saúde e o infeliz estado mental de uma mulher afectam adversamente até ainda os filhos que estáo para nascer, que podem vir a ser inseguros, mães frustradas propensas a problemas mentais.
A felicidade e a saúde de uma mulher são importantes para o nosso presente e nosso futuro.
Falar do bem estar das mulheres não implica negligenciar o dos homens e o das crianças.
Mas se uma mulher for ignorada e viver em condições de dor e desconforto mental, as crianças e o pai também sofrem.
A natureza básica do homem e da mulher diferem por causa da proporção das componentes feminina e masculina neles presentes.
Há sempre uma grande discussão acerca deste assunto em todas as sociedades civilizadas.
Em muitas culturas são atribuídas características esteriotipadas a um ou a outro sexo, prejudicando a delicadeza e a flexibilidade de quase todas as relações.
Existem componentes masculina e feminina tanto no homem como na mulher, mas a proporção varia de um para o outro - bem como dentro do mesmo sexo.
Expressões como "um homem feminino" ou "uma mulher masculina" são muito vulgares em muitas línguas e usam-se para descrever indivíduos em que se considera que essa proporção é demasiado desiquilibrada.
Há mais Sattva e Tamas do que Rajas na componente feminina.
Na componente masculina, predomina o Rajas, enquanto o Sattva e o Tamas são menos importantes.
É a proporção destas qualidades que torna as componentes masculina e feminina diferentes umas das outras.
Uma mulher com 20 por cento da componente masculina e 80 por cento da componente feminina, terá 26 por cento de Rajas e 37 por cento de Sattva e Tamas.
Um homem com 80 por cento da componente masculina e 20 por cento da componente feminina terá 44 por cento de Rajas e 28 por cento de Tamas e Sattva.
Mas podem existir variações.
Os atributos inatos das mulheres e dos homens emergem das diferentes proporções das três qualidades.
Os atributos masculinos implicam actividade, acção e movimento.
Os atributos femeninos são tranquilidade, espiritualidade, criação, assistência, etc.
Estas características podem observar-se prontamente em crianças pequenas.
As meninas são normalmente mais pacíficas mais estáveis e mais calmas do que os meninos, que saltam e se mexem muito.
Frequentemente, as meninas brincam com bonecas tomando conta delas, dando-lhes assistência e pondo-as a dormir.
Há quem diga que estas características são resultantes da imposição de normas sociais pelos pais.
Não é verdade. Se assim fosse, todas as mães que estivessem exaustas por causa do comportamento travesso dos seus meninos conseguiriam manipulá-los facilmente.
Portanto, como se assinalou anteriormente, uma mulher tem mais Tamas e Sattva dentro de si do que Rajas.
É a qualidade dominante Tamas com um pouco de Rajas que dá à mulher o desejo de fazer um lar e de estar num mesmo lugar e desejar ter uma família.
A livre expressão e compreensão das qualidades um do outro são essenciais para o companheirismo entre a mulher e o homem.
Só com compreensão, paciência e generosidade de uma para com os outros é que os homens e as mulheres podem levar uma existência harmoniosa.
Por exemplo, uma mulher não deve ser excessivamente afirmativa mas deve deixar o homem exprimir a sua qualidade de Rajas participando em acontecimentos que envolvam acção e movimento.
Se a sua expressão de Rajas for excessiva deve subtilmente envolver o homem em práticas que tragam sossego à mente.
Por seu turno, um homem deve compreender o desejo de uma mulher de ter família e um lar, e ainda assim encorajar, e não suprimir, o Rajas dela.
Se o Rajas que há nela for suprimido, o Tamas aumenta, levando a angústia, a depressão e por vezes a erupções de ira.
Também deve compreender a gentil qualidade de maternidade dela e não ficar zangado com ela por ser indulgente para com os filhos."
Fim da citação
No Daiva Varnasrama a divisão social é feita por qualificação.
