CC Madhya 19.159
"Algumas trepadeiras desnecessárias que crescem com a trepadeira de Bhakti são as trepadeiras de comportamento inaceitável para aqueles que tentam alcançar a perfeição, o comportamento diplomático (Kutinati), adoração mundana, matança de animais, especulação mundana, e importância mundana. Todas essas trepadeiras são indesejáveis."
Significado por A.C. Bhaktivedanta Swami Prabhupada - Fundador Acarya da ISKCON
"Há um certo padrão de comportamento prescrito para aqueles realmente tentando tornarnarem-se perfeitos. Em nosso movimento da consciência de Krsna, aconselhamos os nossos alunos a não comer carne, não jogar, não se envolver em relações sexuais ilícitas, e não entrar em intoxicação. Pessoas que se entregam a estas actividades nunca podem se tornar perfeitas, por isso estes princípios reguladores são para aqueles interessados em tornarnarem-se perfeitos e voltar para Deus. Kutinati ou comportamento diplomático, não pode satisfazer a Atma, a alma. Não pode mesmo satisfazer o corpo ou a mente. A mente culpada é sempre suspeita, por isso as nossas relações devem ser sempre simples e aprovadas pelas autoridades Védicas. Se tratarmos as pessoas diplomaticamente ou com duplicidade, o nosso progresso espiritual será obstruído..."
"Assim o Vaisnava, portanto, não terá política. Política significa um planejamento para a própria felicidade. Isso é política. Assim, em nossa sociedade não deve haver diplomacia, nenhuma política. Todos devem estar ansiosos para fazer o bem aos outros. Isso é Vaisnava. Se ele está planejando algo como "eu devo ser o líder", "vou fazer alguma coisa para isto ", isto não é Vaisnavismo. Esta política não é boa." (Caminhada matinal - Vrndavana, 15 de março de 1974)
Sempre que Srila Prabhupada refere-se a diplomacia é no sentido de duplicidade com uma atitude invejosa. Esta é uma diplomacia (Kutinati) desfavorável.
Mas diplomacia tem muitos sentidos. Diplomacia também é definido no dicionário como finura de trato e discrição. Srila Prabhupada é um Maha Bhagavata completamente livre de inveja. Ele adverte seus discípulos contra seus irmãos espirituais para o beneficio dos discipulos e não por inveja, mas ao mesmo tempo recebe seus irmãos espirituais muito bem. Isto é finura, discrição e educação. Neste sentido diplomacia significa falar para a pessoa certa no momento certo e da maneira certa.
Pode ocorrer que um líder tenha muito apreço por um devoto(a) mas numa reunião administrativa ou pessoalmente tenha que corrigir este mesmo determinado devoto(a). No entanto, para isso deve estar completamente livre de inveja.
Etiqueta Vaisnava por Giridhari Prabhu
"5. Corrigindo devotos
Deve-se ter muito cuidado ao corrigir um devoto. A pessoa que corrige deve ter as
seguintes qualificações:
1) ser livre de inveja;
2) ser sinceramente desejosa de ajudar o outro devoto a avançar em consciência de
Krishna;
3) estar em uma posição espiritual ou administrativa que justifica e/ou necessita que faça tal correção;
4) ou estar respondendo a um pedido pessoal do devoto em questão para ser
corrigido.
O devoto deve ainda estar praticando o que ensina ao devoto que está corrigindo.
Um devoto nunca deve corrigir alguém mais experiente ou avançado que ele. Se ele
achar que um devoto numa posição mais avançada que ele está cometendo um erro, ele deve se aproximar de outro devoto igualmente mais avançado com quem tem mais intimidade e pedir sua ajuda ou conselhos sobre como ajustar a situação."
Vosso servo
Prahladesh Dasa Adhikari
Do diário de Sua Graça Srutakirti dasa
“Ele é meu irmão espiritual. Ele deve ser autorizado a entrar de imediato.”
