Ponto muito importante.
Existem muitos estudos científicos e acadêmicos levados a cabo em diferentes religiões como o Judaísmo, Cristianismo, etc, para avaliar como a Religião, que abarca características tipicamente “femininas” como o amor, o respeito, a harmonia, o cuidado como os outros, o carinho, a paz, pode também ser executada por homens.
E de facto, a maioria das congregações de todas as religiões são maioritariamente de mulheres.
Nietzsche dizia que a Religião feminiza o homem. Claro, ele disse isto de uma forma negativa, no sentido de que seria algo que diminui o homem. No entanto, nós sabemos que é exatamente o contrário.
E assim mulheres e homens na prática religiosa devocional complementam-se.
A adoração a Deidade é uma das cinco Angas mais importantes de Bhakti.
No inicio a adoração é feita de forma ritual (Vaidhi) tanto por homens como mulheres. Embora as mulheres, mesmo nesta fase já demonstrem um humor mais íntimo.
A Dona Nazinha que constumava ir a D. Estefânia sempre beijava os pés de Sri Caitanya que ela considerava como um menino. Os devoto(a)s achavam um pouco estranho. E eu dizia: "Deixa, esta é a relação dela."
Mais adiante, mas ainda na fase de Sadhana (que é dividida em Vaidhi e Raganuga), quando o praticante despertou um interesse por uma relação específica com Radha Krsna, então a adoração a Deidade passa a ser muito doce.
Todos os 6 Gosvamis de Vrndavana tinham uma Deidade particular.
A adoração a Deidade de um devoto(a) iniciante é diferente de um devoto(a) mais maduro.
E nós, especialmente nós, Vaisnavas Gaudiya, oramos todos os dias a Tulasi Devi para tornarmo-nos ... Dasis.
sevā-adhikāra diye koro nīja dāsī
Sri Caitanya é Krsna no humor de Radha. Os 6 Gosvamis e nosso Parampara são Manjaris.
Externamente o Sadhaka mantém suas caracteristicas de devoto (homem) ou devota (mulher). Mas internamente abarca características femininas e adora a Deidade neste humor.
Nossa mestre é Radharani.
Claro, outras Rasas também são possíveis, mas de um modo geral esta é a linha de Madhurya dos Gaudiyas.
Num contexto assim, as mulheres não poderiam ser desrespeitadas. Ao contrário.