"Na Roma Antiga, os candidatos a cargos eletivos vestiam uma toga branca como forma de identificá-los e diferenciá-los dos demais cidadãos romanos.
Por que os candidatos vestiam a toga de cor branca e não de outra cor qualquer? Eis aí a questão fundamental.
A palavra candidato vem do latim candidatus, que significa aquele que veste roupa branca. Quer dizer que, em sua origem, a palavra dá idéia de pureza, de brancura, de honestidade, isto é, para candidatar-se a um cargo eletivo, o cidadão precisava ser candidatus, ou seja, vestir-se de branco, como símbolo de sua idoneidade moral, para ser eleito."
O grande problema da Democracia é que qualquer um pode "candidatar-se", e assim ocorrem toda a classe de disparidades governativas.
Somente nas Democracias existe a figura do Demagogo.
O grande problema da Democracia é que esta descamba em Demagogia.
E mesmo que algum "candidato" seja boa pessoa e bom devoto(a) não será capaz de governar se isto não estiver de acordo com seu Guna e Karma.
O grande problema da Monarquia é que pode descambar em Tirania.
No entanto, na Cultura Védica a Monarquia não é necessariamente imposta ou hereditária, mas electiva.
Os "candidatos" a Rei, Ksatryas que estão situados de acordo com Guna e Karma são escolhidos e desta forma governam.
Esta é a forma de governação na Cultura Védica, porque é a melhor.
A partir deste ponto, deixamo-vos na companhia de Aristóteles e sua Política:
"A razão por que a realeza foi, outrora, tão frequente, talvez se deva ao facto de ser raro encontrar indivíduos de virtudes excepcionais, sobretudo quando se habitavam cidades diminutas.
Outra razão pela qual os Reis eram nomeados, devia-se ao facto de serem benfeitores - o dever de qualquer homem bom.
Mas desde que surgiu um grande número de cidadãos semelhantes em virtude, estes começaram a não suportar o governo de um só, e a procurar um poder partilhado em comum e a estabelecer uma Constituição.
Depois, tornando-se menos virtuosos enriqueceram à custa do erário público.
É esta a origem que podemos atribuir o aparecimento da Oligarquia, em que a riqueza é honrada.
As Oligarquias transformaram-se primeiro em Tiranias e estas em Democracias.
Os governantes, limitando cada vez mais o número devido à ganância cada vez maior, fortaleceram as massas até que estas se revoltaram e assim nasceram as Democracias.
Agora que as cidades se tornaram maiores, também é mais difícil que nasça uma forma de regime diferente da Democracia.
Esquema da Progressiva Degeneração das Formas de Governo
Processo Ontológico de desvio (Parekbasis) posicional dos regimes em relação a um eixo médio
Formas Rectas - Orthoi (Interesse Comum)
Realeza (forma óptima)
Boa estirpe, consentimento, ordem
Aristocracia (forma melhor)
Virtude, mérito, excelência
Regime Constitucional (Politeia - forma possível)
Primado da Lei,meio termo,estabilidade
Formas Desviadas - Parekbasis (Interesse Particular)
Democracia/Demagogia (forma menos má)
Maioria pobre,liberdade,igualdade
Oligarquia (forma pior)
Minoria rica,propriedade,desigualdade
Tirania (forma péssima)
Arbitrariedade,violência,medo
Os três desvios correspondentes são:
a Tirania em relação à Realeza; a Oligarquia em relação à Aristocracia; a Democracia em relação ao Regime Constitucional.
A Tirania é o governo de um só com vista ao interesse pessoal; a Oligarquia é a busca do interrese dos ricos; a Democracia visa o interesse dos pobres.
Nenhum destes regimes visa o interesse da comunidade.
Realeza Heróica
A realeza da idade heróica é fundada na Lei, não tendo supremacia em tudo; os Reis somente comandam operações militares e estão-lhe reservados os assuntos religiosos.
É baseada no consentimento geral e limitada a um tempo restrito.
Porque a Democracia torna-se uma Demagogia e afasta-se do Regime Constitucional?
Isto sucede sempre que a decisão suprema decorre dos decretos e não da Lei.
O termo Psephisma significa decreto.
O que distingue a Lei (Nomos) de um decreto é a sua qualidade normativa; enquanto a Lei possui um caráter universal que lhe permite discernir genericamente e com uma vigência perene, o decreto possui um carácter casuístico que lhe permite regulamentar de forma temporária situações muito específicas de acordo com interesses.
Esta situação surge devido à influência dos Demagogos.
Aí, com efeito, o povo torna-se monarca, ou seja, um todo composto, ainda que formado de muitas partes.
O Demagogo, que literalmente podemos traduzir por condutor (proveniente da raíz "Agogein") do povo (Demos), é um dirigente popular que, pela sua influência, retórica, ou riqueza assume as aspirações e reivindicações da multidão.
Um povo tomado nessa acepção, isto é, tomado como monarca, procura governar sozinho não se submetendo à Lei.
Além do mais, tornando-se de tal modo despótico, que honra os aduladores.
Ora uma Democracia como esta acaba por corresponder àquilo que a Tirania é em relação as Monarquias.
É também em virtude desta equidistância que é idêntica a índole destas duas formas de regime: ambas são despóticas em relação aos cidadãos mais excelentes; os decretos emanados de uma equivalem aos éditos impostos pela outra; o demagogo e o adulador acabam por corresponder à mesma realidade pois ambos detêm, de facto, uma grande influência junto dos regimes respectivos: os aduladores junto dos tiranos, e os demagogos junto das massas populares desta condição."
Vossos servos
Prahladesh Dasa
Ananda Krsna Lila Devi Dasi (Estudante de Política Social)
Bibliografia:
Política de Aristóteles, Edição bilíngue, 1º edição feita a partir do Grego, Ciências Sociais e Políticas, Universidade Vega, 1998. Tradutor: António Campelo Amaral e Carlos Gomes.
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