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segunda-feira, 14 de setembro de 2009

O Senhor Jagannatha e o Kitri de Karama Bai

O Senhor Jagannatha e o Kitri de Karama Bai

(Extraído do livro "Experiências em Bhakti, a Ciência Celestial", do Dr. O.B.L. Kapoor)

Traduzido por Madhukari Prabhvi
 
Karama Bai era uma viúva pobre, muito simples e pura de coração. Ela não tinha parentes e vivia muito feliz com sua Deidade de Jagannatha. O mundo dela era muito diferente do nosso.
Era um mundo de fé, governando pelo amor e não por Kali e seus agentes.
Dessa forma, a sua maneira de ser era diferente da nossa.
Ela não adorava Jagannatha como uma Deidade.
Ela cuidava dEle como um filho querido, como alguém que dependia inteiramente dela para ser cuidado e confortado. Ela Lhe dava toda a sua afeição.
Sua devoção era natural e espontânea. E Jagannatha também a amava muito.
Pela Sua própria natureza Krsna responde a Seu devoto de acordo com a bhava (sentimento) e bhakti (amor) deste devoto. A bhava de Karama fazia com que Ele se comportasse como uma criança.
Karama fazia de tudo para torná-lO feliz. Jaganatha por sua vez fazia a Sua parte para vê-la feliz também.
Ele gostava de fazer tudo o que uma criança pequena faz para sua mãe.
Ele a ajudava trazendo água em pequenos recipientes quando ela ia tomar banho ou ia alimentar a vaca. Ele a ajudava trazendo gravetos quando ela ia à floresta procurar lenha.
Ele a ajudava em qualquer situação, quando ela cozinhava ou lavava os utensílios ou quando fazia qualquer outra coisa.
Mas Ele a tirava da cama de manhã bem cedo quando estava com fome.
Ele gostava de kitri. Então ele pedia para ela sair da cama bem cedinho e preparar o kitri, sem tomar banho, sem trocar de roupa e sem limpar a cozinha, contrariando o costume das mulheres indianas, especialmente quando cozinham para a Deidade.
Jagannatha não parava de solicitá-la até que o kitri ficasse pronto e fosse oferecido a Ele.
Um dia Karama foi a Puri assistir ao Ratha Yatra do Senhor Jagannatha e levou consigo o seu próprio Jagannatha.
Quando ela estava admirando a grande vigraha (forma) do Senhor Jagannatha no templo, ela teve um pensamento que talvez aquele Jagannatha fosse diferente do seu. Imediatamente ela viu o seu Jagannatha sentado no lugar do Senhor Jagannatha.
Sua dúvida desapareceu.
Não se sabe se o Senhor Jagannatha original do templo queria fortalecer a crença de Karama de sua identidade com o seu Jagannatha ou se Ele não resistiu a tentação do seu kitri, pois Ele começou a ir todas as manhãs á casa dela para comer o kitri que ela ofereceria à sua Deidade de Jagannatha.
O tempo estava a seu favor porque Ele podia ir bem cedinho, comer e voltar a tempo do raja-bhoga no templo.
Um dia um velho sadhu apareceu para visitar Karama.
Ele viu que Karama estava preparando o kitri sem tomar banho, sem limpar a cozinha e depois oferecendo bhoga a seu Jagannatha.
Ele a repreendeu por isso e disse que ela estava cometendo uma ofensa por não estar respeitando os rituais prescritos nas escrituras e por essa razão ela iria para o inferno.
Karama ficou com muito medo.
Ela aprendeu os rituais com o sadhu e no dia seguinte seguiu o procedimento ritualístico.
Por isso, a bhoga atrasou.
O Senhor Jagannatha que gostava muito do kitri de Karama tinha se habituado a ir ate sua casa sempre a mesma hora e voltar para o templo depois de comer a bhoga oferecida por ela.
Neste dia Ele chegou na hora de sempre mas teve que voltar porque Ele viu que Karama estava tomando banho. Ele foi de novo mas teve que voltar outra vez pois Karama estava limpando a cozinha.
Ele foi e voltou várias vezes até que Ele encontrou a bhoga pronta.
Ele esperou até que fosse oferecida.
Ele tinha comido só um pedaço quando o sino de raja-bhoga tocou no templo.
Ele precisava voltar rápido pois o pujari que oferecia raja-bhoga era um devoto tão bom quanto Karama e Ele tinha que chegar a tempo de receber a bhoga que Lhe era amavelmente oferecida.
Com a pressa, Ele esqueceu de limpar a boca. Quando o pujari veio oferecer a bhoga, ele ficou surpreso de ver o Senhor Jagannatha com a boca suja de kitri.
Ele exclamou: "Prabhu, o que é isso que eu estou vendo! Sua boa está suja de kitri! Você foi a algum outro lugar para comer? Você não gosta das oferendas que eu faço?"
O Senhor Jagannatha, como quem estivesse com a consciência pesada, ficou quieto. Mas o pujari precisava de uma resposta. Ele fechou a porta do altar, sem oferecer raja-bhoga, e se foi, determinado a não oferecer bhoga até que Jagannatha revelasse o Seu segredo.
Jagannatha tinha comido só um pouquinho de kitri.
Ele estava faminto! Quanto tempo Ele ia ficar com fome?
Quanto tempo Ele deixaria com fome centenas de devotos que tomavam os restos de Sua prasadam?
Como Ele poderia desprezar o pujari que Ele amava tanto quanto amava Karama? Ele quebrou o silêncio: "Pujariji, venha. Oferece a bhoga.Eu estou faminto. Reconheço a minha culpa.
Todas as manhãs Eu vou bem cedinho comer na casa de Karama e volto a tempo para a raja-bhoga. Eu cheguei tarde hoje, mas não foi minha culpa.
Todo dia Karama prepara o kitri sem tomar banho e sem obedecer as regras e regulações do serviço ritualístico. Hoje a bhoga estava atrasada porque ela seguiu os rituais conforme o conselho de um sadhu. O sadhu não sabe que Eu prefiro a oferenda mais simples oferecida com amor do que a preparação mais opulenta oferecida apenas cerimoniosamente de acordo com os rituais.
Os rituais prescritos pelas escrituras são essenciais só enquanto a semente de amor ainda não brotou no coração do devoto. Porque rituais não são importantes no amor.
Eu e Meus devotos dançamos como o amor nos manda dançar.
Eu senti o gosto do kitri que Karama me ofereceu com amor e Eu não resisti a tentação de usufruir de sua oferenda.
Seu kitri me atraiu assim como o imã atrai o aço. Vá e diga ao sadhu para pedir a Karama preparar kitri-bhoga como ela fazia antes. Rituais são importantes, mas não para ela."
Karama permaneceu em Puri e o Senhor Jagannatha desfrutou do seu kitri todas as manhãs.
Um dia a velha senhora abandonou o corpo.
Mas o Senhor Jagannatha já havia adquirido o hábito de comer o kitri de Karama.
Ele não podia mais viver sem isso.
Qualquer hábito pode ser abandonado, mas o hábito formado pelo amor não de desarraiga jamais.
Um dia Jagannatha disse aos panda-pujaris do templo: "Não posso mais viver sem o kitri de Karama. Você precisam me oferecer kitri todos os dias em seu nome, na mesma hora que ela costumava me oferecer".
Deste então, o Senhor Jagannatha recebe kitri ofertado bem cedo, como Sua primeira refeição.

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