De facto, o "Hinduísmo" moderno representa a degradação da Cultura Védica.
Originalmente, ou em eras passadas somente existia Bharata Varsa que é o que conhecemos hoje como o mundo todo.
No SB 2.4.18 é explicado acerca de diferentes povos que estavam espalhados pelo mundo todo e que abandonaram a Cultura Védica.
Os Pulindas eram Ksatriyas que abandonaram a cultura Védica e tornaram-se Mlecchas (os Gregos).
Os Hunas (Europeus e Russos) mais tarde absorveram o legado Mleccha Grego.
Os Yavanas (Turcos) abandonaram a cultura Védica e tornaram-se Mlecchas.
Os Khasas (Chineses) também são incluídos bem como os Kiratas que às vezes também são chamados de Nisadas (presente Africa).
Originalmente, antes de Kali Yuga somente existia uma cultura: a Védica.
No entanto, com o começo de Kali Yuga o sistema começou a deteriorar-se.
Sringi, o filho do Brahmana, amaldiçoou o grande Pariksit Maharaja e começou toda a degradação.
SB 1.18.45: "Nesta altura o povo em geral vai falhar sistematicamente o caminho de uma civilização progressista de acordo com as injunções Védicas."
O seis sistemas de Filosofia Védica (Nyaya, Vaisesika, Sankhya, Yoga, Karma Mimansa e Vedanta) que apresentavam um sistema unificado de entendimento dos Vedas, com o advento de Kali Yuga, seus diferentes seguidores dividiram-se e começaram as contendas.
Também surgiu o Budismo (que é ateísta e contra os Vedas), o Impersonalismo (Sankara), o Jainismo (também ateísta e contra os Vedas).
Também surge a adoração aos semideuses.
Fora da Índia, também surgiram as diferentes religiões Abrahamicas (Judaismo, Islamismo e Cristianismo).
Também surge o sincretismo religioso que mistura todas ou algumas destas linhas.
Então tudo isto ocorre em Kali Yuga.
E assim, nós temos o que hoje é conhecido como "Hinduísmo".
Até o próximo advento de Kalki Avatara ...
Sanatana significa eterno. Dharma significa ocupação. A nossa ocupação eterna, de acordo como os Vedas, é estarmos relacionados com Deus.
Qualquer caminho ou visão espiritual que promova a ocupação de nos aproximar de Deus pode ser considerado parte do Sanatana Dharma.
Agora, é preciso ser seletivo e cuidadoso para escolher o "caminho ou visão espiritual", pois nem todos eles poderão ser considerados parte do Sanatana Dharma.
Sim, além da perspectiva Vaisnava, temos a perspectiva Sakta (a Mãe Divina), Saiva (Siva), Saura (Surya) e Ganapatya (Ganesa). Todas estas fazem parte do Sanatana Dharma porque aproximam seus praticantes, de um modo ou de outro, do Divino.
No entanto devemos salientar que, por exemplo o Budismo e Jainismo, muito embora apregoem bons valores, por serem ateístas, não fazem parte do Sanatana Dharma.
Existe um aspecto de Siva, Durga, Ganesa e Surya que são Semideuses.
Porém, existe uma forma de Siva (Sadasiva), Durga, Ganesa e Surya que são eternas. Isto é explicado por Srila Jiva Gosvami no seu comentário do Bhagavatam.
São estas formas eternas que são adoradas respectivamente pelos Saivas, Saktas, Ganapatyas e Sauras.
O Sanatana Dharma é muito liberal. O praticante é livre para escolher sua Deidade adorável (Ista Devata).
No entanto, é importante salientar que uma vez escolhida a Deidade adorável, esta adoração deve ser concentrada e unidireccionada. Não há uma competição entre os diferentes praticantes. Mas há um adoração exclusiva e unidireccionada.
E isto é assim com um propósito muito importante.
Somente com uma adoração exclusiva e unidirecionada a uma Deidade (Ista Devata) específica, é que o praticante poderá alcançar Prema. O amor intenso (Prema) exige dedicação exclusiva.
Ou seja, não é que agora eu sou um Saiva e depois na semana que vêm sou um Sakta.
Humm, mas talvez agora eu seja um Vaisnava que adora Visnu em Vidhi Marga.
Não afinal, eu sou um Vaisnava que adora Radha Krsna em Raga Marga.
E passado mais uns dias ... não espera, agora sou um Ganapatya.
E depois de algum tempo, olha, se calhar eu vou adorar Surya ...
Tal praticante inconstante e vacilante não irá desenvolver Prema ;)
Vaisnavas Gaudiya são Sanatanis que seguem exclusivamente Raga Marga Bhakti, adorando Radha Krsna em Madhurya Manjari Bhava.