16 de junho de 1973, ISKCON Mayapur, Índia
Damodara Maharaja, irmão espiritual de Srila Prabhupada, freqüentemente visitava Sua Divina Graça. Naquele tempo, Srila Prabhupada nunca estava muito ansioso por vê-lo.
“Se Damodara Maharaja vier”, ele me disse uma vez, “eu não quero vê-lo. Ele simplesmente vem e começa: ‘esta matha [templo], eles estão fazendo assim, e aquela matha, eles estão fazendo de tal jeito, e os meus discípulos, eles estão fazendo assim’. Eu não me interesso por tais coisas. Eu ficaria feliz se ele viesse e conversasse sobre Krsna ou sobre um pouco de filosofia, mas ele fala todas essas bobagens. Eu não estou muito interessado em ouvir sobre isso”.
Eu disse a Srila Prabhupada que eu tentaria evitar que Damodara Maharaja entrasse em suas acomodações. Não demorou muito até me ser dada a oportunidade de agir como me foi requisitado. Dentro de alguns dias, Damodara Maharaja fez uma visita. Não me era fácil dizer alguma coisa para ele. Era difícil dar algum aviso para os meus irmãos espirituais quando Srila Prabhupada me dava essa ordem, o que dizer de falar com um sannyasi irmão espiritual de Prabhupada.
Enquanto ele caminhava em direção à sala de Srila Prabhupada, eu respirei fundo e disse: “Prabhupada está descansando. Ele não pode ser incomodado agora”. Damodara Maharaja não ficou satisfeito com a minha explanação.
“Prabhupada disse que eu poderia vir sempre que eu quisesse. Por que você não me deixa vê-lo?”, ele exigiu uma resposta.
Sentindo-me um pouco mais forte, eu novamente expliquei: “Eu não posso incomodá-lo enquanto ele tira o seu cochilo da tarde”. Damodara Maharaja iradamente seguiu seu caminho desviando-se de mim, determinado a chegar aonde queria. Eu estava suando. Milagrosamente, Srila Prabhupada saiu de sua sala. Ele havia acabado de se levantar de seu cochilo e estava prendendo o seu dothi na cintura enquanto caminhava para fora de seu quarto.
“Prabhupada! Svamiji!”, Damodara Maharaja exclamou.
Srila Prabhupada deu um belo sorriso e exclamou: “Venha cá, venha cá. Já estarei com o senhor”. Alguns minutos depois, Srila Prabhupada retornou à sua sala de estar. Damodara Maharaja e eu estávamos sentados ali em silêncio, esperando por ele.
Quando Srila Prabhupada retornou à sua sala de estar, Damodara Maharaja se queixou. “Seu discípulo está me criando empecilhos. Ele não iria me deixar entrar para ver o senhor”.
Srila Prabhupada se voltou para mim com um olhar de surpresa.
“Por que você está lhe criando empecilhos?”, Srila Prabhupada perguntou. “Eu lhe disse que sempre que ele viesse que você deveria deixá-lo entrar. Ele é meu irmão espiritual. Ele deve ser autorizado a entrar de imediato”.
Eu pedi desculpas. Eu ofereci reverências e caminhei para fora da sala com um grande sorriso em meu rosto. Srila Prabhupada nunca mencionou comigo o que havia acontecido, nem eu trouxe o assunto para ele – não era necessário.
Era emocionante servir Srila Prabhupada desta maneira íntima.
Eu me sentia afortunado por ter acesso aos pensamentos íntimos de Srila Prabhupada. Sua Divina Graça foi capaz de comprazer seu irmão espiritual, e eu tive a oportunidade de ajudar. Srila Prabhupada me mostrou como tratar um irmão espiritual, não importando se você gosta dele ou não. Ele era um “diplomata transcendental” e eu desfrutava ser o confidente de Srila Prabhupada...
Tradução: Bhagavan Prabhu