Ainda que no A Daiva Varnasrama a ocupação para uma mulher seja específico (ser casta e servir o esposo), se ela apresentar qualificações e interesses diferentes, deve ser incentivada.
Veja-se o exemplo de Gangamata Goswamini.
Sobre isto, Srila Prabhupada explica:
"...Ninguém deve ficar pensando que a mulher casta deve ser uma escrava enquanto seu esposo é um Naradhama, o mais baixo dos homens.
Embora os deveres da mulher sejam diferentes daqueles do homem, nenhuma mulher casta está designada para servir a um esposo caído.
Se seu esposo é caído, recomenda-se que ela deixe a sua associação....
...de modo semelhante, o esposo pode separar-se de uma mulher que, de acordo com as descrições dos Sastras, não é casta..."
E assim, muitas variáveis.
Podem ocorrer casamentos entre Varnas diferentes (Pratilomaja e Anulomaja), bem como diferentes formas de casamento.
Podemos dizer que a sociedade é um todo dinâmico em mudança permanente onde nada é estático e tudo é interdependente, interrelacionado e interligado.
Sobre o Feminismo, a Doutora Vinod Verma salienta:
"Ao impormos a mulher o papel de mãe e esposa, em contradição com outras necessidades, fazemos sofrer a componente masculino dentro delas.
Esta imposição deu finalmente lugar a uma revolta reaccionária (Feminismo) que proclamou a falsa ideologia de que, para as mulheres, a liberdade e a libertação estão em negar a expressão da sua maternidade.
As mulheres que subscrevem esta ideologia acham que, para se libertarem, têm que ser como os homens.
Em vez de encorajarem os homens a tornar-se mais flexíveis e ternos, visto que a componente feminina dentro deles também tem sofrido, estas mulheres reaccionárias tentam ser severas e duras, negam a si próprias filhos e a beleza de ser ternas, compassivas e espressivas nas suas emoções.
Isto não leva à liberdade.
A verdadeira liberdade está em desenvolver força física, mental e espiritual.
A negação da forte qualidade inata da maternidade infringe os princípios da natureza e o próprio eu duma mulher.
Ironicamente, algumas mulheres continuam toda vida a lutar com homens crescidos (pai, irmão,marido,etc) pelos seus direitos e nada fazem para influenciar os seus póprios filhos nesta matéria."
A Doutora Vinod Verma salienta sobre a distribuição de tarefas:
"Certas noções acerca das distribuição de tarefas entre homens e mulheres que talvez fossem necessárias anteriormente já não tem validade nas nossas modernas sociedades tecnologicamente avançadas.
Antigamente era preciso muito trabalho para manter uma casa e criar filhos; não era possível às mulheres da classe média seguirem uma profissão ao mesmo tempo que cumpriam os seus deveres de mães e esposas.
As profissões dos homens também eram mais duras e exigiam mais tempo e energia.
As evoluções tecnológicas e psicológicas não andaram, porém, a par uma da outra; hoje, é raro uma dona de casa sentir-se "indispensável" como outrora.
Se ficar frustada e se sentir irrealizada, isto pode destruir a harmonia familiar.
Com a ampla disponibilidade de restaurantes e a "revolução alimentar", os homens também são menos dependentes das mulheres "tratarem da casa".
Em tempos antigos, o vínculo conjugal não se quebrava facilmente porque um casal não podia dar-se ao luxo de o quebar.
A validade desta afirmação prova-se quando observamos que as elevadas taxas de divórcio existem somente em sociedades ricas, tecnologicamente avançadas, onde a necessidade material de ficarem juntos já não existe.
Com a mudança dos tempos e das necessidades, é mais essencial do que nunca trabalhar nos níveis psicológicos subtis da relação homem-mulher e livrarmo-nos da idéia de segregação dos homens e das mulheres.
Não é fácil produzir mudanças sociais, e fazê-lo exigirá tempo e um esforço tremendo a todos os níveis, tanto dos homens como das mulheres."
Fim da citação
Vosso servo
Prahladesh Dasa