Não devemos pensar, todavia, que presentes são a única coisa que podemos oferecer a Krsna. Os devotos fazem de suas vidas uma oferenda: yat karoshi yad ashnasi yaj juhoshi dadasi yat yat tapasyasi kaunteya tat kurushva mad-arpanam Krsna está dizendo, "Tudo o que fizeres, tudo o que comeres, tudo o que ofereceres ou deres, e qualquer austeridade que praticares – faze isso, ó filho de Kunti, como uma oferenda a Mim". (Bg. 9.27). De fato, cada inspiração ou expiração de um devoto é uma oferenda: quando os devotos dormem para manterem os corpos que utilizam para servir a Krsna, esta é uma oferenda ao Senhor; o ato de se alimentarem para manterem seus corpos saudáveis para servirem a Krsna é uma oferenda; quando recebem algo – comida, sabonete, dinheiro – usam tudo para Krsna, como uma oferenda a Krsna. Nós devemos aprender a oferecer tudo. Nós acordamos cedo pela manhã e a primeira coisa que fazemos é oferecer orações ao Senhor. Nós cantamos Hare Krsna não como uma forma de entretenimento, mas como uma oferenda para a glorificação de Krsna. E quando alguém vive dessa forma, de certa maneira, o ato formal da oferenda torna-se desnecessário (embora o devoto o faça para dar exemplo) porque tal devoto está sempre absorto em fazer tudo para o prazer de Krsna. Portanto, yo me bhaktya prayacchati – bhakti já está ali, e Krsna está muito ansioso por recebê-la. De fato, Krsna fica sempre junto de Seus devotos para aceitar seu serviço devocional amoroso ou qualquer pensamento em relação ao serviço que prestam a qualquer hora do dia e em qualquer lugar. Em última instância, é a isso a que aspiramos e é isso que devotos puros fazem: eles vivem para Krsna e, por essa razão, tudo o que fazem se torna consciente de Krsna – se torna prasadam. Os vaqueirinhos simplesmente sentam-se com Krsna e comem o que há em suas lancheiras – eles não fazem nenhuma oferenda para Krsna. Quando eles oferecem algo para Krsna, eles simplesmente tiram de suas lancheiras e colocam diretamente na boca de Krsna. Ou então eles comem metade de uma bolinha doce e então dizem, "Uau! Olhe só Krsna, veja como está gostosa essa bolinha doce!" e colocam o resto na boca de Krsna. Este é o amor deles, yo me bhaktya prayacchati. Os aspectos formais e técnicos da oferenda não mais são relevantes, porque o que Krsna realmente quer são o amor e devoção. É isto que de fato interessa a Ele. Se Mãe Yashoda oferece o leite de seus seios, as gopis oferecem seus corpos, as vacas o leite que têm, ou se os vaqueirinhos lutam ou pulam nas costas de Krsna – tudo vira prasadam porque tudo é uma oferenda amorosa. Nosso dever na consciência de Krsna, portanto, é viver neste mundo de prasadam e, por conseqüência, tornarmos a nós mesmos prasadam. É isso o que Krsna conclui no Bhagavad-gita (4.24) quando ele diz, brahmarpanam brahma havir brahmagnau brahmana hutam: "Uma pessoa plenamente absorta na consciência de Krsna certamente alcança o reino espiritual devido à sua plena contribuição às atividades espirituais". Se estivermos pensando em oferecer tudo a Krsna, nossas atividades físicas serão uma oferenda a Krsna. Se nossas palavras são uma oferenda a Krsna, então, por fim, tornamos a nós mesmos uma oferenda a Krsna. Tornamo-nos prasadam. E Krsna está sempre ansioso para provar as doces nuanças de nossas amorosas oferendas a Ele. Extraído de um Artigo de Sivarama Swami, originalmente publicado na revista Volta ao Supremo [Back to Godhead] – Fundada por Srila Prabhupada no ano de 1944 Traduzido por Bhagavan dasa (DVS) |
हरे कृष्ण हरे कृष्ण कृष्ण कृष्ण हरे हरे || हरे राम हरे राम राम राम हरे हरे