De uma forma geral as Deidades são esculpidas em diferentes materiais.
Metal, madeira, mármore, etc.
Na cerimônia de instalação (Prana Pratistha), ou seja, quando dá-se o Prana (Vida) as Deidades, uma série de Mantras são pronunciados com este propósito.
Mas o mais importante nesta cerimônia é a meditação do devoto.
Ele medita que o Senhor sai do seu coração e entra no coração da Arca Vigraha.
Os Smarta Brahmanas não concordam com isto.
Mas tanto Srila Bhaktisiddhanta Sarasvati Thakur como Srila Prabhupada ensinaram que bastava cantar Hare Krsna e executar uma cerimônia de Abhiseka para instalar uma Deidade.
Srila Prabhupada também instalou uma Deidade que tinha um dedo partido, o que seria impensável para os Smarta Brahmanas que consideram isto inauspicioso.
No entanto, em Vrndavana, Srila Prabhupada seguiu todos os procedimentos para que a Deidade fosse aceita pelos Brahmanas locais.
A partir deste momento as Deidades devem ser adoradas diariamente.
No entanto, Deidades auto manifestas estão noutra categoria.
O exemplo mais conhecido é de Sri Radha Ramana.
Esta Deidade não foi esculpida por ninguém.
Pela devoção de Gopala Bhatta Goswami, uma Salagrama Sila "auto manifestou-se".
Ou seja, Krsna por amor à Seu devoto, simplesmente manifestou-se.
Os detalhes de Sri Radha Ramana são muito especiais, e ninguém conseguiria esculpir daquela maneira.
Também temos o exemplo de Madhvacarya, que encontrou uma Deidade dentro de um bloco de Gopi Candana.
Existem muitos exemplos.
Esta é a prova do amor de Krsna por Seus devotos.
Silpi Dosa Snanam
O Manual Pratistha Vidhi explica:
Entre os muitos procedimentos para a instalação de uma Deidade, está o Silpi Dosa Snanam.
Para limpar a Deidade de impurezas, tanto subtis como grosseiras, tanto do "Silpi" (escultor) como do toque de outras pessoas, é realizado este banho.
Banha-se a Deidade com Panca Gavya, uma mistura dos auspiciosos ingredientes da vaca ( urina de vaca, excremento de vaca, ghee (pequena porção), iogurte e leite).
Também pode-se acrescentar mel e açucar no Panca Gavya.
Os textos Pancaratrika descrevem nove cerimônias purificatórias (Adhivasas) a serem executas para as Deidades que serão instaladas, para purificar os oito elementos materiais grosseiros e subtis.
Jala Adhivasa (Água) - a Deidade fica inteiramente submersa algum tempo na água para a purificação dos membros do Senhor.
Chaya Adhivasa - Se as Deidades são de madeira ou muito grandes deve-se usar um espelho que reflita a imagem da Deidade, e assim o espelho fica submerso. O resto dos procedimentos devem continuar.
Ksira Adhivasa (Leite) - a Deidade fica inteiramente submersa algum tempo no leite para eliminar o calor e pressão nas articulações do Senhor, causados pelo escultor e pela exposição ao Sol durante a preparação da Deidade.
Dhanya Adhivasa (Arroz) - a Deidade fica inteiramente coberta de arroz para assegurar o lustre ganhando o elemento muscular.
Vastra Adhivasa (Roupa de Seda) - para assegurar o brilho ganhando o elemento da gordura.
Citrapana Adhivasa (ornamentos de lã multicoloridos) - para assegurar o brilho ganhando o elemento interno dos ossos.
Ratna Adhivasa (Nove pedras preciosas) - a Deidade fica inteiramente coberta com nove tipos de pedras preciosas para assegurar um brilho abundante ganhando o elemento ósseo.
Puspa Adhivasa (Flores) - a Deidade fica inteiramente coberta de flores para assegurar a vitalidade, o elemento do sêmen.
Sayana Adhivasa (Descansar numa bela cama) - para assegura as proporções na forma do Senhor, para brilhar como um diamante, para ter a graça da Sua eterna juventude de 16 anos e para assegurar que o Senhor abençoa Seus devotos.
Vosso servo
Prahladesh Dasa